No retorno ao Inter, Falcão se mostra feliz e afirma: ''Gosto de um time que jogue bola''

Ídolo colorado chega com estilo claramente oposto ao de Argel e exalta importância de recuperar confiança do grupo

No retorno ao Inter, Falcão se mostra feliz e afirma: ''Gosto de um time que jogue bola''
Ídolo recebeu camisa personalizada das mãos do vice de futebol, Carlos Pellegrini (Foto: Ricardo Duarte/S.C. Internacional)
gustavopereira
Por Gustavo Pereira

O conceito de futebol do Internacional mudou drasticamente. Depois da saída de Argel Fucks, o ídolo Paulo Roberto Falcão foi confirmado como novo treinador colorado. Na tarde desta quarta (13), o eterno camisa 5 concedeu entrevista coletiva de apresentação deixando claro que pensa o jogo de maneira distinta do ex-comandante e ressaltando a necessidade de recuperar a confiança do grupo.

''Me sinto gratificado. Sempre tive envolvimento com o clube, há bastante tempo. Estou muito feliz. Tenho noção exata do tamanho do desafio, mas felizmente as coisas nunca foram fáceis e isso sempre me deu condições de ter que provar a cada momento'', iniciou Falcão, relembrando a história de identificação com o Inter.

A primeira análise do técnico a respeito do novo elenco de comandados ressaltou a importância do tempo para implantar novos conceitos: ''É preciso conversar muito, modificar algumas coisas, respeitando o trabalho do Argel, que certamente deixou coisas boas. Não dá pra mudar absolutamente tudo, mas pelo menos buscaremos colocar elementos que julgo serem importantes em um time. Não se faz isso de uma hora para outra. É importante casar os estilos de jogadores''.

As ideias de Paulo Roberto Falcão sobre futebol nunca foram segredo. Quanto a isso, ele disse: ''Gosto de um time que jogue bola, de um goleiro que saiba jogar com os pés. Vou tentar implantar isso. O chutão é uma ilusão de dez segundos, porque a bola volta. É importante criar a confiança para que não se faça isso. Para não dar chutão, tem que ter aproximação''.

Após a entrevista, Falcão atendeu colorados nas arquibancadas do Beira-Rio (Foto: Ricardo Duarte/S.C. Internacional)

''Vi algumas partidas pela televisão, mas é o convívio que me diz as coisas, no sentido bom ou ruim. Vamos conversar com os jogadores, com a comissão... tenho que me nutrir com o maior número de informações possíveis de quem estava aqui. A partir daí, vejo o que precisa mudar. Isso é o treino que dirá, de que maneira posso ajudá-los. Não trabalho com imposição, gosto do convencimento, da argumentação com consistência. Os jogadores precisam acreditar na ideia'', dissertou.

Outro ponto abordado pelo treinador foi a questão anímica, tomando o Sport, último clube de Falcão, como exemplo: ''Chegamos no Sport quando eles vinham de sete empates, cinco derrotas e uma vitória, em 12º lugar. Tivemos que fazer um trabalho de pronto-socorro. Aqui, começaremos valorizando que ninguém joga no Inter se não tiver qualidade. Esse é o desafio: recuperar atletas que eventualmente podem estar inseguros. Sei como são as dificuldades aqui. Há muita cobrança''.

Em um recado aos torcedores colorados, o Rei de Roma falou: ''Todos nós no clube, do mais alto dirigente aos profissionais de retaguarda, sabemos que o mais importante é o torcedor. Evidente que queremos o apoio de todos, porque faz a diferença. A grande modificação no início é ter o torcedor do lado, que agarre o time no colo. Um time novo, como o nosso, requer muito carinho''.

Ainda nesta tarde, Falcão comanda o primeiro treino à frente do Inter. A reestreia tem data marcada: 16h de domingo (17), diante do líder Palmeiras no Beira-Rio. Para esta partida, os cinco mil primeiros torcedores que chegarem ao estádio com a camisa colorada de número 5 entram de graça. ''Domingo o mais importante é ganhar'', encerrou o confiante ídolo e agora, mais uma vez, treinador.