Atitudes polêmicas e discussões com membros da diretoria do Figueirense selaram a demissão do diretor de futebol Rodrigo Pastana, desligado do clube na manhã desta terça-feira (29), após reunião com a diretoria alvinegra. Ao final da tarde, o diretor confirmou ter aceitado a proposta do Bahia, onde vai desempenhar a mesma função. Sua chegada à capital baiana é esperada para os próximos dias, quando será apresentado oficialmente.

Em entrevista à Rádio CBN/Diário, de Florianópolis, Pastana afirmou que a equipe baiana já havia entrado em contato, antes da Copa do Mundo. "Eu fui meio pego de surpresa. Eles já tinham feito o mesmo convite em abril, eu optei por não ir. Dessa vez, até para tirar um pouco a pressão do Figueirense - sobre uma pessoa e não sobre o clube, tenha certeza, pois eu acredito que os resultados virão -, eu optei por aceitar o meu desligamento e aceitei o convite do Bahia agora", confirmou.

No novo clube,a pressão será semelhante à enfrentada no Figueira, já que os clubes se encontram em situação parecida no Brasileirão. No Bahia, a semana se iniciou com protestos devido à má fase no campeonato, o que resultou na demissão do diretor Ocimar Bolicenho, além da agressão à Maxi Biancucchi, por parte de supostos torcedores.

A primeira ação de Rodrigo no novo clube deverá ser a contratação de um novo técnico para substituir Marquinhos Santos, demitido na noite do último sábado (26). Até o momento, os nomes especulados para o comando do Tricolor são Gilson Kleina, Enderson Moreira e Márcio Araújo. Até o momento, não há definição de quem comandará a equipe no duelo contra o Palmeiras, que acontece no próximo domingo (3).

Acesso e polêmicas: a passagem de Rodrigo Pastana pelo Figueirense

O presidente WIlfredo Brillinger e Rodrigo Pastana, em 2013 (Foto: Luiz Henrique/Figueirense)

Pastana chegou ao clube em setembro 2013 e deixou uma boa impressão: junto com o presidente Wilfredo Brillinger, trouxe jogadores que se tornaram fundamentais no acesso, como Rivaldo, Paulo e Everton Santos, o autor do gol do acesso. Em 2014, foi o responsável por negócios importantes, incluindo o de Marcos Assunção, grande nome da equipe no começo do ano. As contratações funcionaram e o Figueira conquistou o título estadual.

Logo após o título, começaram as críticas, incluindo acusações de acúmulo de poder. Marcos Assunção deixou a equipe ao término do estadual, alegando “não conseguir conviver com o safado do Rodrigo Pastana”. Após duas derrotas no Brasileirão, o técnico Vinícius Eutrópio, muito querido pela torcida, foi demitido, e a relação com a torcida estremeceu. Mesmo após a pausa para a Copa do Mundo, a situação continuou a mesma, e o Figueirense voltou cercado de desconfianças.

O estopim da saída de Pastana foi a eliminação na Copa do Brasil e a campanha sofrível do Furacão do Estreito no Brasileirão. Na semana que antecedeu sua saída da equipe catarinense, discutiu publicamente com Rodrigo Passoni, então vice-presidente da equipe. Passoni alega que renunciou ao cargo devido ao excesso de poder por parte do superintendente de futebol. Pastana respondeu na mesma moeda, chamando o ex-vice presidente de “covarde”.

Apesar do momento ruim com o Alvinegro, por meio de seu site oficial, o clube emitiu uma nota de agradecimento aos serviços prestados. "Pastana participou do acesso para série A em 2013 e da conquista do título estadual de 2014. O Figueirense agradece aos serviços prestados pelo profissional que chegou ao alvinegro no segundo semestre da temporada passada", diz o comunicado.