Após campanhas fracassadas e muito abaixo do esperado pela Confederação Brasileira de Basquete nos Jogos Olímpicos Rio 2016, Antonio Carlos Barbosa e Ruben Magnano não terão contratos renovados com as seleções feminina e masculina, respectivamente. O anúncio oficial foi feito no site da CBB na tarde desta terça-feira (23).

Acabou o ciclo olímpico e, com ele, a caminhada de Magnano e Barbosa no basquete brasileiro. Os treinadores, que tem contrato até o dia 31 de agosto, não vão renovar com a CBB e dão adeus ao comando técnico da seleção brasileira de basquete. 

São dois excelentes profissionais, medalhistas olímpicos e que deram sua contribuição para as equipes nacionais. Por isso, a Confederação agradece o profissionalismo e a dedicação de cada um. Como nos próximos meses não teremos nenhuma competição adulta, os substitutos serão definidos oportunamente”, afirmou Vanderlei Mazzuchini, Diretor Técnico da Confederação.

Os dois treinadores não conseguiram manter o planejamento bom para os Jogos Olímpicos e caíram logo na primeira fase do torneio. O basquete feminino saiu sem nenhuma vitória e ficou em último no Grupo A. Já o masculino venceu duas partidas, contra Espanha e Nigéria, mas não se classificou.

A passagem do argentino Magnano foi bem conturbada. Entre pedidos de dispensa de grandes estrelas da NBA e a tentativa da reconstrução da seleção brasileira, o treinador do time masculino tentou colocar sua experiência durante os seis anos e meio que passou na equipe. Medalha de ouro em Atenas 2004, ele conseguiu uma nova identidade ao time e levou o Brasil de volta aos Jogos Olímpicos depois de 16 anos. O ouro no Pan-Americano de Toronto, em 2015, foi a única conquista nesse período.

"Estou muito gradecido por tudo que o Magnano fez, ele deu uma contribuição enorme para o basquete brasileiro. Jogamos de igual de igual com todo mundo, temos uma seleção competitiva, o que não é pouco coisa, e é muito por mérito dele. Um profissional que contribuiu demais, mas é óbvio que em todo trabalho a performance é importante e infelizmente o resultado não veio. O contrato dele acaba agora e não vamos renová-lo. Mas vamos fazer isso com calma e sem pressa. O calendário nos favorece, pois só teremos competição no segundo semestre do ano que vem, que são os prés-mundiais, e além disso teremos uma eleição em março, onde tudo pode mudar, por isso temos que ter bastante cuidado. Outro legado que ele deixou foi que hoje nós temos treinadores brasileiros com capacidade para assumir a seleção", comentou o diretor de seleções da CBB.

Antônio Carlos Barbosa assumiu a seleção feminina em dezembro do ano passado exatamente para o período olímpico e chegou a afirmar que confiava no time para buscar um pódio, mas não foi o que aconteceu. O ambiente conturbado da equipe atrapalhou o treinador, mas ainda assim ele conseguiu vencer o Campeonato Sul-Americano, 23º título do Brasil, e conquistou vaga para a Copa América 2017.

Ainda não foi confirmado quem assumirá a posição de treinador em nenhuma das equipes e a CBB só deve anunciar mais para frente. José Neto, treinador do Flamengo e auxiliar de Magnano, é o nome favorito para a seleção masculina.