Atualmente as duas seleções encaram uma competição. A feminina disputa a oitava Copa do Mundo, em contrapartida a masculina inicia Copa América. Enquanto a primeira busca prestígio, admiração e patrocínio a segunda segue enriquecendo a CBF e jogando bem ou não tem sempre destaque na mídia, nacional e internacional.

Com a Copa do Mundo Feminina acontecendo e o Brasil inteiro podendo acompanhar a competição na TV aberta, pela primeira vez em oito edições. A VAVEL Brasil fez uma comparação entre as duas seleções e os dois jogadores mais renomados do país, para entendermos melhor as diferenças entre os dois gêneros no esporte mais popular do mundo.

O abismo financeiro entre atletas de futebol. As mulheres que jogam pela Seleção Brasileira, ganham em média um quinto a menos que os jogadores da Seleção Masculina. Em uma matéria divulgada pela Folha de São Paulo em 2017, o valor que os jogadores recebiam da CBF era de R$ 500, 00 por dia, durante os dias de treinamento enquanto as mulheres recebiam metade desse valor. A diferença ficava maior quando os jogos eram fora do país, o valor da diária masculina era de R$ 1600,00 enquanto a feminina continuava nos R$ 250,00. 

Futebol no Brasil - Incentivo do Governo

Os times da Série A do Campeonato Brasileiro Masculino, para entrar no Licenciamento de Clubes da CBF, precisam manter uma equipe de futebol feminino, tanto no principal, quanto na base. Mas a regra não garante a profissionalização no país. No Brasil, a maioria das jogadoras de futebol é amadora. Uma pequena parte tem contrato em carteira de trabalho, no regime CLT. Por isso, muitas jogadoras recebem dos seus clubes ajuda de custo somente em acordos pontuais de prestação de serviço para disputar torneios sendo assim, não possuem salário fixo.

Das 23 atletas que atuam na Seleção Brasileira, 17 delas recebem o Bolsa Atleta, um programa do governo federal que ajuda financeiramente com pagamentos mensais. Nenhum jogador da seleção masculina que disputará a Copa América faz parte do programa. As jogadoras da seleção utilizam os recursos do programa para pagar despesas básicas como compra de chuteira, suplementos alimentar e até mesmo transporte para ir aos treinamentos.

Os valores recebidos pelas atletas variam de R$ 410 (categoria Base) a R$ 15 mil (Pódio). No caso da seleção feminina, as atletas contempladas recebem entre R$ 1.020 (categoria nacional) e R$ 3.500. Mesmo que apenas seis, das convocadas atuam pelo Brasil, jogar no exterior, não as impedem de serem agraciadas pelo programa. Os pagamentos na categoria Internacional variam entre R$ 1.020 e R$ 2.500 por mês, a depender dos resultados obtidos e do nível da competição.

Marta x Neymar

Eleita pela FIFA seis vezes como a melhor jogadora do mundo, Marta é a camisa 10 da seleção feminina. Enquanto, Neymar, ocupa o mesmo número da masculina, que por sua vez, nunca ganhou o referido prêmio. Marta também tem mais tempo de carreira que Neymar, acumulando mais títulos/prêmios/honrarias.

Grandes nomes, grandes craques. Vestindo a mesma camisa. A diferença está na remuneração. Nesse ponto, o jogador está muito à frente da rainha. Na transferência realizada para o PSG, Neymar foi avaliado em 600 milhões de dólares, para um período de cinco anos. 250 milhões de dólares foi para o Barcelona o jogador reembolsou 350 milhões de dólares no período. Além do dinheiro que o atleta ganha em publicidade e patrocínios. Os valores recebidos por Marta são bem menores. O salário anual da jogadora é em média 400 mil dólares. Nada comparado aos milhões do atual jogador do PSG. Neymar ganha 267x mais do que Marta ganha por ano. 

Copa do Mundo de Futebol Feminino 2019

A Copa do Mundo na França veio para mostrar ao mundo a evolução do Futebol Feminino. Segundo a FIFA, o torneio já bateu recorde na venda de ingressos – mais de 700 mil bilhetes vendidos – e com ingressos esgotados para várias partidas. Assim, independentemente do resultado do Brasil na competição, a oitava edição da competição  já representa uma vitória para as mulheres no esporte. 

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