O FC Porto recebeu e venceu o Nacional por 4-0, num jogo a contar para a 30ª jornada da Liga NOS 2015/16.

Em dia de eleições, os portistas reelegeram Pinto da Costa e viram o seu aviso surtir efeito nos jogadores: o presidente exigiu uma equipa que ultrapassasse os recentes maus resultados, jogasse "à Porto", e os pupilos de Peseiro voltaram às goleadas.

José Peseiro lançou Corona, André Silva e Varela no ataque, apostou em Rúben Neves, Sérgio Oliveira e Danilo (que alinhou como defesa central), relegando para o banco de suplentes Aboubakar, Suk e também Chidozie, e perfazendo um total de cinco portugueses no onze inicial.

Primeira Parte: Marcar cedo deu confiança

A equipa que esta noite envergava a azul e branca diante do seu público estaria certamente nervosa e envergonhada com os maus resultados, no entanto, estaria longe de imaginar um melhor início de partida. 

Os "dragões" inauguraram a contenda à passagem do minuto 2, por intermédio de Varela. Num remate forte e cheio de efeito, o extremo foi o rosto da esperança portista, fazendo uso da sua experiência para reerguer a alma azul e branca, na altura em que esta mais precisava: uma combinação de Corona com Maxi terminou no passe do uruguaio para o português, que recebeu a bola junto à entrada da área, fletiu para o meio e rematou, sem oposição, de forma certeira e com o pé esquerdo, sem hipóteses para Rui Silva.

Se o primeiro golo já se revelava uma ajuda preciosa para encarar a partida com um maior índice de confiança, Herrera surgiu para relembrar que este FC Porto ainda sabe resolver cedo uma partida, marcando o segundo passados 7 minutos. 

Aos 9', uma perda de bola dos insulares em processo de transição permitiu um ataque fatal: Corona, do lado direito, cruzou para Herrera, que encontrou uma defesa descompensada, dominou de forma orientada e levou o esférico ao encontro das redes pela segunda vez, sem problemas em fazê-lo também com o pior pé. 

Herrera festejou o segundo golo com a equipa // Foto: Facebook do FC Porto
Herrera festejou o segundo golo com a equipa // Foto: Facebook do FC Porto

Segunda Parte: Rui Silva brilhou e atrasou o terceiro

O Nacional tentou reagir à desvantagem, mas o FC Porto foi mesmo para o intervalo com um resultado confortável e que se haveria de manter inalterado desde essa fase madrugadora da partida.

Para isso, muito contribuiu o guardião dos visitantes, com uma exibição que evitou um resultado de proporções mais volumosas: entre outras jogadas, aos 18' e aos 27', parou dois cabeceamentos de André Silva, aos 33' respondeu da melhor forma a uma tentativa (também de cabeça) de Herrera, e aos 37' concedeu canto após um remate perigosíssimo de Corona, semelhante ao de Varela no lance do primeiro golo.

Na segunda parte, Luís Aurélio ainda ameaçou Casillas, com um remate fraco e de pé esquerdo, já dentro de área, mas o Nacional não estava nos seus dias.  De resto, até ao terceiro tento, Rui Silva continuaria a espalhar magia pelo Estádio do Dragão. Aos 55', Herrera rematou fortíssimo e em posição privilegiada, no coração da área, para uma defesa soberba do guarda-redes insular.

Goleada começou em lance de laboratório 

O jogo perdia ritmo e ambas as equipas pareciam algo conformadas com o resultado, até que, aos 67', Danilo aumentou a diferença e começou a dar contornos de goleada ao resultado.

Num canto estudado, Rúben Neves colocou a bola rasteira para Varela, que tocou de calcanhar para Corona cruzar, de primeira, para o médio ex-Marítimo marcar ao antigo rival da Ilha da Madeira. Tudo bem feito e muito rapidamente, com o camisola número 22 a surgir já dentro da pequena área e no meio de dois defesas, cabeceando como ditam as regras, agora novamente sem hipóteses para o homem que defendia as redes do Nacional.

Incrível Rui Silva só foi travado pela classe de Aboubakar

Os três pontos já não escapavam, os dragões regressariam às vitórias, mas Peseiro ainda lançou Aboubakar e Francisco Ramos para os lugares de André Silva e Sérgio Oliveira.

Aos 83' e 84', Rui Silva coroou uma exibição extraordinária com mais duas excelentes defesas: primeiro, correspondendo da melhor forma a um remate fortíssimo e colocado de Herrera, e depois defendendo um remate potente já dentro da área de Aboubakar, de forma igualmente impressionante.

O FC Porto procurava o quarto e, um minuto depois, Aboubakar entendeu que seria preciso classe para bater o guarda-redes visitante. O camaronês estabeleceu o marcador final nos 4-0 com um remate picado por cima de Silva, já dentro da área, após assistência de Danilo: um chapéu perfeito, restando apenas dúvidas quanto à regularidade da posição do avançado.

Aboubakar celebrou o quarto golo do FC Porto // Foto: Facebook do FC Porto
Aboubakar celebrou o quarto golo do FC Porto // Foto: Facebook do FC Porto

Fica ainda uma nota para o facto de, aos 86', Peseiro ainda ter lançado Marega, para o lugar de Varela, esgotando as três substituições disponíveis.

Findo o período de descontos, o FC Porto conseguiu o mais importante e regressou aos triunfos no seu estádio, num jogo onde a goleada poderia ter tomado valores astronómicos, não fossem a inspiração e a qualidade de Rui Silva a travar inúmeras investidas azuis e brancas.

Peseiro, aqui a chegar ao banco de suplentes, voltou às vitórias. (Fonte: Getty Images)
Peseiro, aqui a chegar ao banco de suplentes, voltou às vitórias // Foto: Getty Images

Os "dragões" seguem em terceiro lugar, a 10 pontos do Sporting e a 9 do Benfica, que ainda não entrou em campo nesta jornada.