Viradas históricas do Cruzeiro podem ajudar a motivar equipe na Copa do Brasil

Raposa terá que passar por mais uma “prova de fogo” para reverter placar contra o Atlético-MG e conquistar o pentacampeonato

Viradas históricas do Cruzeiro podem ajudar a motivar equipe na Copa do Brasil
matheus-adler
Por Matheus Adler

O Cruzeiro terá que revirar suas “páginas heroicas e imortais” para tentar conquistar a Copa do Brasil, após perder o primeiro jogo da final por 2 a 0 para o arquirrival, Atlético-MG, no último dia 12, no Estádio Independência. O palco da grande final será no Mineirão, onde aconteceu grandes viradas históricas. Em várias competições diferentes, a situação mais semelhante que a equipe celeste irá enfrentar na próxima quarta-feira (26), na finalíssima da Copa do Brasil, aconteceu em 1991, pela decisão da Supercopa dos Campeões da América.

A Supercopa daquele ano contava com 14 equipes que se enfrentavam pelo sistema de mata-mata, em jogos de ida e volta. O Cruzeiro, naquela ocasião, havia passado pelo Colo-Colo, Nacional e Olímpia, chegando à grande decisão contra o River Plate, que havia eliminado o Grêmio, nas oitavas, e o Flamengo, nas quartas e contava com um elenco extraordinário. O primeiro jogo da final foi realizado em Buenos Aires. A equipe celeste na época comandada por Ênio Andrade acabou derrotada por 2 a 0, com um gol de pênalti marcado pelo zagueiro Rivarola e o outro sendo marcado pelo lateral-esquerdo Higuaín.

Uma semana depois, as duas equipes se enfrentaram no Mineirão, e o clima na torcida era de tensão, porém, confiantes no título, a ponto de Belo Horizonte estar toda colorida de azul e branco. Ênio Andrade queria um time ofensivo desde o início da partida, e acabou dando certo, a ponto do Cruzeiro desperdiçar três chances de gols com 20 minutos de jogo, mas, dez minutos depois, Ademir marcou o primeiro gol do duelo, aliviando o clima na torcida, porém ainda faltavam dois gols.

O Cruzeiro teria que apostar todas as suas fichas no segundo tempo, e assim aconteceu. Aos seis minutos de partida, um gol contra deixara a Raposa ainda mais próxima do título, fazendo a festa do torcedor ainda mais confiante e, aos 29 minutos da segunda etapa, o estopim da festa celeste: o terceiro gol que garantiu o título da Supercopa daquele ano saiu dos pés de Mário Tilico, que empurrou a bola para as redes.

Mais de 60 mil presentes no Gigante da Pampulha comemoravam o título que para muitos era considerado impossível para a Raposa conquistar. Desde então, a partida é considerada na Argentina “La pesadilla del Mineirao” (O pesadelo do Mineirão). O Cruzeiro havia encerrado ali longos 15 anos sem conquistar um título internacional, uma vez que o último havia sido ganho em 1976, na ocasião, a Libertadores da América.

Outras viradas também impulsionam Cruzeiro para a decisão

Dentre as quatro conquistas da Copa do Brasil pela Raposa, uma ficou marcada pelo “inacreditável” acontecer. Em 1996, o Cruzeiro chegara à decisão da competição contra o Palmeiras, na época, considerada uma “seleção”, já que contava com grandes craques como Júnior, Muller, Rivaldo, Djalminha e Luizão.

O primeiro jogo foi realizado no Mineirão, e para muitos, o Cruzeiro teria que fazer boa vantagem na primeira partida e sem sofrer gols, a fim de ter chances de conquistar a sua segunda Copa do Brasil, na ocasião. Porém, o Palmeiras conseguiu sair de Belo Horizonte com um empate de 1 a 1, assim, levando a vantagem para São Paulo e também o favoritismo, já que a maioria dava como certa a conquista do título pelo alviverde.

Já na segunda partida, realizada no Parque Antártica, em São Paulo, vários torcedores palmeirenses já estampavam suas faixas de campeão antes mesmo do duelo começar, e a situação para o Cruzeiro ficou ainda mais difícil quando, aos quatro minutos de jogo, Luizão abriu o placar para o Palmeiras. Muitos já haviam dado a partida como decidida, mas, aos 25 minutos, Roberto Gaúcho colocou o Cruzeiro novamente na briga empatando em 1 a 1. O gol que sacramentou a Raposa bicampeã, entretanto, saiu aos 36 minutos da segunda etapa, quando Marcelo Ramos aproveitou o rebote e virou a partida, assim, revertendo um placar adverso e sacramentando mais uma conquista na competição.

O rival da próxima quarta-feira (26) já foi superado pelo Cruzeiro em 2011, pela decisão do Campeonato Mineiro, quando a equipe alvinegra, com a presença de seu torcedor, venceu a primeira partida da final por 2 a 1, mas na segunda partida a Raposa, diante a sua torcida, conseguiu reverter o placar por 2 a 0, faturando o título. Na ocasião, as duas equipes se enfrentaram em Sete Lagoas, na Arena do Jacaré, uma vez que o Mineirão estava passando por reformas para a Copa do Mundo.