Polêmico, mas emocionante – do início ao fim. O Atlético-MG vira aos 43 minutos do segundo, elimina o Cruzeiro e está na final do Campeonato Mineiro. A Raposa saiu na frente com De Arrascaeta no primeiro tempo; e o argentino Lucas Pratto fez os dois gols da virada atleticana após duas assistências de Guilherme. São 11 partidas que o Cruzeiro não vence o Galo, ou seja, dois anos de invencibilidade.

O time celeste não terá muito tempo para digerir a eliminação, pois na terça-feira (21) terá o jogo crucial na Copa Libertadores da América, com o Universitário Sucre-BOL, no Mineirão. No dia seguinte, é a vez do Atlético brigar pela sua classificação contra o Colo-Colo-CHI, às 19h45, no Independência. 

Cruzeiro dá o tom e amplia a vantagem

Um jogo eletrizante no primeiro tempo. Os dois lados jogaram abertamente: o Galo precisava da vitória a todo custo e a Raposa precisava manter sua vantagem. O time alvinegro começou descendo, deixando mais áreas abertas, onde vinham os contra-ataques cruzeirenses. Todos pareciam estar próximo do gol.

Mas foi a Raposa que saiu na frente: aos 11 minutos, William não deixa a bola sair para lateral, cruza e Victor acaba rebatendo. De Arrascaeta limpou e finalizou: 1 a 0. O uruguaio foi o jogador que desequilibrou no primeiro tempo, onde organizava as jogadas celestes no meio. Com isso, a ideia do técnico Marcelo Oliveira era assegurar o resultado, tanto que ficou durante parte do primeiro tempo sem atacar. 

O Galo vinha com Dátolo, que melhorou substancialmente, após retorno de lesão. As laterais, com Carlos César (novidade no lugar de Patric), e Douglas Santos, estavam ainda inconsistentes, pela falta de Marcos Rocha, machucado. 

Com o gol de De Arrascaeta, e precisando da vitória, o Galo foi descendo, com jogadas transadas por Luan e Dátolo. Carlos apareceu pouco, como em cabeceio perto do gol aos 30 minutos. Leandro Damião continuou atuando bem, sendo muito perigoso em suas finalizações. Nos 10 minutos finais, a Raposa aproveitou para instigar o ataque alvinegro.

Argentino vira, e Galo está na final

Percebendo que estava atrás do placar, o técnico Levir Culpi faz uma substituição arriscada: retira Leandro Donizete para entrada de Guilherme. A ideia era deixar um volante apenas, Rafael Carioca, e ir todo ao ataque, aproveitando o toque de bola do meia. Marquinhos, voltando de lesão, era a opção de velocidade que Marcelo Oliveira buscou para uma possível finalização, matando o jogo. 

Contudo, foi Levir Culpi quem conseguiu sucesso: aos 9 minutos, Guilherme faz lançamento, que resvala no adversário, sobrando para Lucas Pratto empatar o clássico: 1 a 1. O Cruzeiro já havia chegado com perigo antes, e agora, foi para cima. De Arrascaeta quase vira minutos depois, num voleio que foi para fora. 

E vem mais Raposa: jogadas com Leandro Damião e William assustam, e a zaga atleticana tirava como podia. Victor acabou fazendo boas defesas. Para dificultar a vida celeste, Fabiano foi expulso aos 26 minutos, por cotovelada em Douglas Santos. Mayke entra no lugar do uruguaio De Arrascaeta, para segurar o Galo.

Com um a mais, o Galo buscava a todo custo o gol da virada: Luan se esforça, mas Fábio aparece. Thiago Ribeiro e Eduardo entraram para chegar ao tudo ou nada. O Cruzeiro estava mais cansado, tentava organizar suas saídas, mas era logo desarmado por um jogador alvinegro.

Aos 40 minutos, o lance de maior polêmica do jogo: Leandro Damião se aproveita de uma bobeada da zaga, e avança até a área atleticana. Edcarlos tenta se defender, e acidentalmente acerta o atacante. O árbitro Heber Roberto Lopes não marcou falta, vindo diversos protestos do banco celeste. 

E ao mais tentar, veio a grande virada: Guilherme, em outra perfeita visão de jogo, cruza na cabeça de Pratto, ampliando: 2 a 1. Thiago Ribeiro também quase amplia o placar minutos depois, mas a bola bate na trave.