Especial VAVEL: Mundo afora, clubes promovem ações contra a LGBTfobia
Espalhados pelo mundo, clubes promovem ações contra a LGBTfobia

Este é o segundo de sete especiais da VAVEL Brasil, com produção de Amanda Bogo, Gabriel Menezes, Marcello Neves, Mariana Sá e Mateus Schuler. Você já viu o texto sobre a Relação e Inserção dos LGBTs no Esporte. Ao longo da semana, você poderá acompanhar "Torcidas LGBT brasileiras", "Ofensas direcionadas aos LGBTs/Reações de torcedores", "LGBTfobia nos esportes: casos mais famosos e reações dos envolvidos" e "Atletas que se declararam LGBT abertamente". Neste episódio, abordaremos a relação entre os clubes de futebol e as pessoas LGBT.

A relação ainda é árdua, mas vai começando a melhorar com o tempo. As torcidas vão começando a conviver com mais neutralidade e, devido a isso, os clubes passam a promover ações para incluir os LGBT dentro das arquibancadas, bem como em produtos específicos da marca, afim de dar maior reconhecimento fora até dos gramados.

Visando dar fim à cultura que trata o futebol como "coisa de homem" e com piadas recriminando as pessoas pelo gênero ou orientação sexual, são os times os responsáveis por dar tal inclusão. O torcedor é quem dá ao esporte maior reconhecimento, pois consome informações e reproduz a essência apresentada na área externa das quatro linhas.

Time de Marta, o Rosengård, da Suécia, tem aval da Uefa para colocar símbolo LGBT (Foto: Divulgação/Rosengård)
Time de Marta, o Rosengård, da Suécia, teve aval da Uefa para colocar símbolo LGBT na camisa (Foto: Divulgação/Rosengård)

Atitudes são vistas por todo o mundo, porém poucas dão repercussão e reconhecimento. Na Suécia, o Rosengård - da brasileira Marta - usa o símbolo para integrar seus simpatizantes, independente da sua origem e/ou religião. A estreia do uniforme com tal representação foi contra o FFC Frankfurt nas quartas de final da Champions League Feminina, por mais que a Uefa tivesse vetado de início.

Outra equipe que se mostrou favorável aos LGBT foi o Hertha Berlim. Com a torcida mais popular da capital alemã, o Urso viu os fãs ficarem divididos na construção do Muro, derrubado no dia 9 de novembro de 1989, ficando o lado oriental livre para mostrar solidariedade a rivais. A história de companheirismo seguiu firme durante os anos e, por isso, o clube repudiou uma faixa com conotação homofóbica dos torcedores, direcionada aos "Ultras" do Colônia: "WH96: Prefiro uma mãe que dois pais", em partida realizada em outubro de 2016.

Jogadores lamentam atitude negativa da torcida em partida contra o Colônia (Foto: Odd Andersen/AFP/Getty Images)
Jogadores lamentam atitude negativa da torcida em partida contra o Colônia (Foto: Odd Andersen/AFP/Getty Images)

No duelo anterior entre si, os aficionados pelo Bode parabenizaram 12 membros - 11 homens e uma mulher - que tiveram filhos no mês de fevereiro: "HB98: Uma mãe e 11 pais felizes". Através do Twitter oficial, os berlinenses criticaram a atitude: "Larguem essa estupidez! O Hertha Berlim sempre repudiou qualquer forma de discriminação”, escreveu o perfil.

No Brasil, o repúdio não foi ignorado. O Rio Claro, de cidade do interior de São Paulo homônima, lamentou atos negativos de seus torcedores. Criticando gritos como o de "Bicha" e outros de caráter pejorativo com o intuito de descriminar gêneros, o Galo Azul publicou uma mensagem em seu perfil no Facebook.

Foto: Divulgação/Rio Claro FC
Foto: Divulgação/Rio Claro FC

Também fora do país, na Espanha, duas agremiações desportivas têm dado exemplo positivo. Originado do povo e fazendo forte oposição à ditadura franquista, o Rayo Vallecano possui uma torcida anti-fascista e, isso, o fez mostrar sua essência. Em 2015, o escrete espanhol fez linha do segundo uniforme deveras chamativa. Com arco-íris, símbolo LGBT, os madrilenhos promoveram defesa a diversas causas sociais, que são costumeiramente recriminadas.

Foto: Divulgação/Rayo Vallecano

Também no país ibérico, o CD Guadalajara, da Terceira Divisão, não só fez uma camisa com as cores do movimento LGBT. O Guada produziu um vídeo promovendo o uniforme, buscando celebrar a "igualdade, a inclusão e a unidade", lemas da parada gay de Madri. No material, um jogador sai de dentro de um armário, fazendo intertextualidade com a expressão popular.

VAVEL Logo