Corinthians 105 anos: Teu presente é uma lição

Em mais um aniversário, a Fiel tem muito o que comemorar e se orgulhar de uma das mais belas histórias do futebol mundial

Corinthians 105 anos: Teu presente é uma lição
(Foto: Divulgação/ Twitter Oficial)
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Por Diego Luz

Uma coisa que é inevitável na vida é a passagem do tempo. Tudo nela passa. Amores, saúde, dinheiro, amizade, idas e voltas...Mas para àqueles que possui um time de futebol, não há força do tempo que diminua o sentimento de amar. E a maior prova disso acontece no time que nasceu do povo e para o povo. Da fraca luz de um lampião, numa esquina do bairro do Bom Retiro, capital paulista, nascia de cinco operários a maior expressão popular do país. Em um 1º de Setembro, mas de 1910, o Sport Club Corinthians Paulista nascia, para ser adorado como religião, odiado como política e seguido como um gigante.

Pode ser que todo dia primeiro deste mês, durante todos os anos, seja uma prática enjoativa, já que textos e mais textos aparecem nas mídias, mas toda forma de demonstrar o que é Corinthians, se torna pouca. Assim como a tentativa de explicar o porquê de uma torcida crescer exponencialmente logo num momento em que a equipe ficou 23 anos sem nenhuma conquista. Difícil de dizer, como o pioneirismo de se engajar numa campanha política às margens de uma ditadura. Impossível de explicar a sensação ao ver 30 mil pessoas invadirem um país do outro lado do mundo apenas para ver duas partidas. 

Podem existir vários fatores que tornem um clube grande. Ganhar títulos? Conseguir viradas épicas? Realizar transformações durante seus anos? Ter ídolos históricos? Façanhas semi-impossíveis? Super-esquadrões? Torcida gigante? Rivalidade mortal? Pode-se dizer que sim. Mas para o corinthiano, que se auto-intula "Fiel", "Louco", o simples fato de acordar e perceber que está vivo é o suficiente para sentir e viver a loucura de ser Corinthians.

Chorar, rir, ganhar, perder, sofrer e comemorar fazem parte da vida, mas "O time do Povo" jamais deixará de batalhar, como Sócrates, Casagrande e o time da "Democracia Corinthiana", que ajudou a mudar a história do país. Jamais deixará de sonhar, como imaginou ter uma casa à sua altura e hoje, faz dela um caldeirão. Jamais deixará de apoiar, como fez a Fiel em 76, na primeira "Invasão Corinthiana", ou em 2000, em mais um domínio em terras cariocas. Ou então a mais impressionante delas, quando tomou o Japão pra si, mostrando a força de uma nação. Um clube sem tamanhos, que superou risos eternos de 23 anos sem uma conquista. Brincadeiras que duraram mais de 35 longos anos, por não ter uma Libertadores. Os títulos engrandecem, mas ter o suporte de 30 milhões espalhados pelo mundo, é ainda maior.

E nesse dia do Corinthians, vibre como um gol, um carrinho, uma bola rifada ou o fim daquele sufoco que parecia eterno. Isso porque pra quem é alvinegro, sempre é mais sofrido. Não adianta estar goleando, porque as coisas sempre irão se complicar. Mas a Fiel gosta. Está no sangue. Sofrer vem de berço e ninguém melhor do o Corinthians para personificar o sofrimento do povo batalhador, guerreiro, que luta até o fim por sua alegria. Que vende o almoço pra ter a janta, que prefere o gol de carrinho à um gol de bicicleta, que pega o metrô na zona oeste e atravessa a cidade para assistir o jogo na zona leste. Mas, o que é cruzar a cidade para quem cruzou o mundo?

Portanto, para o mais brasileiro dos times, o maior dos parabéns e a esperança de novas glórias, já que a única certeza é o apoio de seus loucos fiéis .