De forma surpreendente, o Criciúma comunicou na manhã desta segunda-feira (18) a demissão do técnico Luiz Carlos Winck. Junto dele, deixam o clube o auxiliar Zé Carlos Marques e o preparador físico Luciano Ilha.

O treinador, que pegou a equipe na zona de rebaixamento, se despede com o Tigre na oitava colocação, com 34 pontos, a seis de distância do G-4. Após 21 jogos, Winck sai do time catarinense com nove vitórias, sete empates e cinco derrotas, deixando o clube com 53,9% de aproveitamento.

“Esperei o Luiz chegar nesta manhã e informei sobre a nossa decisão. Até fiquei surpreso, porque durante a conversa ele disse que, na semana passada, estava pensando em pedir demissão, que não conseguia tirar mais nada do time. O Luiz estava diferente, se sentindo impotente, mas ele fez o que pode e nos deixou numa posição boa, estamos a seis pontos do G-4. Foi bom para o Criciúma e para o Winck”, explicou o diretor executivo do clube, Edson Gaúcho.

O dirigente afastou qualquer problema de ambiente entre o técnico e os jogadores e disse apenas que a maior dificuldade foram os resultados ruins. No returno da Série B, o Tigre venceu dois jogos, empatou dois e perdeu um – sendo este o último jogo, um 2 a 1 diante do Juventude.

Técnico contesta diretor

Contradizendo o que foi dito por Edson Gaúcho durante a entrevista coletiva, Winck negou que a decisão da saída tenha sido em comum acordo. Em entrevista por telefone à Rádio Caxias, o treinador disse ter sido surpreendido com a demissão e que jamais havia pensado em pedir demissão, como fora dito pelo dirigente.

“Não tenho nada para falar sobre isso porque ninguém vai colocar palavras na minha boca. Eu sempre me senti feliz em relação ao Criciúma, agradeço a direção e a torcida, que sempre acreditou no meu trabalho. Em nenhum momento pensei em sair. Não vou ficar debatendo isso. O Edson tem o pensamento dele, tenho o meu, eu respeito e sigo meu trabalho”, disparou Winck.

O treinador enfatizou o trabalho desenvolvido, tirando o Criciúma da zona de rebaixamento e colocando na oitava colocação, a seis pontos do G-4, e disse que não encontrou razão para a demissão. “Não tem justificativa, esse é o problema. Até conversei com o presidente [Jaime Dal Farra] e não tem justificativa. Cada um tem o direito de achar o que quer e tem seu entendimento, mas não concordo e segue meu trabalho e assim vai”, lamentou.

Beto Campos é especulado

Neste primeiro momento, o nome que ganha mais força no clube é o de Beto Campos, técnico campeão gaúcho com o Novo Hamburgo. Após rápida passagem pelo Náutico, ele retornou ao Nóia para preparar a equipe visando o estadual do próximo ano.

A Rádio Difusora dá como certo o acordo entre os dois até o fim da Série B. Junto de Beto, viria o preparador físico Márcio Corrêa, que já teve outras passagens pelo Tigre, e mais recentemente esteve no Santa Cruz.

Dupla comanda time interinamente

Enquanto o nome do novo técnico não é confirmado, uma dupla de ex-jogadores do Criciúma comanda o time principal: o auxiliar técnico efetivo do clube Grizzo, campeão da Copa do Brasil de 1991, e o treinador do time sub-20, Cléber Gaúcho, capitão do título da Série B de 2002.

Sob o comando da dupla que fez história no Tigre, os atletas fizeram um treino de força e de core na academia do CT do clube na manhã desta segunda-feira. No período da tarde, o plantel fez um intenso trabalho técnico e tático no gramado.

O próximo compromisso da equipe será apenas no sábado (23), a partir das 16h30, diante do CRB, no Rei Pelé, em Alagoas.