A abertura da 22ª rodada do Campeonato Brasileiro 2015 foi marcada por um show de polêmicas. Pênaltis não marcados, gols mal anulados e impedimentos assinalados incorretamente colocaram a arbitragem mais uma vez como a maior protagonista entre quatro partidas: Corinthians x Fluminense, Atlético-MG x Atlético-PR, Goiás x Palmeiras e Ponte Preta x Cruzeiro.

Na vitória do líder Corinthians, um impedimento grotesco foi marcado após o gol de Cícero, à favor do cariocas. O Galo reclamou efusivamente de um pênalti duvidoso, além de uma súmula totalmente estranha após a partida. Por fim, Palmeiras e Ponte Preta saíram derrotados após terem gols legítimos mal anulados.

OBS.: Tal publicação busca enfatizar os erros arbitrais existentes na rodada em questão. Nossa ética jornalística não nos permite acusar time A ou B de esquema ou favorecimento sem qualquer prova.

1) Gol do Fluminense mal anulado

Eram 10 minutos do segundo tempo. O Fluminense era melhor na partida e pressionava. Gustavo Scarpa cobrou escanteio, Wellington Paulista desviou e Cícero completou às redes. O bandeira Fabio Pereira anulou o gol, assinalando impedimento no lance.

Porém, dois jogadores corintianos davam condição para o camisa 11. O pior de tudo: o último defensor permitia cerca de três metros de posição legal ao atleta tricolor. Revoltado, Cícero esbravejou contra a arbitragem após o jogo.

"Isso não tem como ser erro normal. Foi um erro grotesco. Se você olhar o lance, não tem como errar. Se é um lance de milímetros ou centímetros, é diferente. Mas de três metros, é grotesco", desabafou.

2) Sandro Meira Ricci cancelando impedimento

Ainda por Fluminense e Corinthians, aos 38 minutos, Jadson fez lançamento preciso para Rildo que dominou próximo a grande área. O bandeira Carlos Berkenbrock, no entanto, marcou acertadamente o impedimento no lance. Porém, o árbitro Sandro Meira Ricci cancelou sua marcação e deixou a jogada seguir.

Por sorte, o atacante corintiano se enrolou com a bola e não conseguiu dar prosseguimento à jogada. Logo em seguida os atletas tricolores se revoltaram, apontado para o assistente e reclamando da não marcação de impedimento.

3) Motivo da expulsão de Marcos Rocha

No fim do primeiro tempo, Marcelo de Lima Henrique expulsou o lateral-direito Marcos Rocha por reclamação. Porém, o que mais chama atenção foi o motivo do cartão vermelho publicado na súmula após a partida. Segundo o árbitro, tal advertência se deve apenas ao fato do jogador falar "Pô, foi falta". O camisa 2 já havia sido amarelado minutos antes.

4) Relatório do assistente na súmula

Outro fato curioso na súmula de Atlético-MG x Atlético-PR: as declarações do assistente Marlon Rafael Gomes de Oliveira. Segundo Marcelo de Lima Henrique, foram arremessados diversos copos plásticos e até mesmo um pé de tênis em direção ao bandeira. Entretanto, o mesmo afirmou que "nada houve de anormal" após o jogo.

5) Impedimentos de Giovanni Augusto e Luan

Sobre os copos plásticos citados acima, tudo se deve aos dois lances capitais do primeiro tempo. No primeiro, Luan lançou e Giovanni Augusto saiu de frente para o gol, mas o bandeira marcou impedimento. Logo depois, Pratto abriu para Luan em profundidade, mas novamente o atleta foi flagrado adiantado. Nas duas ocasiões, ambos estavam em posição legal.

6) Gol mal anulado de Barrios

A primeira polêmica da partida entre Goiás e Palmeiras foi protagonizada pelo assistência Marcelo Barison. Robinho cobrou falta, Amaral desviou e Barrios finalizou para o gol. O centroavante paraguaio estava na mesma linha do último defensor goiano, mas o impedimento foi marcado no lance.

"Evito às vezes falar da arbitragem, mas a gente sente. O Lucas (Barrios) entrou no vestiário com a sensação de que não estava impedido. Existem erros, assim como erramos também, mas muda o rumo do jogo. Se saísse com um gol na frente seria diferente. O Goiás, desesperado pelo resultado, abriria espaço", afirmou Marcelo Oliveira, técnico do Palmeiras.

7) Gol mal anulado de Borges

O placar mostrava 1 a 1 no Moisés Lucarelli. Aos 38 minutos da segunda etapa, após cobrança de falta e disputa no alto, Borges recebeu de frente para o gol e empurrou às redes. Apesar da comemoração ponte-pretana, o assistente Bruno Cesar Vieira marcou impedimento no lance, anulando o tento.

É possível ver a perna esquerda de Manoel dando condição para o centroavante da equipe paulista. Portanto, o gol foi mal anulado. Na ocasião, a Ponte Preta faria 2 a 1 e encaminharia sua vitória, mas foi o Cruzeiro que saiu vencedor após marcar nos acréscimos.

"O que aconteceu foi uma palhaçada, a Ponte foi operada, foi um desrespeito com torcida, com jogadores, torcida e diretoria. O que aconteceu precisa ser analisado. A Ponte vai notificar a CBF. Hoje passou do ponto. O que ele fez foi uma piada. Desde o começo do jogo mostrou que estava mal intencionado", afirmou o gerente de futebol Gustavo Bueno.

Entretanto, rodada não teve 'apenas' 7 erros

O título da publicação é uma menção ao popular jogo dos 7 erros, mas a 22ª rodada do Brasileirão conteve muito mais equívocos de arbitragem que o proposto inicialmente. Citaremos alguns abaixo:

• PÊNALTI DUVIDOSO PARA O ATLÉTICO-PR: Daniel Hernández fez bom lançamento para Ewandro na grande área. Victor saiu para abafar, mas o atacante chegou primeiro na bola. Após a dividida, Marcelo de Lima Henrique marcou pênalti. Muitos comentaristas consideraram choque normal de jogo.

• PÊNALTI NÃO MARCADO PARA O PALMEIRAS: Após belo contra-ataque palmeirense, Barrios pegou de primeira na entrada da grande área e viu a bola explodir no braço de Giménez, zagueiro do Goiás. O árbitro não marcou a penalidade, mostrando a falta de critério para marcações deste tipo.

• PÊNALTI NÃO MARCADO PARA O GOIÁS: Se o Palmeiras foi prejudicado, o mesmo podemos dizer do Goiás. No segundo tempo, Erik deu um corte seco em João Pedro dentro da grande área, que tentou desarmar de carrinho e acabou tocando a mão na bola. Mais uma vez, o árbitro mandou o jogo seguir.

• PÊNALTI NÃO MARCADO PARA A PONTE PRETA: Novamente Borges e Manoel foram protagonistas. Após cruzamento de Diego Oliveira, o zagueiro cruzeirense fez carga nas costas do ponte-pretano, no centro da grande área. Os jogadores reclamaram, mas o árbitro não marcou o pênalti.