Luverdense leva a virada, perde a chance de assumir a liderança e pode deixar o G-4

Equipe matogrossense abriu o placar no primeiro tempo, mas foi derrotada na etapa final e agora seca ABC, Avaí e Sampaio Corrêa para permanecer entre os quatro primeiros; vitória em casa tirou Oeste da zona de rebaixamento

Luverdense leva a virada, perde a chance de assumir a liderança e pode deixar o G-4
Serginho marcou o gol da virada do Oeste (Foto: Divulgação/Oeste)
dahileonardo
Por Leonardo Dahi

Da injustiça que agrava a crise à virada que traz dias tranquilos. Da sorte que leva à liderança provisória ao segundo revés consecutivo e a possibilidade de deixar o G-4. Assim podemos definir os sentimentos distintos dos torcedores de Oeste Luverdense ao final dos dois tempos de jogo em Itápolis, onde os donos da casa venceram os matogrossenses pela 13ª rodada do Campeonato Brasileiro da Série B, na noite dessa sexta-feira (25).

No duelo entre o time que está no grupo dos quatro primeiros contra o que abriu a rodada na zona de rebaixamento, pode se dizer que o empatte foi ruim para os dois. O jogo começou bastante estudado, mas logo as duas equipes, precisando do resultado, se soltaram e foram para o ataque tentando abrir o placar. Apesar do Oeste ter chego mais, melhor e com mais perigo, foi o Luverdense quem inaugurou o marcador.

Se o placar favorável aos visitantes era injusto, o Oeste corrigiu o problema logo no início da etapa final. Após o gol, o Luverdense melhorou e parecia enfim ter se encontrado na partida. Ledo engano. Em pouco tempo, a equipe de Lucas do Rio Verde perdeu completamente a capacidade de criar jogadas e, em um contra-ataque, sofreu a virada.

Para o Oeste, a vitória foi fundamental. O segundo triunfo em casa e o terceiro no campeonato vieram com muito suor, depois da Onça sair perdendo mesmo quando jogava melhor. A luta e a entrega dos jogadores na segunda etapa, entretanto, garantiram o triunfo, tiraram o Rubrão da zona de rebaixamento e garantiram dias tranquilos para o "novo velho" treinador Luiz Carlos Martins, ao menos até o próximo jogo.

A equipe do interior paulista agora está em 16º lugar com 14 pontos e perde para o Boa Esporte - que ainda joga na rodada - apenas no número de vitórias. O importante, porém, é que o Oeste não só saiu da zona de rebaixamento, como abriu uma distância de três pontos para a Portuguesa, que abre o Z-4 e já jogou na rodada. A diferença, no entanto, pode cair para apenas um ponto caso Paraná ou Bragantino vençam ABC e Boa, respectivamente.

Já o Luverdense, que parecia ter a sorte ao seu lado quando abriu o placar estando perto de sair atrás, agora vive um momento delicado no torneio. Pela primeira vez, o Verdão perdeu duas partidas seguidas. Se vencesse, assumiria provisoriamente a liderança, mas agora permanece em quarto lugar com 21 pontos, três atrás do Ceará e a um de América-MG e Joinville, que jogam, respectivamente, contra Santa Cruz, América-RN e Avaí.

Um empate no clássico catarinense, é tudo o que o torcedor do Luverdense quer. Além de evitar que o Joinville abra quatro pontos de vantagem, mantém o Avaí atrás do clube matogrossense, que ficará dois pontos atrás dos avaianos em caso de vitória. ABC e Sampaio Corrêa também podem tirar o Luverdense do G-4, desde que vençam Paraná e Vila Nova, respectivamente. 

As equipes agora voltam a campo na semana que vem para a disputa da 14ª rodada da Série B. Na terça (29), o Oeste vai até a capital paulista enfrentar a Portuguesa, no Canindé, em um "jogo de seis pontos" para fugir da Série C. Na sexta (1), o Luverdense também tem um confronto direto por seu objetivo, mas aí pensando na Série A em 2015: o Avaí, em Florianópolis.

Oeste é melhor, mas Luverdense sai na frente

Até pela importância do jogo para ambos os times, era natural que tanto Oeste, quanto Luverdense, iniciassem a partida de maneira mais cautelosa. E, à exceção da primeira jogada da partida, quando, logo na saída, a equipe de Itápolis já se lançou ao ataque, assim foi feito. Os cinco minutos iniciais foram de muito estudo, muita marcação e com os visitantes controlando melhor a bola.

A partir do sétimo minuto de bola rolando, porém, a situação mudou. O chute de longe de Jean Patrick, do Luverdense, exigiu boa defesa de Anderson e botou fogo no jogo após a primeira chance clara de gol da partida. A resposta veio três minutos depois e com a mesma moeda. Ezequiel arriscou forte, de longe, e foi a vez de Thomazella mostrar que estava atento e espalmar para fora.

O Oeste voltou a levar perigo aos 10 minutos, quando Fernandinho deixou César Gaúcho na cara do gol, mas o assistente paralisou a jogada marcando impedimento. O Rubrão sofreu um revés indesejado aos 14 minutos, quando o próprio César Gaúcho não teve mais condições de jogo e teve que ser substituído pelo técnico Luiz Carlos Martins, que abriu nesta partida sua terceira passagem pela equipe.

Depois da saída de César, o jogo voltou ao seu ritmo intenso e a zaga do Oeste quase se complicou ao se atrapalhar em cobrança de falta alçada quase na pequena área. Passado o susto, porém, a Onça de Itápolis cresceu na partida. A primeira grande chance surgiu quando Fernandinho apareceu livre pelo lado esquerdo e bateu cruzado, já dentro da grande área, exigindo boa defesa do arqueiro luverdense.

O torcedor rubro-negro se desesperou quando, na cobrança de escanteio, a bola foi em direção aos pés de Roger Gaúcho, dentro da pequena área. Precisando apenas chutar a bola para marcar, o atacante furou e desperdiçou a melhor chance da partida até ali. O goleiro Thomazella também virou uma pedra no sapato dos paulistas, fazendo mais uma boa defesa aos 26 minutos, em cabeçada certeira de Reis.

E quando o Oeste parecia bem mais perto de abrir o placar, foi o Luverdense quem foi lá e balançou as redes. Aos 33 minutos, após cobrança de escanteio, Samuel desviou de cabeça e a bola encontrou o veterano e artilheiro Reinaldo que, em cima da linha do gol, apenas empurrou a bola para o gol e abriu o placar. O gol foi um choque para o Oeste, que só voltou a chegar com perigo aos 43 minutos, com uma bicicleta de Serginho, e aos 46, com uma cobrança de falta do próprio Serginho.

Jogo aéreo e contra-ataque: as armas do Oeste para a virada

Se a vitória do Luverdense ao final da primeira etapa podia ser considerada um "erro", ele foi logo reparado. E em um lance dos mais esquisitos. Depois de muito tocar a bola, o Oeste tentou chegar ao empate no jogo aéreo, aos cinco minutos. A cabeçada de Reis para o alto, sem direção, parecia não ajudar em nada para tanto e o goleiro Thomazella também acreditou nisso. Aí, a bola desceu, bateu no travessão e, quando o arqueiro se deu conta, ela já estava lá dentro. Foi o empate do Oeste.

O gol acendeu o Luverdense que, precisando do resultado, foi para o ataque e viveu seu melhor momento na partida. Logo depois do empate, os visitantes cabecearam na trave de Anderson e, em seguida, quase voltaram à frente em uma bomba de Samuel, de muito longe, que levou perigo à meta adversária. O bom momento matogrossense, entretanto, acabou aí.

Por cerca de 15 minutos, o Luverdense teve a posse de bola, um adversário recuado, mas não teve a capacidade criar absolutamente nada. Os passes errados, os cruzamentos sem direção e a ineficiência nas jogadas individuais fizeram com que a defesa do Oeste se sobressaísse ante o ataque do Verdão. Com o tempo, os erros e a incapacidade de criar qualquer coisa começaram a animar o Oeste. Estava preparado o terreno para a virada.

O Oeste precisou de apenas um contra-ataque para marcar. Aos 25 minutos, Lelê, que havia acabado de entrar, disparou pela direita, encontrou uma defesa desarrumada e passou para o atacante Serginho empurrar para as redes. Era o segundo gol do clube de Itápolis, o gol da virada. A vitória do Oeste na segunda etapa era uma injustiça tão grande quanto a do Luverdense no primeiro, mas, pelo que ambos haviam feito na partida, representava bem o que era o jogo até ali.

O ritmo da etapa final permaneceu quase inalterado. O Oeste encontrava ainda menos motivos para ir ao ataque e o Luverdense continuava incapaz de assustar os donos da casa. Nem mesmo as três alterações promovidas pelo técnico Júnior Rocha resolveram o problema. Resultado: a única grande chance dos visitantes depois do segundo foi aos 48 minutos. Paulinho, de muito longe, cobrou falta com perfeição, mas Anderson foi lá no ângulo e garantiu a vitória do Oeste.