O duelo desta quarta-feira (4), às 21h45 no Mineirão pela Libertadores, será mais um capítulo de Vasco e Cruzeiro. Vamos relembrar um pouco sobre esse duelo cheio de história. Ao todo são 90 jogos, 33 vitórias do Cruzeiro, 28 triunfos do Vasco e 29 empates.  

O ano era 1974, o campeonato era diferente do que é hoje, os times disputavam em dois grupos e se classificavam para um quadrangular final, Vasco e Cruzeiro ficaram ao lado de Santos e Internacional. O campeão era decidido por quem fizesse mais pontos. O cruzmaltino e a Raposa ficaram empatados com quatro pontos cada. Sendo assim disputado um jogo extra. 

Aí começa a reclamação por parte do Cruzeiro, o time celeste fez a melhor campanha no geral, com 38 pontos, contra 34 do Almirante. Teria então o direito de disputar a final em Belo Horizonte. Porém no dia 24 de julho de 1974, esses times se enfrentaram pelo quadrangular final, em Minas Gerais, no fim do jogo, Palinha foi derrubado pelo volante Alcir dentro da área, o árbitro Sebastião Rufino, deixou o jogo seguir, o vice-presidente do time mineiro, Carmine Furletti, invadiu o campo para agredir o árbitro. Isso porquê este juiz já tinha prejudicado os mineiros em 1970 também na fase final do Brasileiro, contra o Fluminense. O próprio Alcir admitiu em entrevista aos repórteres na saída de campo, que havia derrubado o atacante cruzeirense, porque sabia que “A arbitragem não marca pênalti nos minutos finais.” O Cruzeiro tinha um exímio batedor de pênaltis, o lateral Nelinho. Caso o jogo tivesse sido vencido pelos mineiros, não precisaria de jogo extra, pois teria feito mais pontos na fase final.

Baseado então no regulamento, o Vasco conseguiu fazer com que a grande final fosse disputada no Maracanã no dia 1º de agosto. Os cruzeirenses alegaram que ninguém tinha aplicado o artigo 59 anteriormente, o presidente do Fluminense na época, explicou o caso no dia anterior à final. "Nenhum clube se lembrou de recorrer em tempo hábil. Os regulamentos existem para serem usados, desde que alguém se lembre de usá-los". [O Globo, p. 28, 31/07/1974)" - explicou Jorge Frias de Paula, presidente do tricolor carioca. 

Foto: reprodução


O jogo 
 
Mais de 112 mil pessoas foram ao Maracanã naquele 1º de agosto, Armando Marques foi o árbitro daquela grande final. Mas se engana quem acha que as polêmicas pararam por aí.  
 
O jogo era bastante equilibrado, apesar do time mineiro ser superior tecnicamente, o Vasco compensava com bastante raça, o jogo era nervoso, típico de uma grande decisão. O primeiro tempo terminou em 1 a 0 para o cruzmaltino, gol de Ademir. No início da segunda etapa o lateral Nelinho empatou para o time celeste. O Gigante chegou ao tento que daria o título aos 31 minutos da etapa complementar, Jorginho Carvoeiro foi o herói. Mas o que houve de polêmico? Aos 43 minutos do segundo tempo, Zé Carlos volante do Cruzeiro, marcou o gol de empate, gol este que foi anulado, aparentemente não aconteceu nada que fosse ilegal. Os cruzeirenses também reclamam de que o árbitro terminou o jogo aos 45 minutos, sem nenhum acréscimo, na visão deles o time carioca tinha feito muita cera durante a partida, principalmente o goleiro Andrada
 
O Vasco foi campeão com um time marcado pela raça, sobre um Cruzeiro recheado de craques em um jogo cheio de polêmicas para ambos os lados. Nesta quarta teremos mais um capítulo dessa longa história envolvendo esses clubes. 

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Sobre o autor
Joao Pedro Ladeira
Estudante de Jornalismo, atualmente redator da VAVEL Brasil.