O atacante Michael voltará aos tribunais nesta segunda feira (16) e será julgado novamente pelo doping ocorrido em 2013. Depois de ter cumprido 16 meses de pena, imposta pelo STJD, e ter voltado aos gramados em janeiro do ano passado, a Agência Mundial Antidopagem entrou com um recurso no CAS colocando em risco a carreira do jogador de 21 anos, que em caso de condenação, pode pegar até dois anos de suspensão.

O diretor jurídico do Fluminense e também vice de futebol do clube, Mário Bittencourt, e o advogado Daniel Cravo, defensor do Tricolor na área desportiva internacional trabalham na estratégia de defesa do atleta.

Devido a demora para que a Agência Mundial de Antidopagem entrasse com o recurso no CAS, o atacate Michael será julgado de acordo com as normas do código mundial antidoping de 2009, o que lembra o caso do atacante Jobson, do Botafogo, no fim de 2009.

Flagrado também por uso de cocaína, o atleta admitiu na época ter usado crack e o STJD condenou o jogador a cumprir dois anos de suspensão. No entanto, a pena foi reduzida após recurso de seis meses e foi cumprida no primeiro semestre de 2010.

A defesa de Daniel Cravo será praticamente igual a de Mário Bittencourt em 2013 no STJD. Na época, Bittencourt alegou que a inatividade do atleta em caso de condenação poderia ser o caminho de Michael até a cocaína.

O advogado ainda citou ex-jogadores que tiveram problemas com drogas, como Casagrande e convocou especialistas ligados ao caso para comentar como se desenvolve a dependência, na tentativa de mostrar a corte que a condenação não seria o melhor caminho para o jogador, que chegou a trabalhar como ajudante de pedreiro e teve infância muito pobre.

''Os médicos foram claros que o tempo ocioso fará e fez com que ele buscasse a droga. As atitudes dele mostram que merece ser recuperado. Deixar mais tempo distante do trabalho aumenta o risco de ser um dependente químico. Temos de salvar esse atleta. Para sorte do Michael ele foi flagrado no doping. O doping salvou o Michael'' - finalizou o advogado naquela ocasião.

Michael irá a julgamento e prestará esclarecimento diante dos árbitros da corte. A defesa do Fluminense foi enviada por escrito ao Paniel da CAS e nesta segunda-feira, Daniel Cravo realizará a defesa oral:

''Vou brigar para que o Michael não seja condenado a dois anos e seja mantida a decisão da Justiça Desportiva Brasileira'' – disse Cravo.