Vitória magra, mas duplamente importante. Na noite desta quarta-feira (29), o Cruzeiro voltou a jogar bem, recuperou a confiança e abriu uma vantagem importante na briga por uma vaga na grande final da Copa do Brasil. A Raposa venceu o Santos, no Mineirão, por 1 a 0 e, além de sair na frente no mata-mata mais famoso do país, recuperou a tranquilidade para a sequência do Brasileirão.
Embora a liderança no Campeonato Brasileiro ainda esteja relativamente segura e ainda que os resultados não sejam de todo ruins, a Raposa vinha preocupando o seu torcedor pelas atuações abaixo da média. Por conta disso, além da vitória, o torcedor Celeste enfim voltou a ver, ainda que apenas no primeiro tempo, o Cruzeiro jogar como o Cruzeiro que encantou o país: ofensivo, buscando sempre o gol e sem medo de atacar.
Por se tratar de uma semifinal de Copa do Brasil, evidentemente não teve show, goleada ou um domínio completo e absoluto do adversário. Por outro lado, o Cruzeiro encontrou o gol no início e foi eficiente durante todo o primeiro tempo, não ampliando a vantagem no detalhe. No segundo tempo, o Santos voltou melhor, mas os donos da casa souberam neutralizar o adversário e evitaram sofrer o temido gol como mandante.
A vitória deixa o confronto ainda em aberto, mas dá ao Cruzeiro uma pequena e importante vantagem para o jogo de volta, que ocorre na próxima quarta-feira (5), na Vila Belmiro. A Raposa pode perder por até um gol de diferença para continuar sonhando com o pentacampeonato, enquanto o Peixe terá que vencer por dois gols de diferença para partir rumo ao bicampeonato. A exceção é uma vitória por 1 a 0 a favor dos paulistas, que leva a decisão da vaga para as penalidades máximas.
As duas equipes voltam a campo no fim de semana para a disputa da rodada 32 do Campeonato Brasileiro. Líder com 61 pontos, o Cruzeiro recebe domingo (2) o Botafogo no Mineirão. Também no domingo, o Santos encara o Internacional na Vila Belmiro. O Peixe está na oitava colocação com 46 pontos.
Cruzeiro abre o placar no começo e domina o Santos no primeiro tempo
O torcedor do Cruzeiro que estava com saudades daquele time ofensivo, pra frente, que fez tanto sucesso no Campeonato Brasileiro, enfim o reencontrou. Os minutos iniciais do time comandado por Marcelo Oliveira remeteram aos melhores momentos da equipe na temporada. A Raposa sufocou o Santos e foi, aos poucos, se aproximando cada vez mais e com maior frequência da meta adversária.
Sempre eficiente no ataque, o Cruzeiro não demorou para encontrar o caminho das redes. Aos 10 minutos, Willian chutou em cima de David Braz, que rebateu mal e devolveu para o atacante. Na segunda, ele não perdoou e chutou bem, sem chances para o goleiro Aranha, abrindo o placar. O gol deu maior tranquilidade aos mineiros, que simplesmente não deixaram o Santos jogar.
Os comandados de Marcelo Oliveira optaram por marcar a saída de bola do Santos, evitando que os visitantes ultrapassassem a linha do meio-campo. O nervosismo do time santista colaborou e o Cruzeiro pôde iniciar suas jogadas já no campo de ataque. O primeiro tempo foi todo dominado pelos donos da casa que, no entanto, falharam um pouco no chamado último passe.
A Raposa esteve todo o tempo próxima da grande área, rondando a meta santista. Os paulistas recuaram cada vez mais para evitar que a vantagem aumentasse ainda no primeiro tempo e, assim, dificultaram cada vez mais a aproximação do adversário. Se por um lado a estratégia deu certo, já que o segundo gol não saiu, por outro deixou os alvinegros ainda mais impotentes na partida.
Santos volta melhor, mas não consegue o empate
Reconhecendo o erro que seria jogar na defesa durante os 90 minutos, o Santos adotou uma postura bem mais ofensiva no segundo tempo. Nos cinco minutos iniciais, surpreendeu o Cruzeiro ao se lançar ao ataque e ao criar jogadas interessantes. O jovem Gabriel apareceu com destaque no setor de criação e mostrou que o Santos não estava satisfeito com o empate.
Aos sete minutos, o Cruzeiro pareceu ter retomado outra característica de seus melhores momentos na temporada: a de sempre encontrar um gol quando o adversário começava a assustar. Julio Baptista recebeu na esquerda e passou para Ricardo Goulart balançar as redes. O assistente Rodrigo Jóia, no entanto, assinalou um impedimento completamente inexistente e o jogo seguiu 1 a 0.
Dali em diante, o jogo foi cada vez mais do Santos e menos do Cruzeiro. Os santistas se acertaram no meio-campo e jogaram mais no campo de ataque. A melhora foi tão grande que os mineiros abriram mão de ocupar o setor ofensivo para apostar no campo de ataque. A estratégia, no entanto, não funcionou durante boa parte do tempo. O Santos encaixou bem a marcação e evitou que a Raposa se aproximasse.
Por outro lado, a atuação do Cruzeiro no segundo tempo foi digna de nota pela eficiência absoluta na marcação no sistema defensivo. Apesar de não ter a posse de bola, os mineiros só levaram dois sustos na etapa final. Em um, Dedé apareceu para travar o chute de Robinho. Em outro, Alison mandou por cima. Nos 10 minutos finais, o Cruzeiro voltou a encaixar bons ataques, teve boas oportunidades, mas não conseguiu ampliar sua vantagem.