Em entrevista coletiva realizada nesta terça-feira (22), na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) confirmou a volta de Dunga ao cargo de técnico da Seleção Brasileira. Comandante canarinho na campanha da Copa do Mundo de 2010, o gaúcho assume o lugar do seu conterrâneo Luiz Felipe Scolari, demitido após o vexame da Copa de 2014.

O novo técnico foi apresentada pelo atual presidente da CBF, José Maria Marin, o coordenador-geral da entidade, Gilmar Rinaldi, pelo futuro presidente da confederação e atual mandatário da Federação Paulista de Futebol, Marco Polo del Nero e pelo coordenador das categorias de base da Seleção, Alexandre Gallo. Além de apresentar o novo-velho comandante da seleção, os quatro foram os principais responsáveis pelo retorno do gaúcho ao banco de reservas brasileiro. O restante da comissão técnica será apresentada ao longo da semana.

Antes de acertar com a CBF, Dunga estava prestes a definir sua ida para a Venezuela, aonde assumiria a seleção local, com projeto de colocá-la na Copa do Mundo de 2018, na Rússia. Entretanto, quando recebeu o convite de Marin, o gaúcho desistiu da aventura e decidiu ter mais uma chance na seleção canarinho.

Aos 50 anos, essa será a segunda oportunidade que o capitão do Tetra terá de comandar a Seleção Brasileira. Na sua primeira passagem, em 2006, o treinador foi contratado pelo então presidente Ricardo Teixeira com a missão de comandar uma renovação no futebol brasileiro. Dentro de campo, os resultados apareceram, apesar do futebol ser constantemente criticado pela imprensa e pela torcida local.

Derrota para a Holanda custou a Dunga o cargo de técnico da Seleção (Foto: Fabrice Coffrini/AFP/Getty Images)

Sob o comando de Dunga, a Seleção conquistou a Copa América de 2007, a Copa das Confederações de 2009 e fez a melhor campanha das eliminatórias sul-americanas para a Copa do Mundo de 2010, na África do Sul. Entretanto, uma convocação polêmica e muito contestada, que deixou de fora nomes como Neymar e Paulo Henrique Ganso, jovens que então brilhavam no Santos, acabou resultando na eliminação brasileira nas quartas-de-final, diante da Holanda.

Eliminado da Copa do Mundo, Dunga foi demitido por Ricardo Teixeira e substitudo por Mano Menezes. Comandando a equipe canarinho, o ex-volante acumula 60 partidas, com 42 vitórias, 12 empates e apenas seis derrotas.

Dunga foi campeão gaúcho como técnico do Internacional (Foto: Getty Images)

Desde que foi demitido da Seleção Brasileira, Dunga teve apenas mais uma chance como treinador profissional. Em janeiro de 2013, o técnico foi contratado pelo Internacional, clube em que se tornou ídolo como jogador. Depois de vencer os dois turnos e conquistar o Campeonato Gaúcho com tranquilidade, Dunga durou até o começo de outubro, quando acumulou quatro derrotas seguidas no Campeonato Brasileiro e foi demitido pela cúpula colorada. No Internacional, o técnico disputou 53 partidas, venceu 26, empatou 18 e foi derrotado em apenas nove oportunidades.

O retorno de Dunga mantém um ciclo de técnicos gaúchos no comando da Seleção Brasileira que dura desde 2006, na primeira passagem do ex-jogador. Desde então, Mano Menezes, entre 2010 e 2012, e Luiz Felipe Scolari, entre 2013 e 2014, foram os representantes do Rio Grande do Sul à frente da equipe canarinho. O último treinador não-gaúcho a treinar a Seleção foi o carioca Carlos Alberto Parreira, entre 2003 e 2006.