A Chapecoense chegou em 2014 com moral no cenário brasileiro. A equipe, que nunca havia disputado o Brasileirão na era dos pontos corridos, chegou a elite sendo vice-campeã da Série B. Além disso, a esperança do torcedor e da diretoria com a equipe para 2014 eram as melhores. Mas o ano não começou da melhor forma para a Chapecoense. No Catarinense, restou a disputa no hexagonal do rebaixamento, já que a equipe terminou na quinta colocação devido ao saldo de gols. Apesar do ocorrido o time tinha grandes esperanças com o treinador Gilmar Dal Pozzo, que completava dois anos no comando do alviverde catarinense.

Passou o catarinense e a Chape entrava no Brasileirão para fazer história. Com um inicio ruim e a queda de Gilmar Dal Pozzo logo na sexta rodada, o torcedor começou a pressionar a diretoria a tomar atitudes maiores, pedindo a contratação de mais jogadores. A parada para a Copa do Mundo foi essencial para a equipe reformular seu elenco. O interino Celso Rodrigues começou a mostrar resultados, se impondo sobre os adversários, dentro e fora de casa. A cada partida a Arena Condá tremia com a força do torcedor, que em nenhum momento deixou de apoiar a equipe.

Mesmo com alguns momentos de sufoco, a Chape se garantiu na Série A com uma rodada de antecedencia, e chegou na Série A para fazer história. Duas goleadas não serão esquecidas tão cedo pelo torcedor do Indio: 5 a 0 sobre o Internacinal em casa, e 4 a 1 sobre o Fluminense no Maracanã, levou a Chape para os assuntos mais comentados do momento, tornando o time um dos "queridinhos"do Brasil.

Campeonato Catarinense: Início de temporada em baixa

No Catarinense, a Chape decepcionou sob o comando de Gilmar Dal Pozzo. A equipe começou devagar, chegando a ficar na lanterna nas quatro primeiras rodadas, e demorou um pouco para engrenar. A disputa da última vaga foi páreo a páreo com outros clubes do estado, incluindo os de menor expressão.

Ao final da primeira fase, o Verdão ficou de fora e o Metropolitano se classificou em quarto lugar. Apesar de boas vitórias contra Avaí e mesmo o Metropolitano, a Chapecoense terminou a primeira fase na 5ª colocação, com 15 pontos em 9 jogos. Foram quatro vitórias, três empates e duas derrotas.

Restou, assim, disputar o hexagonal de rebaixamento. Nesta fase, o time de Chapecó mostrou sua força e conseguiu conquistar o título simbólico de campeã entre os candidatos ao rebaixamento. Ao contrário das etapas iniciais, a Chape conseguiu impôr a força de seu futebol – era a equipe mais expressiva no grupo – e acumulou 20 pontos em 10 jogos. O saldo foi de seis vitórias, dois empates e duas derrotas.

Copa do Brasil: Parou na segunda fase

A Chapecoense venceu seu primeiro jogo com facilidade, mas teve vida curta na Copa do Brasil, e foi eliminada já na segunda fase. Passou da primeira fase com tranquilidade, eliminando o Rio Branco (AC) direto no jogo de ida, com um placar de 2 a 0. Os gols foram marcados por Roni e Rafael Lima.

O próximo adversário foi o Ceará, que vinha embalado por um excelente momento na Série B do Brasileirão. Liderados por Bill, o time do nordeste não teve dificuldades em aplicar um placar de 2 a 1 na Arena Condá. O atacante, que tem passagens por Corinthians e Coritiba, anotou os dois tentos. Tiago Luís descontou para os donos da casa.

No jogo de volta, no Estádio Presidente Vargas, a Chapecoense jogou pela vida e pressionou o Ceará desde o apito inicial, mas não conseguiu reverter a vantagem, e saiu de campo com apenas um empate por 1 a 1. Eduardo abriu o placar para os donos da casa, e Leandro deixou tudo igual, ainda no primeiro tempo. Apesar do esforço, a Chape se despediu da Copa.

Início ruim, superação e goleada sobre "grandes"

No Brasileirão, a temporada foi preocupante para os torcedores, mas terminou bem. A Chapecoense chegou a namorar o Z-4 em algumas rodadas, mas graças ao caldeirão da Arena Condá conseguiu se sobressair e escapar na 14ª posição, duas acima da temida zona da degola. Em parte, a classificação se deve à boa organização: todos os treinadores da equipe tiveram uma boa sequência de trabalho, as transferências não ultrapassaram os limites dos cofres, e o clima nos vestiários foi de confiança durante todo o ano.

Gilmar Dal Pozzo foi o primeiro treinador. O comandante fez história no time, tirando o Índio da Série C e o levando à elite. Em sua primeira experiência na primeira divisão, não conseguiu segurar a pressão e acabou sendo demitido ainda no início do campeonato, na sexta rodada.

Seu substituto veio do próprio clube: o auxiliar técnico Celso Rodrigues teve sua primeira experiência como treinador profissional e treinou a equipe interinamente durante boa parte do campeonato. E correspondeu: sob seu comando, o time cresceu e conseguiu se afastar da zona da degola. Quando o ritmo voltou a cair, Jorginho foi contratado. A equipe passou a marcar mais gols, mas voltou a perder. Assim, na reta final, coube mais uma vez à Celso Rodrigues a missão de salvar o time da Série B.

A temporada será memorável para a Chapecoense. Além de ser a sua primeira participação na elite do futebol brasileiro o verdão catarinense deixou sua marca ao golear o Internacional por 5 a 0 e o Fluminense por 4 a 1, no Maracanã. Ambos os jogos foram essenciais para a permanência do clube na Série A.

Melhor jogo

Chapecoense 5 x 0 Internacional: No dia 9 de outubro, aconteceu o inesperado. O Internacional, buscando sua vaga na próxima Libertadores, visitou a Chapecoense, que ainda buscava seu espaço entre os grandes. O resultado foi uma inexplicável goleada de 5 a 0 diante dos torcedores catarinenses. Completamente dominados, os gaúchos nada puderam fazer para diminuir o placar, e voltaram pra casa com dois gols de Diones, dois gols de Leandro, e um de Camilo.

Pior jogo

Chapecoense 1 x 2 Ceará: Em 14 de maio a Chapecoense jogava diante do seu torcedor, defendendo a vaga na terceira fase fase da Copa do Brasil. Com a Arena Condá lotada, a atitude de início da Chape era de um time que brigaria friamente para avançar de fase, tanto que logo no inicio do jogo marcou o primeiro gol da partida. Mas o Ceará não deixou a Chape tomar conhecimento do time e virou o jogo. Decepção em Chapecó, já que o jogo poderia classificar a Chape para a terceira fase da competição.

Melhores jogadores

Leandro, inclusive, foi o artilheiro do time em 2014, com 10 gols, e foi peça importante para a permanência na Série A. O atacante não começou a temporada como titular, mas garantiu seu espaço entre os 11 iniciais e correspondeu. No empate em 1 a 1 contra o Corinthians, o atacante já havia arrancado elogios da comissão técnica do Timão, mas acabou indo parar no Palmeiras.

Entretanto, o maior destaque foi Danilo. O jovem goleiro foi dono da meta da Chapecoense durante todo o Brasileirão, e rapidamente caiu nas graças da torcida. Diversas partidas do Verdão foram decididas no reflexo e no bom posicionamento do goleiro.  As defesas difíceis lhe garantiram título de melhor das rodadas em algumas ocasiões, e Danilo já está confirmado no elenco de 2015, com contrato de dois anos no time catarinense.

Quem também se destacou e já garantiu a permanência foi Camilo. O meia foi o cérebro do time durante toda sua participação na Série A, construindo três jogadas para gol e anotando cinco tentos. Os números não parecem tão expressivos, mas o armador de 28 anos foi quem mais criou oportunidades de gol para o alviverde. 39 oportunidades de marcar passaram por seus pés, durante a competição.

Piores jogadores

Neuton e Fabinho Alves: Zagueiro e atacante tiveram diversas chances de mostrar seu futebol nesse ano pela Chapecoense, mas decepcionaram. Enquanto estiveram em campo não agradaram o torcedor Alviverde, devido a sequência de erros

Bruno Rangel: o artilheiro chegou à peso de ouro e com moral. Artilheiro da Chapecoense e maior artilheiro em uma única edição da Série B, o atacante tinha muito a mostrar, mas pouco fez. Foram dois gols em 2014, e a sensação de que seu futebol ficou esquecido nas Arábias. O matador não demorou a perder seu lugar no time titular para a eficiente dupla composta por Tiago Luís e Leandro.

Expectativas para a temporada 2015

A expectativa é de um time forte para o estadual. Mesmo com a baixa de alguns atletas importantes, outros nomes de destaque já renovaram seus contratos com o Verdão. Sandro Pallaoro, que tirou o time do ostracismo da Série C, foi eleito como o presidente para o próximo biênio, e ao que tudo indica, a responsabilidade financeira e o investimento nas categorias de base, características do time que chegou à Série A, devem se manter.

A nível nacional, uma boa participação no Brasileirão e Copa do Brasil são esperadas. O primeiro discurso do presidente reeleito foi de aumentar a expressão nacional do time, o que pode se refletir em estratégias de mercado mais ousados para o Campeonato Brasileiro. A intenção do time novamente é se manter entre a elite - desta vez, quem sabe, beliscando alguma vaga para competições intercontinentais.