Faltando menos de uma semana para o tão esperado início da temporada 2015/16 da NFL, a VAVEL Brasil prepara oito guias - um para cada divisão -, dissecando todas as 32 franquias componentes da liga profissional de futebol americano.

Confira neste as oito equipes que fazem parte da Divisão Oeste da Conferência Nacional (NFC), composta por: Seattle Seahawks, San Francisco 49ers, Arizona Cardinals e St. Louis Rams.

Arizona Cardinals

Localização: Glendale, AZ
Estádio: University of Phoenix Stadium – 63400 espectadores
Técnico: Bruce Arians
Campanha em 2014: 11-5
Principais chegadas: Mike Iupati, guard (San Francisco 49ers); Sean Weatherspoon, defensive end (Atlanta Falcons) e Chris Johnson, running back (New York Jets);
Principais saídas: Antonio Cromartie, cornerback (New York Jets); Darnell Dockett, defensive end (free agent) e Dan Williams, nose tackle (Oakland Raiders).

Por que o Arizona Cardinals pode fazer uma boa temporada?

O pesado investimento na linha ofensiva, visando proteger melhor o quarterback Carson Palmer, pode render bons frutos para o time de Glendale. Na temporada passada, as lesões seguidas de Palmer, titular, e Drew Stanton, reserva, interromperam o ótimo começo da equipe, que após nove vitórias seguidas, sofreu uma considerável queda de desempenho, não conseguindo avançar de fase na pós-temporada, onde caiu diante do Carolina Panthers.

Outra esperança da torcida de Arizona é que o jogo terrestre volte a funcionar e se fortaleça ainda mais com a aquisição do running back Chris Johnson, que chega para evitar o sobre carregamento de Andre Ellington, atual dono da posição.

A defesa, uma das melhores da NFL nos últimos anos, também é uma de suas esperanças. Desde a saída do ex-coordenador defensivo Todd Bowles (agora técnico do New York Jets), muito se questiona a respeito do trabalho do substituto, James Bettcher, ex-treinador de outside linebackers da franquia. Assim, caso as sólidas performances do sistema defensivo de Arizona, responsáveis por vitórias onde o sistema ofensivo mal produziu, continuem se repetindo – e o ataque não sofra novamente com baixas importantes, Arizona deve ir mais longe, certamente vencendo na pós-temporada, algo que não ocorre desde 2009.

Por que o Arizona Cardinals pode não fazer uma boa temporada?

Ter o seu principal passador vindo de uma lesão que o tirou do restante da última temporada após nove semanas de atuações consistentes, deixaria qualquer técnico e torcedor apreensivos e até mesmo desconfiados. Perder um dos nomes mais importantes da defesa e não possuir, no papel, outro jogador a altura para substitui-lo, então, nem se fala. Esse é o caso do Arizona Cardinals quando se trata das ‘dores de cabeça’ que a equipe poderá ter esse ano.

Carson Palmer retornará ao posto 10 meses depois de machucado, e Patrick Peterson, destaque da secundária, agora espera encontrar um companheiro para suprir a ausência do também cornerback Antonio Cromartie, que deixou a franquia durante o período de free agency.

Se não solucionados, tais fatores comprometerão a temporada do Cardinals que pode voltar a negativar sua campanha depois de dois anos seguidos com mais vitórias que derrotas.

San Francisco 49ers

Localização: Santa Clara, Califórnia
Estádio: Levi’s Stadium – 68500 espectadores
Técnico: Jim Tomsula
Campanha em 2014: 8-8
Principais chegadas: Reggie Bush, running back (Detroit Lions); Darnel Dockett, DE (Arizona Cardinals) e Torrey Smith, wide receiver (Baltimore Ravens);
Principais saídas: Frank Gore, running back (Indianapolis Colts), Michael Crabtree, WR (Oakland Raiders) e Mike Iupati, guard (Arizona Cardinals).


Por que o San Francisco 49ers pode fazer uma boa temporada?

Pensar em um cenário otimista e presumir uma boa temporada dos 49ers não significa apostar que a franquia alcance os playoffs, visto que evitar terminar o ano com recorde negativo já seria considerado algo acima das expectativas para Colin Kaepernick e cia. A tumultuada saída do ex-técnico da equipe, Jim Harbaugh, aposentadorias não-previstas, como as de Justin Smith e Patrick Willis, outrora prematuras, caso de Chris Borland e outras baixas, a exemplo das saídas do guard Mike Iupati, do wide receiver Michael Crabtree e do running back Frank Gore para outras equipes, deixaram a tona um elenco bastante desfalcado, entrando em um processo de reformulação.

Embora a situação defensiva não esteja, teoricamente, nada boa em San Francisco, o novo coordenador do setor, Eric Mangini, deve manter o mesmo sistema de seu antecessor, Vic Fangio. Isso pode resultar em um razoável desempenho da defesa dos Niners, e não catastrófico, como alguns esperam.

A possível aposta na titularidade do running back segundo-anista Carlos Hyde (terminou sua temporada de calouro com 333 jardas corridas para quatro touchdowns) deve ser uma das decisões de Tomsula agora acompanhado pelo novo coordenador ofensivo, Geep Chryst, buscando manter o time no top 10 da Liga no jogo corrido.

Colin Kaepernick, apesar de criticado pelo seu baixo desempenho no ano passado, dependerá também da linha ofensiva para protegê-lo da enxurrada de ‘blitzes’ que estão por vir em sua direção. Em 2014, o camisa 7 foi ‘sackado’ 52 vezes. Se privado o máximo possível de ser derrubado, Kaepernick irá depender tão somente de si, pois tem a disposição bons alvos, como os wide receivers Aquan Boldin e Torrey Smith (este recém-chegado) e o tight end Vernon Davis. Além disso, o ex-Lions Reggie Bush chega como uma boa opção, ora para correr com bola, ora até mesmo para recebê-la.

Por que o San Francisco 49ers pode não fazer uma boa temporada?

Contar com um novo coordenador, em um sistema tão importante – e peculiar - como é a defesa, nem sempre pode ser uma investida de sucesso. Ainda que o promovido Mangini tenha participado da Comissão Técnica na "Era Fangio", ele agora conta com um plantel mais limitado, e certamente encontrará dificuldades para obter um entendimento entre seus comandados.

Visto tal desafio somado com um possível fracasso, fica ainda a dúvida quanto a performance da enfraquecida linha ofensiva, a qual caberá a responsabilidade para abrir as corridas a Hyde e Bush e ainda por cima buscar dar maior tranquilidade a Kaepernick no momento de passar a bola.

St. Louis Rams

Localização: St. Louis, Missouri
Estádio: Edward Jones Dome - 66.000 espectadores
Técnico: Jeff Fisher
Campanha em 2014: 6-10
Principais chegadas: Akeem Ayers, linebacker (New England Patriots); Nick Foles, quarterback (Philadelphia Eagles) e Nick Fairley, defensive tackle (Detroit Lions);
Principais saídas: Sam Bradford, QB (Philadelphia Eagles); Zac Stacy, RB (New York Jets) e Jake Long, offensive tackle (Atlanta Falcons.

Por que o St. Louis Rams pode fazer uma boa temporada?

Projetar uma temporada de sucesso em St. Louis este ano significa levar em conta, especialmente, três fatores: A chance de um ano magnífico de calouro do running back Todd Gurley (primeira escolha da equipe no Draft desse ano); uma melhora – ainda maior de sua defesa; e um desempenho consistente de Nick Foles, remetendo-se ao quarterback que menos produziu turnorvers em 2013, e não um dos campões nesse quesito nos nove jogos que atuou no ano passado.

A aquisição do defensive tackle Nick Fairley durante a Free-Agency foi um ótimo negócio, e pode transforma-se na consolidação de uma linha defensiva já temida pelos passadores adversários. Caso tais situações aconteçam da melhor forma, os Rams, seguramente, brigarão por uma vaga aos playoffs.

Por que o St. Louis Rams pode não fazer uma boa temporada?

Depender quase exclusivamente da produção terrestre é uma maneira arriscada de impor um jogo ofensivo. Todd Gurley será bastante acionado – bem mais até que Nick Foles ou outra peça do ataque – e as coisas podem não acontecer como o planejado. Caso Gurley se machuque ou não renda o esperado, os Rams, novamente, ficarão de fora da pós-temporada. O corpo de recebedores também não transmite tanta confiança ao torcedor, pois não conta com nenhum destaque e/ou “referência”, detalhe que pode atrapalhar a atuação de Foles lançando.

Uma das hipóteses citadas acima, a de lesões, também vale para jogadores fundamentais da defesa, bem como o segundo-anista Aaron Donald e o defensive end Robert Quinn - um dos melhores da posição em toda a NFL -, que necessitam permanecerem saudáveis para que o rendimento defensivo em St. Louis não decline.

Seattle Seahawks

Localização: Seattle, Washington
Estádio: CenturyLink Field – 67.000 espectadores
Técnico: Pete Carroll
Campanha em 2014: 12-4 (derrotado no Super Bowl pelos Patriots)

Principais chegadas: Jimmy Graham, tight end (New Orleans Saints) e Cary Williams, cornerback (Philadelphia Eagles); Principais saídas: Max Unger, center (New Orleans Saints); James Carpenter, guard (New York Jets) e Malcom Smith, linebacker (Oakland Raiders).

Por que o Seattle Seahawks pode fazer uma boa temporada?

Já firmado defensivamente na Conferência Nacional, Seattle também possui um alto poder de fogo correndo com a bola. O running back Marshawn Lynch, juntamente com o dinâmico quarterback Russell Wilson, transformaram o ataque terrestre dos Seahawks no melhor da NFL em jardas. Mas lançando a bola, a história é diferente.

Até ano passado, sem possuir uma referência para os passes – além de uma frágil linha ofensiva, Wilson sofreu razoavelmente. E se não fosse Doug Baldwin, seu alvo de maior confiança, acompanhado do desempenho formidável da Legion Of Boom decidindo jogos, talvez Seattle não tivesse chegado ao seu segundo Super Bowl consecutivo.

Mas esse ano, tal dilema com o ataque aéreo deverá ser resolvido. Isso porque durante o mercado, os Hawks adquiriram Jimmy Graham, dos Saints. O tight end, apesar de não bloquear tão bem, possui uma crucial habilidade recebendo a bola. Seu rendimento nas últimas temporadas o tornou um dos melhores da posição em toda a Liga. Isso faz dele o fator ‘X’ para o 2015 da franquia, pensando em título.

Caso Graham consiga se adaptar, precisará apenas de uma “forcinha” de seu quarterback, da ‘besta’ Marshawn Lynch e, claro, de uma das melhores secundárias da NFL para levar à franquia a mais uma temporada vitoriosa.

Por que o Seattle Seahawks pode não fazer uma boa temporada?

Imaginar os Seahawks fracassando esse ano seria, no máximo, cogitar o time caindo, surpreendentemente, na Semana de Wild-Card. E olhe lá.

O principal problema para o treinador Pete Carroll está na linha ofensiva, setor que ficou ainda mais deficitário com as saídas do center Max Unger (negociado com o New Orleans Saints na transação por Jimmy Graham) e do guard James Carpenter.

Outros que deixaram Seattle no período de intertemporada foram Malcom Smith, que migrou para Oakland e Byron Maxwell, agora atleta pelos Eagles, ambos integrantes da defesa. Essas baixas em um setor que ganhou novo coordenador, após Dann Quinn aceitar o convite para ser técnico principal em Atlanta, deixam os fãs dos atuais-vice campeões com uma pulga atrás da orelha.

No entanto, para acontecer um desastre pelos lados de Seattle, só mesmo idealizando-se uma série de lesões de jogadores fundamentais do elenco, algo que é possível, mas não tão provável, ou até mesmo uma não-adaptação ao novo sistema – mesmo esse não se distanciando do esquema de Quinn, que prevalecia a forte marcação na linha de scrimmage – do promovido Kris Richard.

VAVEL Logo
Sobre o autor