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Eliminação no basquete masculino foi cruel e um choque de realidade

A Seleção Brasileira foi eliminada da Rio 2016 com duas vitórias e três derrotas

Eliminação no basquete masculino foi cruel e um choque de realidade
(Foto: Divulgação/FIBA)
luizasaribeiro
Por Luiza Sá

A Seleção Brasileira de basquete sofreu um duro choque de realidade nesses Jogos Olímpicos. Após vencer a Nigéria, uma derrota da Argentina para a Espanha acabou com o sonho da medalha olímpica. Era uma missão difícil, até pelos times que integravam o Grupo B, mas a eliminação veio com requintes de crueldade e o sentimento de que poderíamos ter feito mais.

Seria pegar um caminho muito fácil dizer que os adversários eram superiores. Sim, a maioria deles até era, mas o Brasil mostrou que dava para bater de frente com todos eles. Na primeira partida, contra a Lituânia, o péssimo desempenho no primeiro tempo matou qualquer chance brasileira, mesmo que tenha havido uma reação no final. Daí tiramos a vontade, a confiança e a raça que nos fez bater a Espanha na rodada seguinte. Veio a Croácia e mais uma sequência de erros. Um jogo cheio de altos e baixos, sem a constância necessária para se impor durante o confronto.

O duelo contra a Argentina talvez tenha sido a figura do basquete brasileiro nessa Olimpíada. Com inúmeras chances de fechar o jogo, até antes da primeira prorrogação, é possível e até justo dizer que a Seleção perdeu para si mesma. Os erros e a incrível falta de regularidade dentro das partidas custaram muito caro para o Brasil, que poderia usar essa campanha olímpica para reforçar o poder do esporte no país.

É preciso olhar para a estrutura. O problema não está apenas fora, mas dentro desse corpo do basquete. O campeonato nacional diz muito. Flamengo e Bauru, atuais campeão e vice do NBB e dois dos principais times do país, estão com problemas para renovar seus elencos e conseguir patrocínios. O buraco é bem mais embaixo e, se não houver incentivo e renovação, teremos ainda mais problemas no futuro.

Ainda há um longo - muito longo - caminho a ser percorrido. Não é justo dizer que apenas o rendimento em quadra foi aquém do que era esperado. É necessário ir mais fundo e analisar o que nos fez chegar a esse momento. Volto a fazer um pedido antigo às entidades responsáveis pelo basquete brasileiro: precisamos crescer. Não deixem esse esporte tão transformador cair na estrada sem volta do esquecimento. 

Nenê foi o grande destaque da Seleção Brasileira

(Foto: Divulgação/FIBA)
(Foto: Divulgação/FIBA)

Vale destacar que Nenê Hilário foi o destaque positivo do torneio. O atleta vive uma relação conturbada com a torcida brasileira há alguns anos, já que recusou algumas convocações e foi criticado publicamente pelo ídolo Oscar. Em 2013, Nenê chegou ao Brasil como a grande atração do jogo entre Bulls e Wizzards, pelo NBA Global Games, no Rio de Janeiro, e acabou sendo fortemente vaiado.

Ele deu tudo de si. Chamou a responsabilidade quando necessário e acabou como o principal jogador da Seleção. No total, foram 65 pontos (média de 13 por partida), 32 rebotes (6,4 por partida) e 15 assistências (3 por partida).