Série B 2014: Santa Cruz Futebol Clube

De volta à Série B após seis anos de ausência, o tricolor pernambucano não quer estragar o tão aguardado ano de seu centenário; confira no Guia do Campeonato Brasileiro Série B 2014

Série B 2014: Santa Cruz Futebol Clube
Santa Cruz foi tricampeão pernambucano em 2013 (Foto: Antônio Carneiro/Pernambuco Press)
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Por Luís Francisco Prates

Antes condenado ao ostracismo, o Santa Cruz volta a respirar no cenário nacional aos poucos. Depois de um intenso período de "vacas magras" no futebol brasileiro, ao militar entre as Séries C e D de 2008 a 2013, o Tricolor do Arruda retorna à Série B como atual campeão do terceiro escalão do Campeonato Brasileiro, sendo este o primeiro título nacional de sua história.

Mesmo colecionando vexames nacionalmente, a Cobra Coral conseguiu fazer justiça ao status de time grande de Pernambuco no campeonato local, conquistando três vezes consecutivas o Estadual, de 2011 a 2013.

Na edição de 2014 da Segundona, a diretoria tricolor espera dar continuidade à reconstrução do clube do Arruda a nível nacional. E, evidentemente, também conta com o massivo apoio da torcida coral, principal destaque do Santa nos difíceis tempos que marcaram a segunda metade da década passada e o início da corrente década. Se o time vivia lá embaixo, o comparecimento dos adeptos, em contrapartida, era alto. O Santa Cruz passou vários anos sendo o dono da melhor média de público do Brasil, chegando até a estar entre as 100 melhores do mundo.

O ano começou cercado de expectativas para os torcedores tricolores, tendo em vista que 2014 é o momento dos 100 anos do clube. Todavia, o sentimento de otimismo deu lugar à dúvida, com as eliminações na Copa do Nordeste e no Campeonato Pernambucano. Neste guia, a VAVEL Brasil aborda as expectativas que giram em torno dos corais no retorno à segunda divisão nacional no ano de seu tão festejado centenário.

2005: A volta olímpica do título que não veio

O primeiro título nacional do Santa Cruz veio em 2013, com a Série C conquistada sobre o Sampaio Corrêa, mas poderia ter vindo bem antes, mais precisamente na Série B de 2005. Aliás, todos pensavam que viria. Era a última rodada do Quadrangular Final da Série B de 2005. Recife, por um dia, tornou-se a "capital brasileira do futebol" naquele 26/11/2005. Nos Aflitos, o Náutico recebia o Grêmio e necessitava da vitória para subir à Série A. No Arruda, o Santa recepcionava a Portuguesa e um empate bastava para os tricolores voltarem à Primeirona.

Nas Repúblicas Independentes do Arruda, os tricolores fizeram sua parte ao vencerem por 2 a 1, de virada. Cléber havia deixado os 64 mil pagantes do estádio calados, mas Reinaldo tratou de recolocar a alegria no rosto dos anfitriões, marcando os gols da vitória e do consequente acesso à primeira divisão depois de quatro anos de ausência.

No momento do apito final no Arrudão, Náutico e Grêmio ainda empatavam sem gols nos Aflitos e a confusão rolava solta em território alvirrubro. Os desentendimentos deixaram os gremistas com quatro homens a menos e o Náutico ainda tinha um pênalti para cobrar. Um eventual gol colocaria os dois pernambucanos na Série A e o título da B ficaria com o próprio Santa. Ademar parou no goleiro Galatto. Ainda assim, a taça era dos corais, que já festejavam o inédito título com direito a volta olímpica e todas aquelas comemorações de praxe em sua casa.

Eis que acontece o que parecia impossível: Anderson assinalou o tento da vitória gaúcha e, àquela altura, o caneco já mudava de dono, passando das mãos do Santa Cruz para as do Grêmio. E ele nunca mais veio para a Avenida Beberibe. O episódio bizarro, todavia, não manchou a festa do acesso. Foi, indubitavelmente, uma prova de que "o jogo só acaba quando termina".

Grêmio tirou o título do Santa Cruz na série B de 2005 (Foto: Agência/O Globo)

Na última edição...

Vice-campeão da Série D em 2011, quando foi derrotado pelo Tupi em pleno Estádio do Arruda na decisão, o tricolor pernambucano disputou a Série C do ano seguinte na expectativa de continuar "pegando o elevador", mas foi eliminado ainda na primeira fase e teve que adiar o sonho do acesso por mais um ano. Em 2013, finalmente, ele veio. E em grande estilo, pois o clube ficou com a taça de campeão e obteve sua primeira conquista a nível nacional.

Num campeonato disputado dentro e fora de campo, sendo inteiramente marcado por imbróglios e ações judiciais, o Santa Cruz fez sua parte dentro das quatro linhas. Mesmo com o início difícil, o time foi "se ajeitando" no decorrer do certame, alcançou o objetivo traçado e teve um final feliz.

Atual tricampeão pernambucano, o Santa acabara de perder o técnico Marcelo Martelotte para o rival Sport, seu "freguês" nas três finais que lhe renderam os títulos, e convocou Sandro Barbosa, ex-integrante da comissão técnica e ex-jogador do clube, para assumir o cargo. Semanas antes da saída de Martelotte, o próprio Sandro reclamara de uma dívida que o Santa Cruz tinha com ele. Por isso, sua contratação foi vista pelos torcedores como uma "troca de favores", ainda mais porque o veterano de 41 anos jamais havia treinado clube algum.

A inexperiência de iniciante pesou na passagem de Sandro Barbosa nos corais. Com atuações e resultados nada convincentes e uma interminável pressão recaindo sobre sua pessoa, Barbosa pediu demissão na 10ª rodada, após a derrota por 3 a 1 para o Luverdense. Àquela altura, os tricolores ocupavam a modesta sétima colocação do grupo A da competição. Temia-se uma nova queda à Série D, fato o qual abalaria profundamente a autoestima da torcida e as finanças do clube.

E a missão de reerguer os tricolores ficou nas mãos de Vica. Ídolo do ASA de Arapiraca, José Luiz Mauro foi contratado devido à sua experiência em treinar equipes de divisões inferiores, como Anapolina, Fortaleza e Treze, além do próprio ASA. O objetivo se cumpriu.

Com Vica no comando, o Santa Cruz terminou a primeira fase na liderança de sua chave com 34 pontos somados em 20 jogos. Antes uma ilusão, a classificação para o mata-mata já era uma realidade. O adversário que viria pela frente era o Betim - o antigo Ipatinga -, quarto colocado do grupo B. O oponente foi definido via tribunal, tendo em vista que, dentro de campo, a vaga tinha ficado com o Mogi Mirim.

O clube mineiro havia perdido seis pontos por conta de uma dívida com o Nacional da Ilha da Madeira, de Portugal, na negociação do lateral-direito Luizinho em 2006. Não satisfeito com a punição, o Betim acionou a Justiça Comum e, depois de muitas indefinições, teve os seis pontos de volta e a classificação confirmada "de última hora", para a ira dos paulistas do Mogi Mirim.

Nas quartas-de-final, a Cobra Coral venceu as duas partidas frente aos itinerantes por 3 a 1 no placar agregado (1 a 0 na ida, em Betim, e 2 a 1 na volta, no Recife) e acabou confirmando a volta à segunda divisão nacional junto com Luverdense, Sampaio Corrêa e Vila Nova. Na fase seguinte, já "cumprindo tabela", eliminou o Luverdense com um expressivo 4 a 1 no marcador agregado (2 a 0 em Lucas do Rio Verde e 2 a 1 em Recife).

Faltavam mais dois obstáculos - os dois jogos da decisão contra o Sampaio Corrêa - para a definição do destino da taça de campeão da Série A. O empate sem gols na primeira partida obrigou os tricolores a vencerem a Bolívia Querida no segundo compromisso. A vitória por 2 a 1 rendeu o primeiro caneco em âmbito nacional para o Santa.

Os grandes nomes da vitoriosa campanha foram o meia Renatinho e os atacantes André Dias e Flávio Caça-Rato.

O nome de 2013: Flávio Caça-Rato

No Santa Cruz desde 2011, quando foi contratado junto à Cabense devido às grandes atuações no Campeonato Pernambucano daquele ano - àquela época, era chamado por outro apelido: Flávio Recife -, Flávio Caça-Rato conquistou a simpatia e o carinho da torcida coral devido a diversos fatores.

Além da sua história de superação de vida - aos oito anos, quase foi enforcado pelo pai, que estava alcoolizado, e acabou sendo salvo pelo seu tio; aos 24 anos, levou dois tiros numa festa e voltou a jogar bola um mês após o incidente - e do seu carisma, o atacante foi bastante decisivo dentro de campo. Marcou o gol que abriu o caminho para a conquista do tricampeonato estadual em plena Ilha do Retiro, na vitória por 2 a 0 sobre o Sport, e assinalou os tentos que confirmaram o acesso à Série B, no triunfo de 2 a 1 contra o Betim, e o título da Série C, na vitória pelo mesmo placar frente ao Sampaio.

Seus tentos decisivos lhe renderam mais um apelido: CR7, uma referência ao "Caça-Rato" e, também, uma comparação ao CR7 mais famoso, o atacante português Cristiano Ronaldo, do Real Madrid. Seu espírito carismático o fez tornar-se sensação no país inteiro, e até mesmo no mundo. Flávio Caça-Rato já foi alvo de pedidos de convocação para a Seleção Brasileira e até tema de matéria do famoso jornal inglês The Guardian.

Curiosamente, ele foi revelado pelo Sport, maior rival do Santa Cruz. Defendeu clubes como América de Natal, Timbaúba, Cabense. Coleciona, também, uma passagem pelo exterior: entre 2008 e 2009, vestiu a camisa do time croata NK Omiš.

Flávio Augusto do Nascimento, Flávio Recife, Flávio Caça-Rato, CR7... Qualquer que seja o nome, a sensação do Santa Cruz é um fenômeno nacional.

O início da temporada:

Em clima de festa pelo centenário, idade que deve ser bastante comemorada ao longo de 2014, o SCFC prometia dar motivos a mais aos seus adeptos para comemorar o ano deveras especial para todos que fazem parte da instituição. Para isso, era preciso continuar com a recente rotina de títulos - foram quatro taças conquistadas nos últimos três anos.

Contudo, à equipe não pôde dar continuidade a essa notável sequência. Na Copa do Nordeste, o Tricolor caiu no grupo B com Bahia, CSA e Vitória da Conquista. E teria um duro desfalque: devido aos incidentes envolvendo as torcidas de Santa Cruz e CRB no Nordestão de 2013, a equipe foi proibida de mandar seus jogos da primeira fase no Estádio do Arruda, acabando por jogar no Lacerdão, em Caruaru. O "amuleto" do Arrudão poderia fazer muita falta ao time neste round.

Apesar disso, aparentemente, os tricolores baiano e pernambucano eram franco favoritos à apuração para a próxima fase, pois tinham como adversários clubes de divisões inferiores. Porém, os alagoanos superaram os prognósticos e terminaram a fase de grupos na liderança da chave com 11 pontos. Já o Conquista somou apenas um ponto e não foi um adversário à altura dos demais.

O Santa Cruz disputou a classificação ponto a ponto com o Bahia e levou a melhor no final: com 11 pontos - não foi líder por ter saldo de gols pior que o CSA: 2 a 4 - contra 10 do clube de Salvador, os recifenses levaram a melhor e ficaram com a segunda vaga do grupo. O empate na capital baiana (1 a 1) e a vitória suada no interior pernambucano (2 a 1) fizeram a diferença.

Nas quartas-de-final, o adversário era o surpreendente Guarany de Sobral, líder do grupo D, que também contava com Sport, Náutico e Botafogo-PB. Todavia, os corais espantaram a zebra com o triunfo por 4 a 0 no placar agregado.

Na fase semifinal, teriam o rival da Ilha do Retiro pela frente. O confronto prometia ser o maior Clássico das Multidões da história. Não só pela rivalidade, mas por valer vaga na decisão da maior competição regional do Brasil. A derrota por 2 a 0 no primeiro jogo não abalou a confiança da Cobra Coral. Entretanto, na partida de volta, um novo revés: 2 a 1, com uma polêmica arbitragem de Sandro Meira Ricci. O sonho do inédito título da Copa do Nordeste teve que ser adiado.

O foco voltou-se para o Campeonato Pernambucano. No Hexagonal do Título, o Santa Cruz fazia uma campanha bastante irregular e chegou a ter chances reais de ficar fora da fase de mata-mata, fato que seria extremamente vexatório para um time o qual ostentava o status de atual tri campeão do torneio. Mesmo com todas as dificuldades, terminou a fase na terceira colocação, com 16 pontos. No mata-mata, teria o Sport pela frente novamente. Torcedores e jogadores se apegavam a jogos como a vitória por 5 a 3 sobre o líder Náutico para adquirir confiança e se vingar da eliminação no Nordestão.

Parecia que tudo estava sob controle com a goleada por 3 a 0 no primeiro jogo, no Arruda. Um empate na Ilha do Retiro bastava para a ida à grande decisão se confirmar. Os comandados de Vica jogaram para segurar a igualdade no marcador e sucumbiram nos minutos finais, quando Leonardo balançou as redes para os anfitriões. O resultado levou o clássico à disputa de pênaltis, tendo em vista que o regulamento prevê esse critério de desempate em caso de igualdade de pontos nos jogos do mata-mata. Com a derrota por 5 a 3, o sonho do tetra chegou ao fim.

Na Copa do Brasil, o Santa estreou com vitória. Na última quarta-feira (9), bateu o Lagarto por 1 a 0, em partida disputada no Estádio Presidente Médici, em Itabaiana, interior de Sergipe. Será necessária a realização do jogo da volta, a ser disputado no próximo dia 30, no Arruda. Em caso de apuração, os corais enfrentarão Botafogo-PB ou Goiás na próxima fase. No primeiro embate, os paraibanos surpreenderam ao vencer por 2 a 0.

Quem comanda: Vica

A carreira de José Luiz Mauro na área técnica já é de longa data. Seu primeiro clube foi o Rio Branco de Paranaguá-PR, em 1995. A equipe onde passou mais tempo trabalhando foi o ASA, entre 2008 e 2011. Ganhou status de ídolo em Arapiraca com as conquistas dos Campeonatos Alagoanos de 2009 e 2011 e do acesso à Série B em 2009 - àquela altura, foi vice-campeão da competição. Nos anos restantes, os alagoanos se destacaram por aproveitarem o fator mando de campo e conseguirem permanecer na Segundona.

No comando do Santa Cruz desde agosto de 2013, Vica ajudou o time a obter o sonhado acesso à Série B e, por fim, a conquistar a Série C. Sua experiência em treinar equipes de escalões inferiores foi o diferencial na sua contratação pela diretoria tricolor e a missão cumprida o encheu de prestígio junto à gestão coral.

Buscando obter melhor entrosamento para a atual temporada, Vica e a diretoria do Santa procuraram manter a mesma base do ano passado, além de efetuar contratações cujo intuito é o fortalecimento do elenco para a disputa da Série B. Não é mais um imprevisível campeonato de mata-mata que estará em jogo, e sim uma longa competição de pontos corridos.

Vica está tendo um início de ano difícil (Foto: Aldo Carneiro/PE Press)

O início de 2014 tem sido conturbado para o treinador de 53 anos. Após as três derrotas consecutivas para o Sport - duas na Copa do Nordeste, que culminaram na eliminação na fase semifinal do torneio, e uma no Campeonato Pernambucano -, foi chamado de "burro" pelos torcedores tricolores. A desconfiança começou a tomar conta das Repúblicas Independentes do Arruda.

O estopim ocorreu no Estadual. Os tricolores ficaram na terceira colocação do Hexagonal do Título, posição suficiente para ir às semifinais. No mata-mata, enfrentou o Sport. Foi imponente no jogo de ida, com uma vitória de 3 a 0, e a paz parecia ter voltado ao Arruda. Parecia. Na partida de volta, a postura altamente defensiva não deu certo e os rubro-negros venceram pelo placar mínimo, resultado o qual levou o duelo aos pênaltis, conforme previsto no regulamento da competição.

Com o revés por 5 a 3, o Santa Cruz deu adeus ao sonho do tetra estadual e Vica voltou a ser duramente criticado pela torcida. Se não mudar a postura do time durante a Série B, pode perder o emprego durante o andamento da competição.

Quem decide: Léo Gamalho

Sem a eficiência de Dênis Marques, ídolo de outrora que foi dispensado por falta de comprometimento com o grupo e agora está no ABC, e com o folclórico Caça-Rato não tendo a mesma inspiração do ano passado, o Santa passa a apostar suas fichas em Léo Gamalho.

Encostado no Ceará, Leonardo Gamalho de Souza acertou com o Santa Cruz no início desta temporada e chegou ao Arruda como a esperança de gols do time. Por enquanto, vem correspondendo, apesar de o time não ter alcançado seus objetivos na Copa do Nordeste e no Campeonato Pernambucano.

O atacante de 28 anos detém um ótimo aproveitamento com a camisa tricolor: entrou em campo 15 vezes e balançou as redes em 12 oportunidades. Onze desses 12 gols foram marcados no Campeonato Pernambucano e o avançado detém a artilharia do certame. A vantagem sobre o vice-artilheiro Neto Baiano, atacante do Sport, é de quatro gols.

Léo Gamalho foi revelado pelo Internacional e coleciona passagens pelo futebol internacional: jogou no Valdevez, de Portugal, enos clubes chineses Shenyang Dongjin e Pudong Zobon. Foi no ASA onde ele marcou mais gols: 14 em 35 partidas. Pode superar tal marca pela Cobra Coral. Nas Repúblicas Independentes do Arruda, seu faro de gol lhe rendeu o apelido de "Samurai".

Léo tem um ótimo aproveitamento com a camisa tricolor (Foto: Aldo Carneiro/Pernambuco Press)

Quem promete: Everton Sena

No time profissional do Santa Cruz desde 2010, o prata-da-casa Everton Sena vem justificando as expectativas criadas sobre ele. Destacou-se na era do tricampeonato estadual de 2011 a 2013 e do título da Série C de 2013. Após as decepções no Nordestão e no Estadual deste ano, o zagueiro espera dar a volta por cima na Série B.

Para os tricolores, o defensor é uma promessa que já se concretizou, mas sua jovialidade - ele tem 22 anos - e o fato de disputar a Segundona pela primeira vez ainda lhe rendem tal status. Sua forte marcação e sua notável determinação no campo de defesa fizeram o técnico Vica lhe rasgar elogios, afirmando que o jogador tem potencial para chegar à Seleção Brasileira.

Everton Sena ficou nacionalmente conhecido por ter anulado o famoso meia-atacante Lucas, atualmente no poderoso PSG, na surpreendente vitória do Santa Cruz sobre o São Paulo no jogo de ida da segunda fase da Copa do Brasil de 2011. Apesar da eliminação - o SPFC fez 2 a 0 no segundo encontro -, a atuação de Sena jamais foi esquecida.

Ao todo, já entrou em campo 106 vezes e fez quatro gols com a camisa do Santa Cruz Futebol Clube.

O desafio:

Para os tricolores, o desafio é recuperar o prestígio nacional do Santa Cruz nesta Série B. As recentes passagens pelos escalões mais baixos do futebol brasileiro diminuíram bastante a autoestima da torcida, mesmo que ela continuasse lotando o Estádio do Arruda, e deixou o clube em maus lençóis.

A base vitoriosa dos anos anteriores foi mantida, mas não conseguiu repetir os resultados que tanto animavam os torcedores. Apesar das decepções dos últimos dias, eles prometem comparecer em peso à casa do Santa e empurrar a Cobra Coral rumo ao caminho das vitórias. Todavia, sabem que a tarefa não será fácil. A segunda divisão é uma competição longa e disputada em pontos corridos. Qualquer ponto perdido pode ser fatal. Além do mais, os corais não guardam boas recordações de campeonatos assim: foram rebaixados na Série A de 2006 e na Série B de 2007, época das "vacas magras" do clube.

Sendo assim, os integrantes do atual plantel têm como objetivo mudar essas campanhas recentes.

Avaliação VAVEL

Nas edições recentes da Série B, é comum ver equipes recém-promovidas lutarem pela promoção e até mesmo conquistarem o acesso à Série A - a prova mais recente foi a surpreendente Chapecoense de 2013. Tal fato deixava boa parte da torcida esperançosa em relação a uma eventual ascensão à elite do futebol brasileiro. Entretanto, a expectativa do início do ano deu lugar à desconfiança, originada das eliminações para o rival rubro-negro nas duas principais competições na qual o Tricolor do Arruda lutava pelo título: a Copa do Nordeste e o Campeonato Pernambucano, ambas nas semifinais. Além do mais, o planejamento da diretoria deve ser a longo prazo. Não adianta subir para a primeira divisão sem se reestruturar, senão o time protagonizará um inevitável "bate-volta". Portanto, o Santa Cruz é visto, teoricamente, como um candidato à permanência.