Al-Hussein desiste do segundo turno, e Blatter é reeleito para quinto mandato na Fifa

Em meio ao maior escândalo de corrupção da história do carro-chefe do futebol, Joseph Blatter conquista sua quarta reeleição na entidade

Al-Hussein desiste do segundo turno, e Blatter é reeleito para quinto mandato na Fifa
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Por Luís Francisco Prates

Nesta sexta-feira (29), no segundo dia do 65º Congresso da Fifa, em Zurique, na Suíça, foram realizadas as eleições presidenciais da entidade que comanda o futebol. Joseph Blatter confirmou o favoritismo ao derrotar o príncipe jordaniano Ali Bin Al-Hussein no pleito. O suíço comanda a Fifa desde 1998, quando sucedeu o brasileiro João Havelange, e foi reeleito pela quarta vez. O quinto mandato do dirigente vai até 2019.

A reeleição de "Sepp" Blatter se desenrolou após o príncipe ter desistido de disputar o segundo turno, que ocorreria pelo fato de o atual mandatário não ter obtido 2/3 dos votos das 209 federações filiadas à Fifa. No primeiro turno da votação, o europeu recebera 133 votos, contra 73 do árabe.

Em seu discurso pós-vitória, Blatter cobrou mais participação das mulheres na entidade. "Agradeço por me aceitarem pelos próximos quatro anos. Não vou desafiar vocês, mas temos de resolver problemas de organização dentro da Fifa. Precisamos de maior representatividade das federações, precisamos de mulheres, precisamos que as vozes repercutam na Fifa. Eu assumo a responsabilidade por trazer a Fifa de volta", disse.

O cartola de 79 anos garantiu que esse será seu último mandato na Fifa. "Estou convencido de que faremos isso. Sou um homem persistente. Disse a vocês, gosto de vocês, gosto do meu trabalho, gosto de estar aqui. Não sou perfeito, ninguém é. Então, eu agradeço. Prometo a vocês que, no fim do meu mandato, darei a Fifa ao meu sucessor em uma posição muito forte", completou.

Depois de anunciar sua desistência da corrida eleitoral, Al-Hussein agradeceu aos que lhe depositaram o voto. "Eu só queria agradecer a todos vocês. Foi uma bela jornada. Eu gostaria especialmente de agradecer a vocês que foram bravos o suficiente para votar em mim", declarou.

A eleição aconteceu em meio à maior crise pela qual a organização passa. Na última quarta-feira (27), sete integrantes do alto escalão da federação internacional de futebol receberam voz de prisão na Suíça. Entre os presos está José Maria Marin, ex-presidente da CBF. Os dirigentes são acusados de fraude, corrupção, extorsão, lavagem de dinheiro e pagamento de propinas em valores que giram em torno de US$ 150 milhões (aproximadamente R$ 450 milhões).

A ação do FBI e do Departamento de Justiça dos EUA coloca em xeque a credibilidade da Fifa, que já começa a sofrer pressão de parceiros comerciais. Empresas que patrocinam eventos do carro-chefe do futebol se mostraram descontentes com o recente escândalo.

Sem o presidente Marco Polo Del Nero, que deixou a Suíça e voltou ao Brasil logo após a operação que prendeu Marin, a CBF foi representada por Mauro Carmélio, presidente da Federação Cearense de Futebol, na votação.