Com grande atuação de Lloyd, EUA goleiam Japão e conquistam Copa do Mundo Feminina

Em terras canadenses, a meia Carli Lloyd anotou três gols na expressiva vitória de 5 a 2 dos Estados Unidos sobre as atuais campeãs mundiais - um deles do meio-campo; norte-americanas adquiriram terceira taça da Copa do Mundo Feminina e tornaram-se as maiores campeãs da competição

Com grande atuação de Lloyd, EUA goleiam Japão e conquistam Copa do Mundo Feminina
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Por Luís Francisco Prates

Neste domingo (5), no BC Place, na cidade canadense de Vancouver, os Estados Unidos não tomaram conhecimento do Japão e faturaram o terceiro título da Copa do Mundo Feminina. A vitória por 5 a 2 veio graças a três gols da meia Carli Lloyd, um da meia-atacante Lauren Holiday e um da meia Tobin Heath. A zagueira Julie Johnston, contra a própria meta, e a atacante Yuki Ogimi descontaram para a seleção nipônica.

História bem diferente da final da edição passada, na qual as japonesas foram campeãs justamente contra as norte-americanas, ao vencerem nos pênaltis.

Com a taça conquistada hoje, as norte-americanas se isolam no topo da lista das maiores campeãs do futebol feminino. A Alemanha vem logo atrás, com dois troféus, seguida por Noruega e Japão, que compartilham uma conquista entre si.

Em início impressionante, EUA fazem 4 a 0 com 16 minutos de jogo

As norte-americanas começaram a todo vapor. Os States saíram na frente logo aos três minutos. Após escanteio cobrado, Lloyd se antecipou à zaga japonesa e inaugurou o marcador.

Não demorou para a contagem de gols ser ampliada. Em nova cobrança de escanteio, a bola sobrou para Lloyd após bate-rebate na área, e a meio-campista mostrou oportunismo mais uma vez. Lance semelhante ao do primeiro tento. Em cinco minutos, o placar já apontava 2 a 0 para os Estados Unidos.

Claramente abatidas, as orientais tentavam propor jogo em seu campo ofensivo, a fim de baixar os ânimos da equipe adversária. Entretanto, o passeio americano continuou. No momento em que o relógio marcava 14 minutos, Holiday aproveitou falha da defensora Iwashimizu e, em um potente chute, fez o terceiro gol das ocidentais.

Aos 16, Carli Lloyd entrou para a história das Copas do Mundo - considerando tanto a feminina quanto a masculina - ao anotar o hat-trick mais rápido da história do torneio. E o recorde veio em grande estilo, com um gol marcado do meio-campo. A camisa 10 percebeu a goleira Kaihori adiantada e arriscou do círculo central. A meia-campista viu a bola encobrir a arqueira e "morrer" no fundo das redes.

Outras oportunidades vieram. No minuto seguinte, Lloyd aproveitou cruzamento pela esquerda e cabeceou com perigo. O Japão respondeu com Sameshima, que obrigou Hope Solo a fazer grande defesa. Logo depois, foi a vez de Kaihori trabalhar, em chute de Alex Morgan. Um alento para quem sofreu o gosto amargo de quatro gols em um curto espaço de tempo.

Com uma vantagem gigantesca em mãos, os EUA diminuíram o ritmo. E as nipônicas esboçaram uma reação. Com 27 minutos no relógio, Ogimi recebeu cruzamento na direita, dominou a pelota, passou pela marcação e não deu chances para Hope Solo.

A atacante japonesa voltou a dar trabalho à defesa norte-americana aos 29, quando parou na goleira oponente. Na sobra, Ohno tocou para Miyama, que obrigou Solo a trabalhar mais uma vez.

Para brecar qualquer reação das rivais, os Estados Unidos voltaram a tomar conta do campo de ataque na reta final da primeira etapa. O quinto gol não veio, mas o domínio foi uma "ducha de água fria" para as samurais.

Japão reage, mas norte-americanas confirmam título

A primeira grande chance de gol da segunda etapa veio aos quatro minutos, no momento em que Brian arriscou de longe e viu Kaihori fazer grande defesa.

No lance seguinte, o Japão diminuiu a distância para os EUA no placar. Após bola alçada na área, Johnston tentou afastar de cabeça e marcou contra o próprio patrimônio.

A animação japonesa, entretanto, durou pouco. Aos nove minutos, em novo lance de bola aérea, Heath aproveitou cochilo da defesa adversária e fez 5 a 2.

Só um milagre de proporções bíblicas daria o título à seleção japonesa. Mesmo assim, as orientais continuaram tentando diminuir a enorme diferença no marcador. Contudo, tinham dificuldades para encontrar espaços na defesa americana.

Soberanos na decisão, os Estados Unidos seguiram criando oportunidades de tornar a vantagem ainda mais elástica. O'Hara e Morgan eram as atletas mais empenhadas em um segundo tempo com baixo ritmo. Do outro lado, Sameshima e Sugasawa eram as mais acionadas.

Apenas no aguardo pelo apito final, os States administraram o resultado nos últimos instantes. Quando a árbitra ucraniana Kateryna Monzul apontou o centro do campo, era a hora de festejar. A revanche das Yanks foi um "prato frio" para as samurais.

Inglaterra vence Alemanha na prorrogação e fatura terceira colocação

No último sábado (4), no Commonwealth Stadium, em Edmonton, a Inglaterra, sensação do Mundial Feminino, superou a Alemanha na disputa do terceiro lugar. A partida foi decidida por um gol de pênalti da meia Fara Williams no segundo tempo da prorrogação.

A medalha de bronze marcou o melhor desempenho das inglesas no Mundial Feminino - o segundo melhor do futebol inglês em Mundiais, atrás somente do título da edição masculina de 1966, ano em que a própria Inglaterra foi país-sede.