Samba azulgrana

Da histórica conexão Brasil-Barcelona, brotam inesquecíveis vivências para um sócio que jamais cansará de desfrutar do samba mais azulgrana.

Samba azulgrana
Foto: Dani Mullor (VAVEL.com)
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Por Marcello Neves

Faz um ano que a empresa Stochos Sports Entertainment ralizou um estudo que revelou que o Barcelona era o clube estrangeiro com mais simpatizantes no Brasil. Um a cada quatro brasileiros sentia simpatia pelo clube, forjado principalmente pelas recordações deixadas por estrelas do futebol brasileiro como Romário, Ronaldo, Rivaldo, Ronaldo, Ronaldinho. Mas o fato é que a vinculação azulgrana com o Brasil existe há mais de oitenta anos.

O maranhense Fausto dos Santos foi o pioneiro na histórica vinculação futebolística entre Brasil e Barcelona. Tratava-se de um meia que distribuia o jogo com maestria. Descoberto pelo Barcelona durante um amistoso do Vasco da Gama pela Europa. Na equipe cruzmaltina, era conhecido como a "Maravilla negra" e aquela grande equipe liderada por Fausto partiu do Rio de Janeiro a bordo do návio Arlanza, em 1931, para assombrar os estádios europeus. Real Madrid, Celta de Vigo e Barcelona se encantaram com o meia maranhense. Em Portugal, em amistoso entre os vascaíno e um combina de jogadores de Sporting e Benfica, o jornalista português Alberto de Freitas quis resumir sua qualidade com um comentário certamente desafortunado: "O meiocampista faz verdadeiras maravilhas, passando a vontade pelo campo. Com tanta categoria, até parece ser branco". Fausto não pode figurar no seleto grupo de fundadores do futebol brasileiro, mas na sua época poucos jogadores tinham tanto talento como ele. E, muitos o apontam como o melhor meia de sua geração; Leonidas e Domingos (craque da época) ficaram na memória, mas Fausto terá sua memória lembrada pela sua genialidade. Uma das razões por não ter se afirmado no Barcelona foi pelo seu descompromisso junto a boêmia, a noite, e os clubes noturnos. Fausto foi um daqueles craques que se forma prematuramente, pedindo na madrugada e com saúde delicada que foi-se deteriorando progressivamente.

A efímera fase do meia brasileiro com a camisa culé não impediu de receber por parte da France Football uma crítica altamente positiva: "Fausto faz com espantosa facilidade o que outros não fazem com esforço sobre-humano. Com seu futebol maravilhoso, veio a ensinar a Europa como deve-se jogar um meiocampo". Por fim, o jogador brasileiro teve vários desencontros com os dirigentes blaugranas, que queriam que o jogador atuasse mesmo doente (sofria de tuberculose). Assim somando todo o dinheiro que ganhava, não podia manter a bohemia nas madrugada barcelonesas e realizar o tratamento. Realizou 30 partidas oficiais e anotou apenas três gols.

A tuberculose o matou 1939, com 35 anos, mesma época em que Jaguaré Bezerra Vasconcelos, ex-goleiro do Vasco, chegou ao clube. Assim como Fausto, foi ídolo do Vasco e um dos primeiros a ter sorte no futebol europeu. Cuando acertou com o Barcelona, teve que regressar ao Brasil para não ser escalado para o serviço militar. Foi o primeiro arqueiro brasileiro a atuar na Europa e, já pelo Olimpique de Marsella, o primeiro a anotar um gol em partidas oficiais.

No caminho destes futebolistas brasileiros, que passaram rapidamente pelo Barcelona, existe outra curiosaidade que história que poderia ter mudado a história do Barcelona. Pois investigando papeis antigos, descobriu-se que em 1932 o Mundo Deportivo abria sua edição com a seguinte matéria: "Embarcará no Rio de Janeiro, rumo ao Barcelona, Jaguaré e o fenomental Leonidas da Silva".

Se esperava que o fenômeno de apenas 19 anos, chegasse ao Barcelona após jogar sua partida de despedida pelo Bonsucesso. Tanto Fausto, como Jaguaré, sabiam das qualidades de Leonidas, mas o jogador nunca chegou a assinar com o clube e acabou indo para o Peñarol.

O seguinte a chegar de terras brasileiros foi Lucidio Batista da Silva, apelidado de 'Cabeção'. Contratado para a posição de extremo direito, disputou apenas seis partidas e marcou um gol entre 1947 e 1949. Lucidio teve a honra de ser o primeiro brasileiro a debutar em uma partida oficial com a camisa culé. Sua passagem pelo história azulgrana se reduz apenas a isso, ainda que o clube tenha ganho duas Ligas, uma Copa Latina e uma Copa Eva Duarte.

El siguiente en llegar de tierras brasileñas fue Lucidio Batista da Silva, apodado el cabezón. Se desenvolvía en la posición de extremo derecho, y dejó la efímera huella de tan solo seis partidos disputados y un gol entre 1947 y 1949. A Lucidio corresponde el honor de ser el primer brasileño en debutar en partido oficial con la camiseta culé. Su paso por la historia azulgrana quizás se reduce tan solo a eso, aunque durante esa etapa el Barça ganara dos Ligas, una Copa Latina y una Copa Eva Duarte.

Evaristo, fora de série

Evaristo de Macedo (1957-62) foi sem dúvida a primeira grande estrela brasileira do Barcelona. Chegou junto ao Flamengo, em 1957, contratado pelo lendário Josep Samitier. Anotou 178 gols nas 226 partidas que atuou durante cinco temporada, destacando-se pela maneira que era destaque em clássicos contra o Real Madrid, principalmente na Copa da Europa. Um grande gol para a história. Anotado em 23 de novembro de 1960, de peixinho. Uma imagem histórica. O gol definiu a primeira eliminação do Real Madrid na competição europeia (clube que foi campeão das últimas cinco edições) na história. Evarista foi um pesadelo para os madridista, que o viram marcar seu primeiro hat-trick em um 'El Clasico'. Com a camisa azulgrana, conquista trs copas dda UEFA (1958/1959/1960), duas Copas del Rey (1959/1962) e duas ligas (1969/1961). Seu vínculo com o Barcelona começou a se quebrar em 1962, quando não aceitou a condição de naturalizar-se espanhol para renovar. Por fim, saiu para o Real Madrid, o que gerou revolta por parte dos sócios do clube.

Walter Machado da Silva chegou ao Barcelona em 1966. Esteve presente na fase de reabertura de contratações estrangeiras no futebol espanhol. Pela citada circunstancia, passou anedotadamente pelo clube, e não contava com o apoio do presidente que, em uma entrevista, soltou a infeliz de declaração: "Será meu motorista, sempre tive a ilusão de ter um motorista negro". Walter foi um dos maiores fiascos de sua gestão, jogando apenas 14 amistosos e não marcando gols.

Mario Marinho Pérez chegou ao Barcelona em 1974 em condições de 'oriundo', como um daqueles estrangeiros com ascendente espanhol. Marinho foi o primeiro defensor brasileiro a jogar no clube, chegando junto ao Santos logo após disputar a Copa do Mundo pelo Brasil no mesmo ano. Na ocasião, Marinho enfrentou a holanda com a camisa canarinho e no decorrer da partida acertou um direto em Kesskens, que lhe rendeu um olho roxo. Quando voltou ao Barça, o meia holandês tornou-se viselmente desafeto do jogador. Por fim, com a saída de Michelis e chegada de Weisweiller, um novo sistema de jogo foi imposto pelo treinador, encerrou sua passagem pelo clube. Em dois anos, jogou 37 vezes e anotou dois gols.

Silvio Bio Modesto se encarregou de engrossa a conexão brasileira, chegando ao Barcelona em 1978. Bio jogou 25 partidas e anotou 7 gols, sendo especialmente lembrado ao anotar o tento de pênalti diante do Anderletch que classificou a equipe para à final da Recopa entre o Fortuna Dusseldorf. Sua relação com os companheiros foi especial. O brasileiro era querido no vestiário e, devido a isso, recebeu da Associação de Veteranos do Barcelona um pagamento de 400 euros mensais devido a sua deliacada situação pessoal. O futuro foi cruel, onde morreu em sua terra natal, mendingando pelas ruas brasileiras.

Roberto Dinamite, lenda vascaína, chegou ao Barcelona em 1980, sob olhos dos técnicos culés que sabiam de suas habilidades goleadores. O jogador esteve a ponto de fechar com o Manchester United, mas acabou indo para o Camp Nou. Com status de estrela, Roberto Dinamite não fez jus ao apelido e entrou no hall de decepções do clube. Brigando com Helenio Herrera pela posição, o brasileiro abandonou a equipe poucos meses após sua chegada, marcando apenas 3 gols.

Cléo que chegou em 1982, abriu fogo junto a lenda negra dos brasileiros com a camisa do Barcelona. Apenas jogo um amistoso e formou uma confusão de dimensões consideráveis a respeita de sua suposta homossexualidade, algo que sua noiva no Brasil negava. Evidentemente e independentemente de se foi verdade ou não, a sociedade na época não estava preparada para isso. Recaiu sob o Barcelona o objetivo substitui-lo por Schusta no final da temporada. Cleo só atuou em uma partida e só pode lamentar as consequencias que o caso se transformou.

Aloisio Pires chegou em 1998 como primeiro estrangeiro contratado por Johan Cruyff. Vindo junto do Internacional, trouxe a medalha olímica de prata em Seúl 1988 como base para se incorporar ao projeto da lenda holandesa. Aloisio jogou assiduamente durante dois anos, até 1990, conquistando uma Recopa e uma Copa do Rei.

Romário, desenho animado

Em 1993, Johan Cruys quis juntar o futebol Dream Team do Barcelona com a natureza criativa de Walt Disney, trazendo um desenho animado para o Camp Nou. Romário era um personagem genial que quando despertava, incendiava o motor de explosão e vencia todos os goleiros. Era o tempo de dominar, arrancar e ver a bola no fundo das redes. Na sua primeira temporada, firmou um ano apoteótico: prometeu 30 gols na Liga e os cumpriu. Na segunda, foi dominado pela noite. Romário viva a dizer que não saia, porém o pequeno gênio do Jacarezinho foi preso pelas madrugadas e suas formas sinuosas femininas. Seu rendimento baixou consideravelmente e o desenho animado que encantava, se borrou, fazendo-o sair para o Flamengo em 1995.

Na Vila Belmiro pode surgir um novo Pelé a cada cinco anos e não é fácil aguentar a carga de novos talentos. Giovanni Silva chegou ao Barcelona como um futuro craque, mas não estava preparado para ser um novo Pelé, ou até mesmo uma figura mundial. Mas sim um atleta de bom nível, chave fundamental para conquista da Liga em 1997-98. Porém, nada mais que isso. Saiu um ano depois.

Ronaldo, o fenômeno

(Foto: rtve.es)

Com Ronaldo Nazário encontramos possivelmente a erupção mais rápida de um brasileiro na história do Barcelona. Procedente do PSV, fez uma primeira temporada imponente: 47 gols. O 'fenômeno' se destacava pela sua arrancada imparável, sua qualidade, visão de jogo e precisão no instante decisivo. A teoria da reecarnação do talento voltou a se tornar realidade naquele Ronaldo, porém seu físico coexistia o binômio de dois mundos: em um, uma besta imparável que marcava gols atrás de gols e, no outro, a fragilidade em suas pernas, que foram se deteriorando com o passar do tempo. Jogou apenas uma temporada, algo inesquecível e imperdoável. A decisão de sair para Inter deu-se devido a não encontrar um acordo econômico para sua renovação. Nesta caso, ambos colocaram sua parte. Ronaldo e seu empresário pediram o céu, enquanto Nuñez - dirigente - não pode cobrir e acabou perdendo o jogador pelas suas mãos. Apenas uma palavra pode definir aquele ano de Ronaldo: inesquecível.

A espada de Damocles perseguiu insistentemente Sonny Anderson, que foi comprado junto ao Monaco por 3 milhões de Euros para substituir Ronaldo. A imprensa estrela do atacante estava tão recebente que as comparações eram inevitáveis. Ainda assim, 'El Pistolero' demonstrou ser um belo atacante, jogando 55 partidas e anotando 21 gols.

Rivaldo, o matador

(Foto: Mundo Deportivo)

Rivaldo Vitor Barbosa foi a razão pelo qual o Barcelona explodiu o mercado de contratação em 1997, pagando sua cláusula contratual e gerando um profundo mal estar no Deportivo, seu ex-clube. Rivaldo jogou cinco temporada e marcou 124 gols como culé. Desde seu primeiro ano, demonstrou enorme qualidade para o garoto de pernas largar e arqueadas, excelente chute e uma arrancada que assombrou o mundo. É mais um da lista de grandes brasileiros da história do Barça. Rivaldo ganhou a Bola de Ouro da Fifa, duas Ligas, uma Copa do Rei e uma Supercopa da Europa vestido azulgrana. Se foi em 2022, onde esteve fora dos planos de Van Gaal.

Thiago Motta foi incorporado como juventil no ano de 2000, completando seu crescimento nas categorias de base do Barcelona e desmonstrando nível para jogador entre os profissionais desde cedo. E assim foi feito. Porém, sua personalidade e estilo de jogo não eram bem vista na estrutura do clube, onde acabou sendo negociado em 2007.

Geovanni Deiberson foi uma das contratações erradas da 'era Gaspart', com uma proposta de 21 milhões, chegou em 2001 junto ao Cruzeiro, onde era a estrela. Havia se destacado nas divisões inferior da Seleção Brasileira, sendo apresentado como a maior estrela brasileira da época. Logo se pode comprovar que o alto valor de sua compra não seria recompensado dentro de campo. Geovanni não teria o nível exigido para atuar em uma equipe como o Barcelona, jogando apenas 26 partidas e marcando apenas um gol.

Fábio Rochemback também chegou em 2001, junto com o 'pack' de estrelas contratadas por Gaspart. O volante custou 15 milhões e mostrou personalidade e profissionalismo ao se entragar por completo a causa azulgrana. Porém, sofreu com o fato de ter mais empenho que talento para apresentar.

Ronaldinho, o sorriso mágico

Foto: www.sportskeeda.com

O ano de 2003 foi histórico para o Barcelona, pois naquele verão a novo diretoria do clube contrataria Ronaldinho Gaúcho por 27 milhões de Euros junto ao Paris Saint-Germain. Ronnie merece um capítulo especial, pois em poucas ocasiões o futebol pode unir aos pés de um atleta tanta magia, do tamanho da positividade em seu sorriso. Após cinco anos sem títulos, o sol voltou a brilhar no Camp Nou e Ronaldinho passou a tratado como herói após ser fundamentalmente nas conquistadas da Liga Espanhola e a Champions League de 2006. O cartel se tornou extradiordinário, mas não podemos deixar batdo que tudo começou com Dinho. O Barcelona voltou a encontrar a Europa e Leo Messi encontrou sua fonte de inspiração futebolísticas antes de se tornar um fenômeno mundial. São muitos atletas históricas que merecem estátuas. Kubala já é de bronze, Cruyff deveria ser, Messi certamente será. Porém, o Barça deveria dedicar um stand exclusivo para a magia de Gaúcho. Ronnie era mágico, seu sorriso marcava uma nova era no clube, todo o sambódromo de sua carreira resgatou o verdadeiro sentido de ser catalão. Seu futebol nunca se apagará, mas seu profissionalismo se extingiu em 2008, quando foi levado pelas noites espanholas. Ronaldinho é, sem dúvida, um dos maiores jogadores da história do futebol.

Juliano Belletti, o herói de Paris

Foi também especialmente feliz o ano de 2004, pois quatro brasileiros se incoporaram ao elenco. Nas laterais, um destacou-se de maneira singular. Juliano Haus Belletti, meio campo improvisado como lateral direito chegou junto ao Villarreal por 5,3 milhões de Euros a pedido de Pepe Reina. O italo-brasileiro sempre foi titular, porém anotou apenas um gol com a camisa do Barcelona. Porém, senhores, que gol: final da Champions League 2006, disputada em París, contra o Arsenal. Belletti entraria em campo aos 71' e, dez minutos depois, marcaria o gol do título catalão, entrando para a história do clube de maneira heróica. Sua passagem poderia se resumir a esta imagem. Em 2007, saiu rumo ao Chelsea.

Silvo Mendes, 'Sylvinho' foi outro lateral que chegou ao Barcelona devido a sua vocação ofensiva, sendo presente como titular na histórica final de Champions League em 2009. Outro jogador que chega ao clube em 2004 foi José Edmilson Gomes, junto ao Lyon, para atuar como volante. Edmilson era um jogador excelente, mas suas lesões encerraram sua trajetória com a camisa blaugrana, muito devido a ruptura de ligamento que o tirou de campo por sete meses. Permaneceu por quatro temporadas no Barça e chamou atenção por sua polêmica declaração sobre as 'ovelhas negras' no elenco: "No mundo há gente boa e má. No nosso vestiária há muita gente boa, mas há outros que não querem nada. Nós, dentro do nosso grupo de jogadores e treinadores, formamos uma familia. E muitas vezes temos uma ovelha negra na família"

Deco, futebol de salão

Neste período histórico converge a maior concentratação brasileira reunida no elenco azulgrana, onde coincidiu com a chegada de seis futebolista: Belletti, Ronaldinho, Sylvinho, Deco (este com nacionalidade portuguesa), Thiago Motta (nacionalidade italiana) e Edmílson. Mas Anderson Luis de Souza, mais conhecido como Deco, merece um capítulo à parte. Teve parte fundamentalmente na influência de jogo em Ronaldinho, seu parceiro no meio campo, e no início da carreira de Lionel Messi. Em Deco, muitos quiseram ver e seguir seus passos. Seu jogo defensivo e ofensivo se destacavam junto ao seu posicionamento inteligente.

O ano de 2008 foi desigual no que se diz respeito a vinculação histórica de brasileiros no Barcelona, pois por um lado foi absolutamente decisivo e por outro adicionou pequenas decepções. Decepção porque se incorporou a mentalidade de que o futuro passava pelas oficinais do Camp Nou, e pelas instalações desportivas do clube: as categorias de base. Com isso, houveram os casos de Henrique Adriano Buss, contratado por 8 milhões, que apenas atuou em cinco jogos na pré-temporada antes de ser emprestado ao Bayer Leverkusen, Racing Santander e mais tarde devolvido ao Palmeiras. Guardiola não se conveceu também com Keirrison de Souza Carneiro, atacante contratado por 14 milhões que sequer pisou em campo no clubes. Não se adaptou ao futebol europeu e três anos depois retornou ao Coritiba. Até mesmo Zubizarreta comete erros.

Daniel Alves, Moto GP

Irrefutavelmente a referência decisiva daquele anos de 2008 foi a contratação junto ao Sevilla de Daniel Alves da Silva. O Barcelona firmava o lateral brasileiro que tinha uma das maiores projeções do futebol mundial e havia demonstrado sua capacidade na Europa. Era uma das grande pérolas do mercado e Del Nildo negociou bem: pagou 35,5 milhões de Euros. Uma quantidade realmente baixa para quem se tornaria o melhor lateral direito da história culé. Daniel se transformou no velocista do lado direito azulgrana nos melhores anos da história do clube. Não se pode discutir sua titularidade, sua qualidade, sua personalidade e condições física que deixou junto a linha da cal. Alves, por ser defensor, não gonzará do peso de recorações que deixaram jogadores ofensivos como Evaristo, Romário, Rivaldo, Ronaldo ou Ronaldinho, mas suas estatísticas e regularidade não serão esquecidos. Assim se constam os mais de trezentos jogos disputados com a camisa blaugrana.

Em 2009, Maxwell Scherrer Cabelino Andrade se juntou ao Barcelona pelo valor de 4 milhões de Euros junto a Inter. Guardiola valorizou sua qualidade e polivalência, além da ampla experiência que se encaixava na filosofia do treinador. Já atuou nas duas laterais cumprindo aceitavelmente as funções defensivas e ofensivas. Saiu para o PSG em 2012.

Adriano Correia se tornou, em 2010, a primeira contratação da era Rosell. Tito Vilanova o valorizou pela sua polivalencia dentro de campo, sua capacidade de adaptação em qualquer posição e seu profissionalismo. O treinador chegou a escalalá-lo como meiocampista, por cumprir todas as funções necessárias. Recentemente renovou com o Barcelona até 2017.

Neymar Jr, o samba do futuro

Em maio de 2013, se procedeu a chegada ao Barcelona da estrela mais emergente do futebol brasileiro. Neymar da Silva Santos Júnior assinava com o clube pelos suspeitos 57 milhões de euros. Sandro Rosell dava seu segundo golpe de efeito após a história negociação por Ronaldinho, anos atrás, porém nesta a ocasião a estratégia do então presidente azulgrana o obrigaria a deixar o cargo no clube. Muitos interesses ocultos, muitos beneficários, muitos vencedores e vencidos. Um contrato tremendamente duvidoso que segue dando o que falar nas tribunas. Mas, no outro lado está Neymar, um jovem que precisou do seu período de adaptação, que sempre se identificou pelas qualidades diferentes de todo resto. Sua fragilidade foi adaptada ao modo de jogo do futebol europeu e ao Barcelona. O brasileiro hoje parte da esquerda, sua mobilidade, seu dribles, suas diagonais, sua conexão com Luis Suárez e, muito especialmente, com Messi, representam uma das associações mais letais do futebol atual. Com sucessor de Ronaldinho, Neymar cresce sob abrigo genial de Lionel e só depende de si para marcar seu lugar no cenário futebolístico, pois qualidade não falta.

O momento da histórica vinculação se finaliza com Douglas Pereira dos Santos, uma contratação dificilmente compreensível pelo que apresenta, principalmente por ser considerado o sucessor de Daniel Alves. Os números falam por sí só: seis milhões de euros de custo e três partidas disputadas até então, nenhuma atuando os 90 minutos e apenas uma iniciando como titular. Sem dúvida, a pior contratação é aquela que não tem valor.

Assim é a histórica conexão Brasil-Barcelina, fruto de onde brotam inesquecíveis vivências para um sócio que jamais cansará de disfrutar do samba mais azulgrana.

Texto publicado originalmente por Mariano Jesús Camanho

Pela VAVEL.com