Na manhã desta terça-feira (19), Felipão acertou seu desligamento com o Grêmio. O treinador, com passagem memorável pelo clube na década de 90, deixa o cargo de comandante após um vice-campeonato gaúcho e um início de Campeonato Brasileiro ruim. Além dele, os auxiliares Ivo Wortmann e Flávio Murtosa, além do preparador físico Darlan Schneider também estão fora do Tricolor gaúcho.

A saída é entendida como uma decisão do próprio Scolari e o Grêmio precisa correr para anunciar o substituto. A próxima rodada do campeonato nacional ocorre no fim de semana, com duelo contra o Figueirense, no sábado (23), às 21h, na Arena do Grêmio. O nome mais forte para chegar ao clube é Cristóvão Borges. Especulações da imprensa gaúcha ainda citam o velho conhecido Celso Roth, que não deve contar com apoio da torcida.

Sobre a saída do vitorioso técnico dos anos 1990, o presidente Romildo Bolzan esclareceu: "O Luiz Felipe não é mais treinador do Grêmio. Ele pediu demissão pela manhã. Entendeu que o seu ciclo e capacidade de avançar com o clube estavam concluídos. E o Grêmio aceitou o pedido, que se estendeu a toda comissão técnica", afirmou. Não chega a ser uma surpresa, já que Flávio Murtosa, auxiliar de Scolari, sempre trabalhou ao lado do treinador e o acompanha a todos os clubes, como foi com o Grêmio desde outras passagens, com o Palmeiras e com as seleções brasileira e portuguesa.

A trajetória de Luiz Felipe desde sua chegada à Arena em julho de 2014, muito criticado pela imprensa após as derrotas vexatórias na Copa do Mundo disputada no Brasil, foi com 51 jogos pelo Grêmio. Scolari teve 26 vitórias, 12 empates e 13 derrotas, somando um aproveitamento de 60,3%. Foi uma campanha incapaz de levar o Tricolor à Libertadores da América deste ano, além de um vice-campeonato gaúcho para o maior rival, o Inter. No começo deste Brasileirão, o Grêmio ainda não venceu, com um empate e uma derrota.

A insatisfação de Scolari com o enfraquecido elenco gremista, que perdeu jogadores importantes como Zé Roberto, Riveros, Hernán Barcos e Marcelo Moreno, era grande. Felipão passou boa parte das coletivas do Gauchão a cobrar reforços e tocar na fragilidade do plantel atual do clube. Outro ponto que desagradou à direção eram as conversas tratando de negociações com o exterior.

Com a saída confirmada, fica agora a espera pelo anúncio do novo nome a comandar o Grêmio na casamata. Será uma difícil missão de reerguer o clube no Brasileiro e manter o bom desempenho nas fases adiantes da Copa do Brasil, competição pela qual o Tricolor está qualificado na terceira fase, para enfrentar o Criciúma.