Pela 15ª rodada da Série B do Campeonato Brasileiro, o Vila Nova bateu o Paysandu por 2 a 1, na Curuzu, em Belém, no Pará. Ramon Alex Henrique marcaram para o Tigre, enquanto Pedro Carmona, de pênalti, descontou para os donos da casa. Após a derrota, o treinador Dado Cavalcanti deixou o comando do Papão.

Antes do confronto, as equipes se encontravam em situações opostas no torneio. Em quinto lugar, com 23 pontos, o Vila necessitava apenas de um empate para ascender ao G-4 provisoriamente de acordo com resultados anteriores da rodada, no entanto, a vitória garantiria a vaga permanente e abriria certa gordura de seus concorrentes. Por outro lado, o Paysandu, na 12ª colocação, se encontrava em situação de perigo, já que seus 17 pontos o separavam por apenas dois da zona do rebaixamento.

Dentro de campo, o contraste na situação das equipes resultou entre cada tempo da partida. No primeiro tempo, o que se viu na Curuzu foi de um jogo truncado, com o time da casa sem conseguir furar o bloqueio imposto pelos visitantes, resultando num jogo sonolento, sem alguma chance de perigo criada. No geral, o Paysandu teve um falso domínio, com maior posse de bola, mas sem efetividade, que foi respondida com vaias da torcida na saída de campo.

No segundo tempo, o jogo mudou. Em um confronto movimentado, o Vila Nova abriu o placar logo no início, aos nove minutos, em gol do atacante Ramon. Em um misto de qualidade e sorte, Mateus Anderson conseguiu puxar rápido contra-ataque, aproveitando escorregão do jogador do Paysandu na lateral do meio-campo e avançando rapidamente no campo de ataque. No terço final, o jogador vilanovense completou com belo passe de trivela para Ramon, que finalizou de forma desajeitada, mas conseguiu empurrar para as redes e abriu o placar da partida.

Atrás no placar, o Paysandu teve de lidar com o aumento da pressão de sua torcida, que se fez maior com a repetição da dificuldade em construir jogadas e, mais ainda, quando a equipe visitante passou a praticar o anti-jogo, ou no vocabulário informal, praticar a famosa "cera". Mas logo teve adversão, num rápido lance de irritar qualquer torcedor de qualquer um dos lados. Aos 17 minutos, o goleiro do Vila Nova, Mateus Pasinato, demorou a fazer a cobrança do tiro de meta e levou cartão amarelo. Na sequência, novamente retardou o lance e o árbitro não pensou duas vezes, puxando o cartão vermelho e excluindo Mateus da partida. A decisão gerou revolta nos jogadores vilanovenses, mas nada puderam fazer, além da entrada de Rafael Santos, arqueiro reserva da equipe.

A partida seguiu, e a medida fez agravar a falta de agressividade da equipe do Paysandu, que, com um jogador a mais, permanecia sem conseguir adentrar à zaga adversária. A equipe demonstrou desorganização em geral, tanto no ataque, na construção de jogadas, como na defesa, que parecia exposta. A confirmação do problema veio aos 28 minutos, quando o zagueiro Edimar, último homem da defesa do Papão, perdeu a bola para Ramon, no meio-campo, e viu o autor do gol da partida carregar e quase ampliar o placar, mas a finalização não foi com a qualidade necessária.

Diante do panorama no jogo, a chance poderia causar enorme conforto ao time visitante se concretizada. No entanto, a eterna frase do futebol - "quem não faz, leva" - entrou em questão e o Vila viu a vantagem na partida se desmoronar quando o árbitro marcou pênalti em Diego Ivo, aos 34 minutos, que Pedro Carmona cobrou com perfeição e empatou a partida. A marcação foi duvidosa na interpretação da maioria dos espectadores do lance, mas foi verídica nas lentes do juiz da partida.

A sequência da partida tomou tons de dramaticidade após o gol de empate. Mesmo com um jogador a menos, o Vila ão se conteve com o empate e se lançou no ataque para tentar a vitória, enquanto, por outro lado, o Paysandu seguiu a mesma tática, deixando a partida num ritmo alucinante. Na reta final, os visitante impuseram pressão e quase marcaram o segundo gol da partida em três oportunidades, com Reis, Ramon e Wesley Matos - todas em menos de quatro minutos.

Devido ao alto tempo perdido durante a segunda etapa, entre ele, as confusões causadas pela expulsão do goleiro vilanovense, o árbitro deu nove minutos de acréscimos, esquentando o clima da partida e aumentando a tensão pela saída de um novo gol. O Paysandu tentou, aos 45 minutos, com Mateus Muller, mas o Vila foi insistente e conseguiu o tão chorado gol. Aos 48 minutos, a equipe visitante chegou perto do segundo gol com Moacir, mas ele veio dois minutos depois, quando Alex Henrique, que entrou no lugar de Ramon, autor do primeiro gol vilanovense, aproveitou cruzamento e escorou para o fundo das redes.

O merecido gol da equipe visitante serviu como um golpe final no Paysandu e uma das partidas mais movimentadas da Série B 2018 se encerrou com vitória por 2 a 1 do Vila Nova.

Com o resultado, o Vila Nova passou para a 2ª posição da competição, com 26 pontos, enquanto o Paysandu se manteve em 12° lugar - pode passar para 16°, de acordo com combinação de resultados seguintes -, com 17 pontos.

O próximo compromisso do Papão será nesta terça-feira (17), quando enfrenta o Oeste, na Arena Barueri, às 19h. No mesmo dia, o Vila enfrenta o Brasil de Pelotas, no Serra Dourada, às 20h30.