O “clássico das multidões”, nomenclatura dada ao encontro entre a equipe do Atlético-MG e do América-MG, aconteceu nesta tarde de domingo (23) no Horto, em Belo Horizonte. E, em um jogo em que cada equipe comandou por quarenta e cinco minutos, o lado alvinegro acabou somando os três pontos. O Galo agora ocupa a terceira posição, com onze pontos, seis a menos que o Cruzeiro. Se o campeonato terminasse hoje, o clube de Ronaldinho estaria nas semi finais do Mineiro.
O jogo finalizou-se com o placar de três a dois para o Atlético, que precisou fazer uma virada espetacular para não sair derrotado do confronto. Até os nove minutos do segundo tempo, a equipe comandada por Paulo Autuori perdia de dois a zero. E, aí, com Tardelli, começou a reação do Atlético.
Um primeiro tempo para esquecer
O Atlético parece não ter entrado em campo na primeira etapa. Tudo que o time tentava fazer dava errado. Inclusive, o lance do primeiro gol de Obina, aos oito minutos do primeiro tempo, surgiu em uma falha do sistema defensivo alvinegro. Victor passou para Otamendi que, antes mesmo de receber, complicou-se. O zagueiro deu a passada errada, confundiu o tempo da bola e, quando a tentou recuar novamente para Victor, entregou nos pés de Willians. O atacante entrou na área, rolou para Obina, que só teve o trabalho de empurrar a bola para o fundo das redes. O gol, no entanto, não fez o Galo acordar.
O time até tentava, uma vez que isto estava nítido, mas não conseguia de maneira alguma vencer os próprios erros. Foram incontáveis ataques jogados fora por causa de passes errados nos últimos momentos, o que sem dúvidas deixava a torcida cada vez mais irritada. Paulo Autuori, como de costume, era o mais criticado.
A grande chance de empate do Atlético-MG só veio aos trinta e quatro minutos, quando Tardelli foi até a linha de fundo e cruzou de forma rasteira para trás, chegando aos pés de Fernandinho que driblou o marcador e chutou. Infelizmente, para a torcida atleticana, Gilson tirou do jeito que dava antes que a bola pudesse entrar. 15 minutos depois, novamente com Fernandinho, o Atlético tentou chegar ao empate. O atacante chegou pela esquerda e cruzou para área, na direção de Otamendi. A zaga do América chegou primeiro que o jogador do Galo e acabou cortando o lance antes mesmo da finalização do zagueiro.
A torcida do Galo, que havia gritado o nome do Obina antes da partida, não esperava pela grande atuação do atacante. Aos cinquenta e um, o meia campista Kayo fez o cruzamento na segunda trave e, em uma disputa entre Obina e Pierre, no qual não deu para saber quem levou a melhor, a bola acabou indo para o fundo das redes. No intervalo, a arbitragem parece ter confirmado o gol do atacante Obina.
Virada para manter a mística do Horto ainda viva
Na segunda etapa, após uma conversa com o time, Paulo Autuori mandou os onze titulares de volta para o campo, sem nenhuma alteração, ato que irritou alguns torcedores. Entretanto, diferente do que estes esperavam, o time voltou com uma postura e uma pegada diferente.
O Atlético que, na primeira etapa não conseguia penetrar no sistema defensivo do América, conseguiu penetrar, na segunda etapa, logo aos três minutos e aos cinco minutos. Na primeira tentava Ronaldinho Gaucho finalizou de fora da área, mas a bola sai fraca e a defesa consegue afastar antes do atacante Jô dominar a bola. Na segunda tentativa, Jô faz bela triangulação com Ronaldinho e Josué e, após livrar-se da marcação, finaliza logo a frente das balizas. A bola passa próximo ao gol, mas não entra.
Aos nove minutos, Marcos Rocha vai a linha de fundo e cruza rasteiro para Diego Tardelli, que com toda a calma e frieza do mundo fuzila o gol de Matheus e diminui o placar. Apesar do gol, o ritmo do Atlético não diminuiu. O time de Paulo continuou indo para cima, pressionando. A torcida, que antes criticava, começou a apoiar e incentivar o time.
Aos 19 minutos da segunda etapa, dez minutos depois do primeiro gol do time, Tardelli chega a toda velocidade pela direita e cruza para área, Fernandinho manda a mesma para o travessão e, no rebote, o atacante Jô só tem o trabalho para empurrar a bola para o fundo das redes. Era o empate no Horto, que levava a torcida do Galo a loucura.
Moacir Júnior, que antes tinha uma vantagem de dois a zero no placar, mostra-se preocupado com o desfecho da partida e fez a sua segunda alteração. O treinador trocou o meio Kayo, que teve participação no segundo gol do América, pelo também meia Betinho. Moacir buscava, com isto, dar um gás novo para o time do América que, até o momento, estava apagado no segundo tempo.
A substituição no entanto não ajudou tanto assim o América quanto o treinador esperava. A pressão do Atlético pela virada só mostrava-se mais forte. Ronaldinho e Cia partiam para o ataque a cada oportunidade e, aos vinte e sete, acabou sendo recompensado. Diego Tardelli chamou a responsabilidade para si, invadiu a área do América, e bateu cruzado, sem chances para o goleiro. O Atlético virava o jogo, depois de estar perdendo por 3 a 0.