Em um clássico regional do nordeste, o CRB recebeu o Fortaleza no Rei Pelé, no jogo que foi válido pela 22ª rodada da Serie B. Pressionados para sair da zona de rebaixamento, os mandantes acabaram vencendo por 2 a 1. Gols de Neto Baiano e Iago, este último já nos acréscimos. Gustavo fez o de honra para o Fortaleza.

A vitória fez o CRB ir para 25 pontos e soltar da 18ª posição para a 15ª. Saindo, deste modo, da zona de rebaixamento. O Fortaleza segue líder com 43. Mas pode ter a distância para o CSA (atual vice-líder) diminuída, á depender dos resultados da rodada. 

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Primeiro tempo sem emoção

O contexto do jogo até que era animador. Um clássico nordestino, o mandante empurrado pela torcida tentando sair da zona de baixo da tabela batendo de frente com o líder da competição. Além de jogadores conhecidos dos dois lados. A ideia de um grande duelo foi acabada logo nos primeiros minutos pós apito inical do juiz. O primeiro tempo não empolgou. Não contou com grandes chances. Parado, morno e em alguns momentos até sonolento. O erro de passe moldou os dois times, que só conseguiram criar através de lances esporádicos.

Se aproveitando de uma sobra da zaga, Felipe Menezes pelo CRB chutou longe demais. Como quem não quisesse nada, Derley, pelo Fortaleza, deu um chute de razoável distância: dessa vez com maior perigo. Mas o goleiro João Carlos conseguiria espalmar para escanteio. A chance de maior destaque mostrou bem a face do que foi o primeiro tempo: o baixinho Eduardo Ratinho, de modo insolito, cabeceou quase na risca da área e a bola passou raspando o poste direito do goleiro Marcelo Boeck.

Camisa 9 de um lado, camisa 9 do outro e gol no final

No segundo tempo o jogo não ganhou tanta intensidade. Continuou de meio campo, com duelos de ganhos pessoais se prevalecendo de um lado e do outro, mas pouco recurso coletivo. Guiado pela torcida, dessa vez menos impaciente por entender a força do adversário, o CRB mostrou melhor ajuste e atenção na partida. O Fortaleza passou a errar na saída de jogo e os alvirrubros de Maceió retomavam a bola levando perigo. E seria dessa forma que o gol do time surgiria. Marcelo Boeck repôs a bola errado, Iago dominaria e lançaria rápido em ponto futuro para Neto Baiano. No corpo, o ídolo da torcida regatiana ganhou da defesa e deu apenas um toque sutil por cima. Bem adiantado, Marcelo Boeck só viu a bola o encobrir e morrer nas redes. Golaço e festa no Rei Pelé! 

Tomando o gol o Fortaleza não pareceu se assustar. Na verdade, continuou atuando como se estivesse 0 a 0. Calmo, com passes curtos e sem acelerar tanto as jogadas. O gol de empate aconteceu sem o tricolor do Pici pressionar para isso. Estreando pelo FEC, Romarinho jogou a bola na área. A zaga não afastou, e foi a vez de Gustavo, o Gustagol, aparecer e só empurrar com a meta aberta. Jogo empatado e silêncio nas arquibancadas.

Caso tivesse apelido ou frase para essa partida, ela seria chamada de "as aparências enganam". Não parecia que ia sair gol, saiu. Não parecia que sairia o empate, saiu. E não parecia que ia ter um vencedor no final. Teve! Os dois times já pareciam ter aceitado o resultado e o pontinho ganho para cada lado, quando em uma última tentativa Willians apareceria em velocidade no corredor esquerdo. No pico da área, ele bateu cruzado para boa defesa de Boeck. A bola, no entanto, sobraria para o estreante Iago, que bateu de primeira com o goleiro caído no chão e saiu para o abraço. Claramente em posição irregular o impedimento não foi marcado, e Iago, claro, nem quis saber. E nem a torcida do Galo, que outra vez fez o estádio pulsar. Dessa vez em definitivo.