Apontado como um dos maiores jogadores que desfilaram nos campos brasileiros, Jairzinho foi peça importante na conquista da Copa do Mundo de 1970 e é ídolo de Botafogo e Cruzeiro, clubes que defendeu ainda enquanto jogador. Já aposentado foi importante para o descobrimento de um fenômeno.

Jair Ventura Filho começou sua carreira na época de ouro do Botafogo. O clube de General Severiano contava com grandes nomes como Garrincha, Nilton Santos, Didi, Gérson e Amarildo, responsáveis por diversas conquistas de torneios sul-americanos. No entanto, o destaque do substituto do Mané veio no Pan-americano de 1963 disputado em São Paulo e vencido pela seleção brasileira, que o projetou para o futebol.

Em 1965, no auge de seus 19 anos, Jairzinho recebeu a tarefa de herdar a camisa 7, a mais importante da história do Botafogo e que anteriormente era vestida por Garrincha. Em pouco tempo o jovem craque já tomou conta da posição com sua velocidade e muita habilidade com a bola nos pés.

Suas boas atuações o renderam a convocação para a Copa de 1966, a última de Garrincha com a camisa da seleção e o início de uma nova era. Apesar de não ter atuado tanto naquela Copa a experiência adquirida no mundial foi fundamental para o ano de 1970 e o triunfo histórico em solo mexicano.

Jairzinho não atuou muito na Copa do Mundo de 1966 (Popperfoto/Getty Images)

De volta da Copa do Mundo o atacante aterrorizou os adversários em solo brasileiro, tomou conta do comando de ataque botafoguense e foi um dos melhores jogadores do país naquele momento. Neste período o Botafogo conquistou o Torneio Rio-SP de 1966, a Taça Brasil de 1968 e os Campeonatos Carioca de 1967 e 1968, todos com participação importante do camisa 7.

Junto com Gérson, Pelé, Rivellino, Jairzinho e Tostão, todos camisas 10 e de função semelhante, Zagallo montou uma das melhores seleções de todos os tempos. Jairzinho foi para a ponta direita, com a camisa 7 de seu ídolo Garrincha, e entrou para a história marcando gol em todas as partidas que disputou na Copa do Mundo de 1970.

De volta ao Brasil o craque seguiu marcando a história do Botafogo. Jair esteve em campo no fatídico 6x0 aplicado sobre o Flamengo que marcou a época. Apesar da boa fase os títulos não vieram, uma sina da boa equipe do Botafogo.

Já em 1974, o desempenho que deu o título mundial aos brasileiros não foi repetido. Jairzinho e Rivellino, os únicos remanescentes dos craques campeões em 1970 não tiveram a mesma sorte e acabaram ficando na quarta posição no mundial que ficou conhecido por apresentar ao mundo a Laranja Mecânica de Cruyff.

Foto: Peter Robinson/Getty Images

Após 13 anos vestindo a camisa do Glorioso era chegada a hora de uma mudança. Em 1974 o atacante assinou com o Olympique de Marseille para tentar uma carreira internacional. No entanto, sem apresentar bom futebol e acusado de agredir um bandeirinha voltou ao Brasil um ano depois, para defender o Cruzeiro.

Aos 31 anos Jair ainda tinha a sede de gols que o marcou e um físico invejável. Com o Cruzeiro o Furacão da Copa de 70 conquistou um dos títulos mais importantes da história do clube, a Libertadores de 1976. A conquista do time mineiro acabou com a hegemonia do Santos, até então único brasileiro campeão da Libertadores.

A derrota para o Bayern de Munique no mundial daquele mesmo ano iniciou também a reta final da carreira de Jairzinho. O craque ainda passou por times da Venezuela, da Bolívia e até mesmo clubes do interior antes de retornar ao Botafogo para encerrar a sua carreira.

Com as chuteiras penduradas ainda tentou seguir carreira como treinador, sem muito sucesso. Jair, no entanto, foi responsável por descobrir, nas categorias de base do São Cristóvão, um tal de Ronaldo Nazário, que anos depois viria a ser melhor do mundo e conduziria a seleção brasileira para mais uma conquista de Copa do Mundo em 2002.

 

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