No onze tipo sabemos que Jorge Jesus confia, mas...e no seu lote de suplentes, confiará? O jogo diante do Sporting, na Luz, não deu provas de uma resposta afirmativa: Jesus passou 85 minutos sem efectuar nenhuma alteração, algo que não acontecia há 8 anos na formação encarnada - terá sido somente uma coincidência?

Jogar pelo seguro foi...não mexer

O técnico da Luz apenas quebrou esse padrão para lançar Derley, uma das contratações de Inverno, mas, o brasileiro entrou quando o próprio jogo estava de saída: de nada serviu a substituição, tão tardia (e por isso inócua) que foi. Terá o comportamento de Jesus reflectido a sua falta de confiança nas capacidades das reservas encarnadas?

Com alguns jogadores claramente abaixo dos óptimos níveis físicos habituais, Jesus decidiu manter a equipa inalterada, congelando o banco e adiando, até final, qualquer, ainda que subtil, mudança: o movimento ofensivo de colocar Derley surge tarde, Jara não foi opção, Bebé também não; será exagerado pensar que o técnico da Luz não viu no seu banco qualidade suficiente para estar à altura das exigências de um «derby»?

Diferenças...abissais?

De facto, se compararmos tarimba e a capacidade global de jogadores como Luisão, Enzo, Gaitán, Salvio ou Lima, rapidamente compreendemos que outras valias, como Bebé, Franco Jara, Lisandro López, Derley, Ola John ou Pizzi, não estão no mesmo patamar que as primeiras opções - aliás, a diferença é até bem considerável.

As contratações de Samaris e Cristante reforçaram qualitativamente o miolo encarnado, mas, quanto aos restantes sectores (principalmente as extremidades e o ataque), poucos são os motivos para jubilar...pelo menos actualmente. Pizzi ainda precisa de mostrar que poderá afirmar-se no clube, Ola John não convence Jesus, Derley adivinhava-se titular mas foi relegado para o banco, Bebé ainda não merece a confiança do técnico, e Jara tem dificuldade em mostrar mais que atabalhoamentos.

Apesar de não figurarem na lista de convocados para o «derby», também Nélson Oliveira e Miralem Sulejmani figuram como hipóteses...ténues, já que ambos parecem devotados a uma espécie de 'esquecimento' prolongado: o sérvio parece na calha para abandonar o Benfica e o luso parece ter pela frente outra época feita de um papel secundário.

Caso a resposta à duvida aqui aflorada seja, efectivamente, a falta de confiança nas qualidades de parte do plantel (considerável), restará indagar quais as razões que levaram, tanto a direcção como o corpo técnico, a construir um plantel que apenas agradará parcialmente ao responsável técnico. Jesus pediu «um guarda-redes, um médio e um avançado» mas, aparentemente, a sua lista de desejos seria bem mais extensa...tendo em conta a apatia vivida no banco de suplentes encarnado à hora do Benfica x Sporting.