Felipão está de volta ao Grêmio. Após a demissão de Enderson Moreira e a negativa de Tite, Fábio Koff, presidente do Grêmio, começou a negociar com um dos maiores treinadores da história do clube. Nesta terça-feira (29), quando o mandatário gremista foi à São Paulo conversar com Luiz Felipe Scolari, ouviu a resposta positiva. 

O pentacampeão do mundo não era a primeira opção da diretoria gremista. Primeiramente, Koff foi atrás de Tite, mas ouviu uma negativa. Em seguida, sondou alguns nomes estrangeiros, como os argentinos Alejandro Sabella, que foi jogador do clube, e Jorge Sampaoli.  Mas o negócio foi fechado com o ídolo tricolor.

Felipão chega nesta quarta-feira (30) em Porto Alegre, onde será apresentado oficialmente. Koff e o novo treinador acertaram o contrato em São Paulo durante o almoço, ao lado do advogado do departamento de futebol do Grêmio, Gabriel Vieira

André Jardine foi efetivado como auxiliar-técnico do clube, o que indica que Felipão deve apenas solicitar a contratação de Darlan Schneider. Fábio Mahseredjian, preparaador físico, segue no clube. Já Murtosa, companheiro de longa data de Scolari, não faz parte dos planos da equipe.

O Grêmio terá a ajuda de um empresário para bancar o salário do novo comandante.

Os últimos trabalhos

A carreira de Felipão é vitoriosa e não há dúvidas. Mas os últimos trabalhos do gaúcho de Passo Fundo foi composto de altos e baixos. Nos anos recentes, conquistou dois títulos, mas foi marcado por rebaixamento e uma goleada sofrida na Copa do Mundo.

Scolari chegou ao Chelsea em 2008. O início de Big Phil no comando dos Blues foi agradável. O clube chegou a conquistar a impressionante marca de onze vitórias fora de casa, sendo que oito em seu comando. Todavia, o desempenho em casa com a pressão da torcida e nos clássicos deixava a desejar. Após alguns fracos resultados, Felipão deixou o clube londrino.

Um ano após assinar com o time inglês, Scolari ousou e assinou com o Bunyodkor, do Uzbequistão. Em um país de futebol fraco e sem tradição, Felipão sobrou. Conquistou o campeonato nacional de forma invicta e obteve a marca de impressionantes 23 vitórias consecutivas. Mas deixou o cargo livre ao final do torneio.

Em 13 de junho de 2010, acertou seu retorno ao Palmeiras, onde também é ídolo. O primeiro ano e meio de Scolari não foi impressionante. Todavia, 2012 estava cheio de surpresas. Mesmo sem algumas peças importantes, o alviverde conquistou a Copa do Brasil. Mas o pior aconteceu ao final do ano: com uma péssima série de resultados, o clube paulista entrou na briga contra o rebaixamento – onde mais tarde assinaria o descenso – e Big Phil foi despedido.

No mesmo ano, Felipão assumiu a seleção brasileira pela segunda vez, com o objetivo de conquistar o hexacampeonato no Brasil. Em 2013, a conquista da Copa das Confederações aumentou as expectativas para o Mundial, mas o resultado final foi trágico. Na semifinal da Copa do Mundo, a equipe de Scolari foi derrotada por 7 a 1, na maior vergonha da história da seleção verde e amarela.

As passagens no Grêmio

Scolari chegou ao Grêmio pela primeira vez em 1987, ainda como um treinador respeitado apenas em solo gaúcho. Após período no futebol pelotense e no Al-Shabab, da Arábia Saudita, ele foi contratado pela equipe tricolor em 1987 e conquistou o Campeonato Gaúcho de 1987. Mas o sucesso não passou disso.

Em 1993, sendo mais experiente e tendo até passado no futebol do Kuwait, Felipão chegou como comandante do Grêmio pela segunda vez. E dessa vez para entrar para a história do clube. 

O treinador entrou para a história do Grêmio nos três anos que ficou na casamata tricolor. Em 94, conquistou a Copa do Brasil contra o Ceará. Mas o maior triunfo viria no ano seguinte: após 12 anos, a equipe gaúcha conquistou novamente a Copa Libertadores da América. Mas, como em 83, o título mundial não veio. Enfrentando o Ajax, que tinha base da Seleção Holandesa de 98, e com um jogador a menos, o Grêmio empatou no tempo normal e perdeu na disputa de penalidades. Para encerrar com chave de ouro, Felipão deu ao Grêmio o Campeonato Brasileiro de 1996, um título que não chegava ao clube há 15 anos. 

No atual momento, Felipão chega ao Grêmio com desconfiança da própria torcida, mas ainda assim apoiado. Também pesa o fato de a equipe gaúcha estar na fila de títulos nacionais há 13 anos.