O Atlético de Madrid faz história na Uefa Champions League. Após 40 anos sem figurar entre as quatro melhores equipes da Europa, os comandados de Diego Simeone venceram o Barcelona, por 1 a 0, nesta quarta-feira (09), e avançaram às semifinais da competição. Koke foi o autor do gol histórico para delírio dos torcedores presentes no estádio Vicent Calderón. Felicidade madrilenha e tristeza catalã em um dos clássicos mais eletrizantes dos últimos anos.

Invicto e com a melhor defesa da competição, o Atlético de Madrid junta-se à Real Madrid, Chelsea e Bayern de Munique nas semifinais da Champions League. Após 40 anos, a torcida colconhera volta a ter sua equipe figurando o grande escalão do futebol europeu. Diego Simeone volta a fazer história frente ao clube. 

Eliminado, o Barcelona volta suas atenções para o Campeonato Espanhol, onde ocupa a segunda colocação com 78 pontos. Presença recorrente entre as quatro melhores equipes da Europa, o clube catalão amarga a não classificação para as semifinais, fato que não ocorria desde 2007, quando o Liverpool foi o algoz da ocasião. O Barcelona também amarga a sua pior sequencia nos últimos anos de Champions League. Após o título conquistado em 2011, o clube foi eliminado duas vezes na fase de semifinal. Agora, tem sua derrota na fase anterior, durante às quartas.

Pressão colchonera resulta em gols e bolas na trave

A mescla de confiança e motivação da torcida colchonera foram os ingredientes fundamentais para transformar o Vicent Calderón em um caldeirão, de maneira literal. Mesmo com a vantagem do empate, o Atlético de Madrid, a mando de Diego Simeone, trancou o meio campo e marcou a saída de bola catalã, desesperando seu adversário. Logo aos seis minutos, Adrían recebeu um lindo lançamento nas costas de Mascherano e fuzilou a trave de Pinto. Na sequência da jogada, Raúl Garcia cruzou, Villa desviou para o meio da área e Koke completou para o gol. Explosão nas arquibancadas.

Aproveitando o embalo, por pouco os rojiblancos não ampliaram a vantagem. Sergio Busquets falhou na intermediária e Koke aproveitou para retormar a posse de bola. O camisa 6 avançou e acertou uma assistência primorosa para David Villa que, de frente para o gol, acertou a segunda bola no travessão do Barcelona com menos de 15 minutos do primeiro tempo. Quando os culés pareciam ter conseguido impôr seu toque de bola e controlar o jogo, veio mais um susto. Em novo lançamento de Raúl Garcia, o mesmo Villa apareceria mais uma vez nas costas da defesa e faria o travessão de Pinto tremer em mais uma oportunidade, tirando suspiros de lamentação da torcida.

A primeira finalização e grande oportunidade do Barcelona no primeiro tempo veio aos 24 minutos. Neymar, novamente atuando pelo lado direito do campo, venceu Juanfran na velocidade antes de completar um lindo drible entre as pernas de Tiago e cruzar para Messi, no centro da grande área, finalizar próximo ao poste direito de Courtois. O camisa 11 catalão, assim como na partida de ida, voltou a ser o melhor em campo por parte de sua equipe, buscando o jogo e - em muitas oportunidades - sofrendo faltas que resultaram em cartões amarelos para Raúl Garcia e Juanfran, seus principais marcadores. Com o 'tiki-taka' sendo perfeitamente anulado pela marcação do Atlético de Madrid, o Barça passou a apostar nos cruzamentos para área, mas sem causar grandes perigos.

Aos 40, veio o primeiro lance polêmico da partida. Adrián López recebe lançamento em profundidade, se enrosca com Mascherano e cai dentro da grande área. O atacante colconhero pede a penalidade, mas o árbitro Howard Webb manda o jogo seguir para desespero de Diego Simeone. Logo em sequência, foi a vez do Barcelona fazer a sua reclamação. Fàbregas aplicou um belo drible em Godín e foi tocado na perna esquerda, também na grande área. Tata Martino reproduziu o mesmo semblante de desolação pela não marcação da falta. 

Atlético segura o Barcelona e avança às semifinais

Se no primeiro o Atlético de Madrid começou de maneira alucinante, a segunda etapa foi a vez do Barcelona ditar os moldes iniciais. Xavi viu Neymar entrando em profundidade pelo meio da defesa colconhera. O camisa 11 driblou Courtois, mas não teve ângulo para finalizar. Messi pegou o rebote, mas também foi atrapalhado. Na última tentativa, Daniel Alves tentou tocar por cobertura, mas a bola morreu na rede superior da meta rojiblanca. Melhor postado e com maior posse de bola, o Barcelona passou a administrar a partida e pressionar um Atleti que se fechava em blocos.

Com a pressão catalã, Diego Simeone promoveu a entrada de Diego Ribas para colocar mais um homem fechando a zona de meio-campo e criar uma elo para o contra-ataque, que naquela altura poderia decidir a partida. Já Tata Martino substituiu o esquentado Césc Fàbregas para dar lugar a Alexis Sanchez, buscando movimentação no campo de ataque. Em primeira instância, a mudança colchonera foi a primeira a surgir efeito. O próprio Diego Ribas avançou pelo lado direito e obrigou Pinto a fazer uma grande defesa, impedindo o segundo gol.

O contra-ataque do Atlético de Madrid mostrou sua face aos 25 minutos, Gabi tabelou com David Villa e saiu livre, da intermediária até a frente do gol. Pinto, de maneira espetacular, salvou o Barcelona com a ponta da chuteira. Logo em seguida, a defesa catalã bateu cabeça, David Villa caiu na área e reclamou de pênalti. Sem a marcação do árbitro, a bola sobrou para Diego Ribas que perdeu o tempo de bola ao tentar o corte para a perna esquerda e acabou desarmado. Em resposta veio Neymar, aos 32, desviando o cruzamento de Daniel Alves, cabeceando rente a trave direita de Courtois.

No desespero, o Barcelona soltou-se ao ataque de maneira desordenada, cedendo espaços gigantes na defesa. Sem grandes oportunidades, foi o Atlético de Madrid que teve a última oportunidade da partida. Cristian Rodríguez, avançando desde antes da linha de meio campo, finalizou forte, obrigando Pinto a se esticar para tocar para escanteio. Foi o último suspiro de futebol antes do apito final, para delírio da torcida presente no Vicent Calderón.