Cruzeiro 2016: eliminações na Primeira Liga e no Mineiro faz diretoria mudar planejamento

Ex-auxiliar Deivid, efetivado como treinador no fim de 2015, não resistiu aos maus resultados e acabou substituído por Paulo Bento; Raposa reforça elenco para o restante da temporada

Cruzeiro 2016: eliminações na Primeira Liga e no Mineiro faz diretoria mudar planejamento
(Foto: Editoria de Arte / VAVEL Brasil)
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Por Matheus Adler

O primeiro quadrimestre de 2016 não começou da maneira que a diretoria do Cruzeiro planejou, ainda no fim da temporada passada, quando decidiu efetivar o ex-jogador Deivid para ser o técnico celeste. Eliminações na Primeira Liga e no Campeonato Mineiro, custaram caro para o treinador, que acabou sendo demitido em sua primeira experiência no comando de um time. 

No entanto, os campeonatos estaduais e a inédita Primeira Liga, serviram como um 'laboratório' para os times brasileiros e não seria diferente com o Cruzeiro. Experimentos que não deram certo, terão que ser corrigidos até o dia 14 de maio, data em que se inicia o Campeonato Brasileiro para a Raposa, que enfrenta o Coritiba, às 21h, no Couto Pereira

Oito reforços e aposta em Deivid: 2016 começa para o Cruzeiro

Desde a demissão de Marcelo Oliveira do comando do Cruzeiro, em junho do ano passado, a Raposa tem sofrido para achar um nome que consiga ter regularidade à beira do campo. Vanderlei Luxemburgo não conseguiu implementar seu trabalho na Toca II e acabou sendo demitido dois meses depois de sua chegada, assim, Mano Menzes chegou para iniciar a 'revolução azul' na temporada.

Com o gaúcho no comando do time, a Raposa conseguiu sair da beira do Z4 do Brasileirão, para terminar em 8º lugar. No entanto, o treinador acabou despertando a atenção do Shandong Luneng-CHN, que ofereceu uma quantia alta para o profissional se transferir para o futebol asiático. A saída de Mano pegou a diretoria do Cruzeiro de surpresa. Com o mercado de treinadores escasso na época, os dirigentes celestes decidiram efetivar o então auxiliar técnico Deivid, até mesmo por um pedido dos jogadores.

2016 chegou e o time celeste buscou oito reforços, a grande maioria oriunda do mercado sul-americano. De volantes, o Cruzeiro trouxe Lucas Romero, Marciel e Gino, enquanto para o meio-campo, contratou Sanchez Miño, Matías Pisano e Bruno Nazário, finalizando pelo ataque, que ganhou duas novas peças: Rafael Silva e Douglas Coutinho.

Começo irregular da temporada gera primeiras críticas ao trabalho de Deivid

O Cruzeiro se reapresentou no dia 6 de janeiro com um elenco inchado. Jogadores como Marinho, Antônio Carlos, Joel, WilliansDouglas GrolliUillian Corrêa, Gabriel Xavier e Vinícius Araújo, foram emprestados pela Raposa. Assim, a diretoria chegou ao número pretendido: 33 atletas. Com isso, Deivid garantia uma rotatividade maior aos jogadores no time titular.

Após um regime pesado de concentração, o Cruzeiro teve seu primeiro teste na temporada: um jogo-treino contra o Villa Nova, na Toca da Raposa II. No entanto, o resultado acabou favorável ao Leão do Bonfim, que venceu o time celeste por 2 a 1, sob muita chuva, na ocasião. Apesar do resultado, Deivid aprovou a atuação da equipe, mas o revés acendeu um sinal de alerta na torcida.

Três dias depois, a Raposa viajou para Cariacica/ES, onde enfrentou o Rio Branco-ES. Apesar da vitória por 2 a 0, onde titulares e reservas atuaram nos dois tempos do jogo, o futebol pouco vistoso desagradou aos torcedores. Assim, veio a estreia na Primeira Liga, diante do Criciúma. Porém, o Cruzeiro saiu de Santa Catarina com um empate em 1 a 1. Quatro dias depois, a primeira partida no Campeonato Mineiro, diante da URT. Um empate pífio em 0 a 0 colocava em xeque a tentativa de Deivid em introduzir um futebol moderno no time celeste.

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Após o empate do Criciúma, o Cruzeiro enfrentaria o Fluminense, em uma partida que decidiria o rumo das duas equipes na Primeira Liga. Raposa e Tricolor Carioca se enfrentaram no dia 17 de fevereiro, no Mineirão, e mesmo jogando um bom futebol, acabou perdendo por 4 a 3, em uma partida que teve Diego Souza como destaque pelo lado adversário.

O revés acabou tirando qualquer tipo de chance de classificação do Cruzeiro, que manteve o foco no Campeonato Mineiro. A Raposa fez o primeiro jogo convincente da rodada, apenas no dia 15 de março, contra o Uberlândia, que disputava a liderança direta com o clube celeste. A equipe do técnico Deivid deu show e venceu por 3 a 0. Então, o time começou a fazer boas atuações, vencendo, inclusive, o Atlético-MG, no dia 27 de março, por 1 a 0, no Independência.

O resultado garantiu o Cruzeiro na liderança isolada da primeira fase do Estadual, consequentemente, classificando a Raposa para às semifinais com dois jogos de antecedência.

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Nas entrevistas coletivas que antecederam o primeiro duelo entre Cruzeiro e América-MG, pelas semifinais do Campeonato Mineiro, o discurso na Raposa era um só: uma nova competição iria começar. Por isso, o cuidado foi redobrado. Deivid fechou todos os treinos táticos na semana anterior ao clássico, visando privacidade ao time.

No dia 16 de abril, Raposa e Coelho entravam em campo, no Independência. O Cruzeiro era favorito, pela campanha impecável que fez na primeira fase do Mineiro. No entanto, o favoritismo acabou chegando ao fim, no apito final: o América-MG reverteu a desvantagem e fez 2 a 0 na partida de ida das semifinais. 

O revés teve reflexo na estreia do time na Copa do Brasil, no dia 20 de abril, contra o Campinense, em Campina Grande/PB. A Raposa teve um rendimento muito baixo dentro de campo e acabou empatando sem gols com os visitantes, que haviam escalado sete reservas para o duelo. O resultado não agradou a diretoria celeste, que aguardou o jogo de volta das semifinais do Estadual, para decidirem o futuro de Deivid no comando do clube celeste.

Dia 24 de abril: Cruzeiro e América-MG se enfrentavam pela segunda partida das semis do Mineiro. A Raposa começou bem na partida, tendo um gol legítimo, anulado pela arbitragem. No entanto, o time não conseguiu deslanchar e acabou saindo de campo com um 0 a 0, que culminou na eliminação celeste no Estadual e com a demissão do técnico Deivid.

Cruzeiro anuncia Paulo Bento como treinador e reforça equipe para o restante da temporada

Com a eliminação da Raposa no Campeonato Mineiro, restou ao clube celeste apostar as fichas na Copa do Brasil. A missão de classificar o time na competição, ficou nas mãos de Geraldo Delamore, membro da comissão técnica fixa. Antes da segunda partida contra o Campinense, as diretorias de Cruzeiro e Palmeiras concluíram as trocas dos laterais Fabrício e Fabiano, pelo também lateral Lucas e pelo meio-campo Robinho

Lucas chegou à Toca da Raposa II atuando na vitória contra o Campinense, por 3 a 2. Triunfo este que classificou o Cruzeiro para à segunda fase da Copa do Brasil. Já Robinho, sofreu um edema na coxa direita e se recupera no departamento médico. O lateral-direito continuou atuando e foi titular na vitória celeste, sobre o Londrina, por 2 a 0, no norte do Paraná, que sagrou a classificação celeste à terceira etapa da competição nacional.

Na última terça-feira (10), enquanto a equipe celeste estava atuando na vitória contra o Londrina, a diretoria concluía a contratação do lateral-esquerdo Bryan, junto ao América-MG. O jogador chega para suprir a carência do time na lateral esquerda, já que Fabrício, o único atleta de ofício no setor, foi emprestado. Atualmente, o volante argentino Sanchez Miño atua de maneira improvisada na posição. 

Dias antes do começo do Brasileirão, o Cruzeiro anunciou o português Paulo Bento como novo treinador da equipe, que ficou sem um comandante fixo por 17 dias. A Raposa teve dificuldades para anunciar um substituto para Deivid, isso porque Jorginho, técnico do Vasco, decidiu permanecer no comando do time, assim como Ricardo Gomes, que recusou a proposta celeste para seguir treinando o Botafogo. Já Marcelo Oliveira, atualmente desempregado e com uma bela história pela equipe celeste, agradeceu o interesse da diretoria, mas revelou que estava apalavrado com outra agremiação.