Muitos falam que a temporada 2016 realizada pelo Atlético-MG foi um verdadeiro fracasso. Outros contemporizam e procuram pontos positivos na campanha alvinegra. Polêmicas à parte, o ano do Galo foi bem movimentado em todos os sentidos, tanto dentro de campo, como também fora dele.
O torcedor atleticano não comemorou títulos após quatro anos seguidos festejando ao menos uma taça. Desde 2012, um ano que revolucionou a história alvinegra e as temporadas seguintes, o Atlético-MG deixa sua marca nos campeonatos com títulos.
A VAVEL Brasil preparou um especial para dissecar a temporada 2016 do Atlético-MG, onde o alvinegro teve momentos de alegria e outros de grande frustração. Confira!
Diego Aguirre foi a aposta do ano pela diretoria do Atlético-MG
Após ficar com o vice-campeonato brasileiro em 2015, e comemorar o título mineiro da temporada, o Atlético-MG virou a chave e iniciou o ano com treinador novo. Diego Aguirre, com boa passagem pelo Internacional em 2015, foi à bola da vez da diretoria atleticana, que havia demitido Levir Culpi pouco antes do encerramento do Brasileiro do ano anterior.
Com Diego Aguirre, vieram reforços que prometiam sanar um problema que foi considerado crucial por muitos na temporada 2015: a fragilidade do elenco. A diretoria atleticana trouxe o zagueiro Erazo, o volante Júnior Urso, o meia Cazares e os atacantes Hyuri, Clayton e Robinho, além de dar uma nova chance para os atacantes Pablo, Henrique e Wescley, que estavam emprestados a outras equipes.
Mesmo com as saídas do zagueiro Jemerson, para o Mônaco-FRA, o meia Giovanni Augusto e o atacante André, ambos para o Corinthians, a diretoria atleticana conseguiu manter no elenco a grande estrela da companhia. O centroavante Lucas Pratto recebeu propostas para deixar o clube, mas ficou na equipe.
Primeiro semestre: Fracasso na Primeira Liga e no Campeonato Mineiro
Antes das competições oficiais, o Atlético-MG disputou o torneio amistoso Florida Cup, que teve a participação de equipes locais, e outras de várias partes do mundo. Com as vitórias por 3 a 0 sobre o Schalke 04 e 1 a 0 sobre o Corinthians, o Galo trouxe o título do campeonato.
Na Primeira Liga, o Atlético-MG entrou com cartaz de favorito junto aos demais times, mas saiu logo na fase inicial. Derrotas para Flamengo e Figueirense, além do empate perante o América-MG, deixaram o Galo na lanterna da competição, que foi vencida pelo Fluminense.
No Campeonato Mineiro, o Atlético-MG apresentou atuações irregulares e com formações que mesclavam os titulares e outras com reservas. O Galo terminou a primeira fase em segundo lugar, com 20 pontos. Na semifinal, encarou a URT, e teve dificuldades. Empatou o primeiro jogo por 2 a 2, em Patos de Minas, e venceu em Belo Horizonte, por 2 a 0.
Na grande final, o alvinegro enfrentou o América-MG, que terminou a primeira fase em quarto lugar, resultado de vitórias em casa, mas tropeços em todas as partidas longe de Belo Horizonte. No primeiro jogo, o Coelho venceu por 2 a 1. A partida decisiva foi no Mineirão. O Galo chegou a fazer 1 a 0 e estava com o título mineiro nas mãos até os 35 minutos do segundo tempo, quando Danilo igual o placar, o suficiente para dar o título estadual à equipe alviverde.
A perda do título mineiro, as atuações irregulares no Estadual e na Libertadores, deixaram o ambiente do técnico Diego Aguirre quase insustentável. Mas, ainda havia a competição sul-americana, que poderia salvar a lavoura do treinador uruguaio.
Libertadores: Atlético chega até as quartas de final, mas cai perante o São Paulo
A quarta participação seguida do Atlético-MG na Libertadores começou cheia de confiança por parte dos torcedores. Apesar das duas primeiras vitórias, contra Melgar-PER e o Independiente Del Valle-COL, o torcedor atleticano ficou receoso com as atuações do time em campo e a postura do técnico Diego Aguirre, que dividia os atleticanos.
O ponto alto da desconfiança da torcida aconteceu após a derrota para o Del Valle, por 3 a 2, na Colômbia. A paciência do torcedor estava cada vez menor. Mesmo após confirmar a classificação goleando o inofensivo Melgar, por 4 a 0, a relação entre os atleticanos e Diego Aguirre estava mais do que estremecida.
Nas oitavas de final, o Atlético jogou como nunca e eliminou o forte Racing-ARG por 2 a 1, no Independência, após empatar por 0 a 0, na Argentina. Na fase seguinte, a bola da vez seria o São Paulo. No primeiro jogo, o tricolor venceu por 1 a 0. Na partida de volta, o Galo precisaria de dois ou mais gols para se classificar. Conseguiu cumprir a missão aos 13 minutos do segundo tempo. Porém, minutos depois, os paulistas fizeram o gol da classificação, e a partida terminou em 2 a 1.
O resultado colocou fim da campanha do Atlético-MG em busca do bicampeonato da Libertadores, e gerou a demissão do técnico Diego Aguirre, que foi comemorado pela maioria dos torcedores. Aproveitando o mercado, a diretoria atleticana trouxe um velho conhecido para dar sequencia a temporada.
Marcelo Oliveira chega ao Atlético, mas não consegue dar padrão ao time
Para o lugar de Diego Aguirre, a diretoria atleticana trouxe um velho conhecido. Marcelo Oliveira, que foi jogador e treinador do time em outras épocas, estava parado após ser demitido do Palmeiras ao final do Campeonato Paulista. O currículo do treinador o credenciava. Bicampeão brasileiro pelo rival Cruzeiro, além da Copa do Brasil conquistada em 2015, pelo verdão paulistano.
No entanto, Marcelo Oliveira demorou a dar padrão ao time, devido às muitas lesões que encheram o departamento médico atleticano, além de seguidas convocações de jogadores importantes para as seleções nacionais. A vida do treinador alvinegro não estava muito fácil.
Com as voltas de jogadores importantes, o técnico Marcelo Oliveira engrenar o time somente a partir da nona rodada, quando o Atlético-MG venceu a Ponte Preta, por 3 a 0. Depois disso, o Galo conquistou nove vitórias, um empate e duas derrotas, levando o alvinegro da 18ª posição à vice-liderança do Campeonato Brasileiro, ao final da 21ª rodada.
Porém, a lua de mel de Marcelo Oliveira com a torcida do Atlético-MG começou a entrar em ruínas a partir de então. Oscilando com vitórias e derrotas, além de repetir as atuações do começo do campeonato justificadas pelos desfalques de jogadores importantes, o Galo se manteve na terceira posição, limite para conquistar a vaga direta para a Libertadores até a 33ª rodada, quando caiu para o quarto lugar, perdendo a vaga direta para o Santos.
O torcedor atleticano não perdoou e passou a criticar Marcelo Oliveira nas arquibancadas. As queixas caíam sobre as atuações do time, bem como o desequilíbrio dos jogadores em campo. O treinador atleticano não termina o Campeonato Brasileiro pelo clube, cedendo lugar a Diego Giacomini nas duas últimas rodadas do Brasileirão. No final, o Atlético-MG terminou em quarto lugar, somando 62 pontos, com 17 vitórias, 11 empates e 10 derrotas, marcando 61 gols e sofrendo 53.
Copa do Brasil: Galo chega até a final, não consegue segurar o Grêmio e gera demissão de Marcelo Oliveira
A campanha do Atlético na Copa do Brasil começou nas oitavas de final, graças à participação na Libertadores da América. O adversário foi a Ponte Preta. Sem brilho, o Galo eliminou a Macaca com dois empates. 1 a 1, em Belo Horizonte, e 2 a 2, em Campinas.
Na sequencia, o Atlético enfrentou o Juventude, e venceu o primeiro jogo por 1 a 0, mas sem agradar o torcedor. Na partida de volta, em Caxias do Sul, o Galo perdeu por 1 a 0, e só conquistou a classificação nas penalidades máximas.
Nas semifinais, o Atlético encarou o Internacional, no Beira-Rio, e derrotou os gaúchos por 2 a 1. Em Belo Horizonte, os colorados pareciam jogar em casa e sem a pressão de estarem lutando contra o rebaixamento no Brasileirão. Chegou a estar vencendo por 2 a 1, mas o Galo empatou o jogo na etapa final, e se credenciou a grande final contra o Grêmio.
O primeiro jogo da grande final foi no Mineirão. O Atlético, apoiado por mais de 50 mil torcedores, não viu a cor da bola. O Grêmio, sem pressão, mandou na partida do começo ao fim. O resultado foi à vitória gremista por 3 a 1, e vantagem de perder por até um gol em Porto Alegre, que ficaria com o título.
O resultado negativo e a atuação contestada do time atleticano custaram o emprego do técnico Marcelo Oliveira, demitido no dia seguinte ao jogo contra o Grêmio. Diego Giacomini comandaria o Galo na partida decisiva e nas duas rodadas finais do Campeonato Brasileiro.
Na partida final, o jogo foi mais equilibrado, pois, visivelmente, o Grêmio jogava com o resultado, e o Atlético tentava o gol, mas sem querer se expor na defesa. O resultado foram os gols nos minutos finais da partida. Bolaños fez 1 a 0 para os gremistas. Cazares, com um chute antes do meio-campo empatou para o Galo, fechando o placar que deu título ao time gaúcho.
E em 2017? O que esperar do Atlético-MG?
A primeira certeza de 2017 é o novo treinador. Roger Machado foi anunciado há duas semanas. O comandante atleticano faz parte da nova safra de técnicos do Brasil, e tem grande futuro pela frente. A diretoria atleticana acertou ao contratá-lo, visto que com opções no mercado carregado de treinadores gabaritados, porém, ultrapassados, e estrangeiros sedentos por uma chance no Brasil, o Atlético tem uma solução nova e promissora.
A segunda certeza de 2017 e o novo fornecedor de material esportivo. A Topper fabricará a camisa atleticana após a parceira com a Dryworld cair no fracasso em 2016. A empresa canadense cometeu os mesmos erros de qualquer outra empresa que não conhece o consumidor brasileiro. Historicamente, o torcedor atleticano compra as camisas do Atlético-MG, deixando boa renda ao clube. A Dryworld deu um vexame como fabricante e fornecedora de material para o clube. Por sua vez, a Topper se saiu muito bem e pode repetir o mesmo trabalho que a consagrou entre as temporadas 2010 e 2012.
Quanto aos jogadores que ficam ou que vai, certamente alguma contratação deverá acontecer, pois, mesmo com a tentativa de encorpar o elenco no início da temporada 2016, a missão não foi cumprida com perfeição. Alguns atletas já deixaram o clube, casos do zagueiro Edcarlos, bastante criticado, e do meia Dátolo, indisponível ao clube, além de Júnior Urso, que não foi reemprestado, o Atlético-MG terá que buscar novas soluções.
Em matéria de competições, o ano de 2017 será igual aos últimos três anos. O calendário será apertado, mas que oferta ao Atlético-MG boas possibilidades de conquistar títulos importantes, pelo elenco que o Galo tem e com os jogadores que chegarão, fatos interessantes podem acontecer.