Itajaí recebeu em abril, pela quarta vez, a The Ocean Race. Novamente, o evento foi um espetáculo na vila da regata, a marejada de Itajaí.

A competição neste ano passa por muitas mudanças. Uma delas está no nome. A Volvo não tem mais os naming rights e o antigo nome Volvo Ocean Race deixou de existir.

O que deixou saudades foi a ausência dos barcos gigantes da classe VO65 (Volvo Ocean 65). Desta vez, é somente a classe Imoca que realiza o trajeto volta ao mundo.

Os barcos VO65 fazem somente o circuito europeu. Os Imocas são veleiros mais velozes, que podem atingir até 70 quilômetros por hora e dá a impressão que voam quando atingem alta velocidade.

Mudanças sempre deixam o sentimento de que as tradições estão se perdendo. Na The Ocean, a sensação foi a mesma com a não vinda dos VOs65 a Itajaí. De início, tive a impressão que a “Fórmula 1 dos mares” tinha virado uma Transat Jacques Vabre um pouco mais encorpada.

Apesar da falta dos VOs65, a competição mantém o legado de desafio, mesmo com as mudanças. A The Ocean também passou a ter uma pegada mais sustentável ao longo dos anos, o que é muito bom.

O que não agrada é o trajeto da África do Sul até Itajaí pelo lado mais distante do globo, sem parada na Austrália. Não havia necessidade de expor os velejadores a tamanho risco.

Vale lembrar ainda que um dos tripulantes da Scallywag morreu no trajeto entre Auckland (AUS) e Itajaí na edição anterior da competição.

A competição precisa rever o trajeto. Não faz sentido jogar uma etapa com uma distância tão grande e, na Europa, fazer trajetos extremamente curtos. A The Ocean precisa achar um meio-termo.

Mesmo com algumas questões a serem revistas, torcemos para que a prova passe a ser tradicional também agora com os Imocas.