Raio-X Cruzeiro: superação é a palavra-chave

Foi uma campanha de cinco vitórias em nove jogos nesta Libertadores. Mais do que nunca, um triunfo será de grande importância para consagrar o favoritismo celeste

Raio-X Cruzeiro: superação é a palavra-chave
(Foto: Anibal Greco/Light Press/Cruzeiro)
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Por Vinícius Silveira

A campanha do Cruzeiro não foi nenhuma maravilha perto do que se esperava do atual tetracampeão brasileiro. No entanto, mudanças no elenco com a venda de peças importantes para o time, como os meias Ricardo Goulart e Everton Ribeiro, além do volante Lucas Silva, e a chegada de novos reforços, fizeram com que a equipe cruzeirense se desfigurasse.

O resultado de tamanha mudança foi o duro trabalho de remontagem da equipe não apenas na pré-temporada, mas dentro do Campeonato Mineiro e da Copa Libertadores da América. Visto desta forma, o Cruzeiro só garantiu a classificação apenas na última partida da fase de classificação, algo que não estava previsto.

No entanto, o Cruzeiro, juntamente com o Internacional, é o brasileiro que mais chegou longe dentre todos que disputaram a competição. E agora, pode ir muito mais longe, até ser apontado como um dos favoritos ao título. Veja a campanha celeste, jogo a jogo, até esta data que se anuncia a partida entre Cruzeiro e River Plate, que vale uma vaga para a semifinal da Libertadores.

1ª fase: sufoco, irregularidade, superação, mas a classificação veio

A estreia foi no dia 25 de fevereiro, com um 0 a 0 diante do Universitário de Sucre, na Bolívia. O resultado foi considerado bom, se colocarmos na mesa às dificuldades que se apresentam em jogar na altitude boliviana. No entanto, um novo empate sem gols no jogo seguinte, contra o Huracán-ARG, no dia 3 de março, deixou a torcida celeste ouriçada nas arquibancadas do Mineirão.

A primeira vitória custou, mas chegou. Diante do Mineros, na Venezuela, o Cruzeiro apontou 2 a 0, no dia 19 de março. Duas semanas depois, novamente o Mineros no caminho e outra vitória, desta vez, por 3 a 0.

Mas, o que começava a aparentar uma classificação mais tranquila, tornou-se um pesadelo após a derrota, fora de casa, contra o Huracán, por 3 a 1, na Argentina, e ainda com uma péssima atuação da equipe, principalmente no setor ofensivo. A decisão da vaga ficou para o último jogo.

No Mineirão, o Cruzeiro foi grande como tem que ser, e com muita raça e bom futebol, os celestes venceram o Universitário de Sucre por 2 a 0, com gols de Willian e Léo.

Oitavas de final: São Paulo é eliminado nos pênaltis; Fábio é o herói

As quartas de finais não poderiam ter um adversário mais difícil e tradicional como o São Paulo. Tricampeão da Libertadores e com um elenco de invejar a qualquer outro time, os tricolores venceram o primeiro jogo no Morumbi por 1 a 0, gol marcado por Centurión. Novamente, o Cruzeiro joga mal, e se não fosse o goleiro Fábio, o time celeste teria voltado para Belo Horizonte com uma sacola de gols tricolores na bagagem.

A decisão seria no Mineirão, com tudo o que se tem direito. Torcida empolgada, time sedento pela vitória, não poderia resultar em outra coisa. O Cruzeiro venceu por 1 a 0, gol de Leandro Damião no segundo tempo. O resultado levou a decisão para as penalidades.

Nos tiros da marca da cal, Leandro Damião perdeu o primeiro. Mas, Souza e Luis Fabiano também estavam com o pés descalibrados. Marquinhos, Arrascaeta e Henrique marcaram para o Cruzeiro. Rogério Ceni, Ganso e Centurión anotaram para o tricolor. Manoel tinha a responsabilidade de dar a classificação para o Cruzeiro, mas bateu mal e parou nas luvas de Ceni. Nas cobranças alternadas, Lucão perdeu para o São Paulo, Fábio defendeu. Gabriel Xavier não desperdiçou e garantiu a vitória por 4 a 3.

Quartas de final: Mais um tradicional rival se avistava

O rival da vez seria o todo poderoso River Plate da Argentina. O time estrangeiro que mais vezes que caiu no caminho celeste estava de volta após 16 anos do último confronto.

No primeiro jogo, muitas chances desperdiçadas, mas um bom futebol de ambas as partes, fizeram um jogo bom de se ver. Apenas o individual poderia fazer a diferença. Gabriel Xavier, jogador que sempre sai do banco de reservas, foi o dono do segundo tempo e dele saiu o gol da vitória celeste, anotado por Marquinhos.

A vantagem do empate é celeste. O repeteço do placar leva a decisão para as penalidades. Derrota para o River Plate por mais de um gol, dá a classificação para os argentinos. Um grande jogo se avista e mais um capítulo será escrito na história do Cruzeiro.