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Santos 2014: Mais um ano como coadjuvante

Mesmo com a volta de Robinho e semifinal da Copa do Brasil, Peixe não teve grande destaque no cenário nacional. Confira em detalhes como foi a temporada do Santos nesta retrospectiva que a equipe VAVEL Brasil preparou para você

Santos 2014: Mais um ano como coadjuvante
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Por George Raposo

O Santos começou a temporada de 2014 com esperança que poderia voltar a conquistar títulos, principalmente com a chegada do técnico Oswaldo de Oliveira e do centroavante Leandro Damião, continuando a base formada pela equipe em 2013.

A perda do Campeonato Paulista para o Ituano complicou a caminhada santista que culminou com a demissão de Oswaldo e a chegada de Enderson Moreira, que levou o Peixe apenas a uma posição razoável no Campeonato Brasileiro e uma semifinal na Copa do Brasil. Já Damião foi considerado a pior contratação da história do clube.

Idas e Vindas

O ano do Santos começou com a chegada de contratações de peso que poderiam levar o Santos novamente a glória. Leandro Damião chegou em uma negociação milionária vindo do Internacional e seria o dono da camisa 9 da equipe nos cinco anos seguintes.

Menos badalados, o Santos trouxe Rildo da Ponte Preta e Lucas Lima, que atuou pelo Sport em 2013, e acabou sendo o grande destaque da equipe na temporada.

Mas o começo do ano do Alvinegro Praiano também teve despedidas e o camisa 10, Montillo, acabou vendido para o futebol chinês e Cícero, depois de uma longa e desgastante negociação, terminou acertando com o Fluminense e deixou a Vila Belmiro no final do Campeonato Paulista.

Uma derrota inesperada

Depois do bicampeonato da Copa São Paulo de Futebol Júnior, foi dada a largada para Oswaldo de Oliveira os garotos da base santista, além da saída de Montillo e a falta de reforços (chegaram apenas Damião, Rildo e Lucas Lima) para o Campeonato Paulista.

Depois de três partidas oscilantes, duas vitórias por 1 a 0 e um empate com o Audax, o Santos começou a deslanchar com a goleada em cima do Corinthians por 5 a 1. A sequência de cinco vitórias terminou com uma derrota frustrante por 4 a 1 diante do Penapolense.

A partir dali, Oswaldo consolidou o esquema com quatro jogadores ofensivos e Arouca e Cícero formando a dupla de volantes e a equipe passou a encantar seus torcedores terminando a primeira fase do Campeonato Paulista com a melhor campanha marcando 39 gols em 15 jogos e tendo 100% de aproveitamento da Vila Belmiro. Nas quartas de final, o Santos conseguiu uma nova goleada, 4 a 0 sobre a Ponte Preta e na semifinal passou dramaticamente pelo único algoz na temporada, 3 a 2 no Penapolense.

A grande decepção do início do ano nem foi perder o título do Campeonato Paulista na disputa de pênaltis após perder a primeira partida por 1 a 0 e conseguir o mesmo placar no segundo jogo. O que ficou marcado foi o péssimo futebol apresentado em nos 180 minutos da decisão.

Por 10 minutos, o time não salvou 2014

Na Copa do Brasil, o Santos teve uma largada burocrática empatando contra o Mixto fora de casa, mas no retorno à Vila Belmiro conseguiu uma vitória tranquila por 3 a 0 e passou à segunda fase.

Contra o Princesa do Solimões, de Amazonas, o Santos enfim mostrou um futebol melhor, mesmo não conseguindo evitar o jogo de volta após vencer por 2 a 1, conseguiu um bom jogo e uma vitória por 4 a 2, com boa atuação de Gabriel.

O adversário da terceira fase foi o Londrina, equipe sensação da Série D, e o Santos conheceu sua primeira derrota na competição quando foi ao Paraná e o camaronês Joel marcou duas vezes no 2 a 1. Na Vila Belmiro, já contando com Robinho, o Peixe conseguiu o 2 a 0 e a classificação para as oitavas.

O sorteio das oitavas de final colocou a equipe do Santos cara-a-cara com o Grêmio, que tinha eliminado a equipe na Copa do Brasil de 2013.

Na Arena do Grêmio, dentro de campo foi uma vitória gigantesca do Santos por 2 a 0 com gols de David Braz e Robinho. Mas o jogo foi marcado pelas injúrias racistas sofridas pelo goleiro Aranha, que geraram processos penais contra os infratores e perda de pontos do time gaúcho, que eliminaram a equipe da Copa do Brasil.

O adversário das quartas foi o Botafogo, que não teve forças para segurar o Santos, e perdeu tanto no Maracanã, 3 a 2 com dois gols e expulsão de Robinho, e um massacrante 5 a 0 no Pacaembu, em uma das melhores apresentações do Peixe.

Na semifinal, o Cruzeiro, melhor time do Brasil, confirmou o seu favoritismo e venceu no Mineirão por 1 a 0. Na volta, o Santos conseguiu o placar que o classificaria, mas William marcou duas vezes nos 10 minutos finais e decretou a classificação cruzeirense.

Como consolação, Gabriel foi o artilheiro da Copa do Brasil com seis gols, ao lado de Bill, do Ceará, e Léo Gamalho, do Santa Cruz.

Um bom começo de Brasileiro

No Brasileiro, o Santos começou com três empates seguidos diante de Sport, Coritiba e Grêmio. E a primeira vitória veio diante do Figueirense em Florianópolis, seguida da primeira derrota diante do Atlético-MG quando o Santos resolveu levar seu mando para a Arena Pantanal, em Cuiabá.

Antes da pausa para a Copa do Mundo, o Santos ocupava a nona posição do Brasileiro com 14 pontos, cinco abaixo do líder Cruzeiro, com uma campanha de três vitórias, cinco empates e apenas uma derrota.

No período, o Santos perdeu o seu principal jogador em 2013, Cícero, que acabou acertando com o Fluminense após pedir aumento uma série de vezes e ter seus pedidos negados pela diretoria alvinegra.

Também ficou evidente que o rendimento do centroavante Leandro Damião vinha atrapalhando o desenvolvimento de Gabriel e o ataque do Santos parecia bem mais estagnado com o camisa 9 em campo.

Um fim de ano de coadjuvante

Depois do Mundial, o Santos fez uma grande partida e venceu o Palmeiras com facilidade, e quando acreditava que a equipe poderia brigar por uma vaga na Copa Libertadores veio uma sequência muito ruim do time com quatro derrotas em cinco jogos.

Mesmo com a chegada do astro Robinho, o desempenho do Santos era insatisfatório e após outra sequência de derrotas contra o São Paulo e Botafogo, a direção do clube resolveu mandar o técnico Oswaldo de Oliveira embora.

O novo comandante, Enderson Moreira, estreou com uma vitória sobre o Vitória, e a torcida voltou a ter esperanças, mas os resultados seguintes não foram bons e o time estagnou no meio da tabela de classificação.

Antes dos dois triunfos nas rodadas finais contra Botafogo e Vitória, o Santos passou uma sequência de oito jogos sem conseguir uma vitória sequer fazendo com que o cargo de Enderson fosse ameaçado.

Por fim, a equipe terminou na 9ª colocação com 53 pontos com 16 pontos a menos que o Corinthians, último da zona de classificação para a Libertadores e 15 pontos a frente do Vitória que foi rebaixado.

Melhor jogo: Santos 5 x 1 Corinthians, Campeonato Paulista

Logo na 4ª rodada do Campeonato Paulista, ainda em janeiro, o Santos fez sua melhor atuação em 2014 e conseguiu uma goleada sonora diante do seu maior rival, Corinthians, com grande atuação de Gabriel e Thiago Ribeiro.

Pior jogo: Santos 3 x 3 Cruzeiro, semifinal da Copa do Brasil

Não foi a pior atuação do Santos em 2014, mas o empate por 3 a 3 no jogo de volta da semifinal da Copa do Brasil contra o Cruzeiro pode ser considerado ruim para o time, pois estava valendo toda a temporada.

Com 10 minutos para o fim do jogo, o Santos vencia por 3 a 1 e tinha a classificação garantida para a final da competição, mas em dois erros defensivos William marcou duas vezes e garantiu o Cruzeiro na decisão diante do Atlético-MG.

Os melhores de 2014

Gabriel: O atacante de 18 anos foi o artilheiro da equipe na temporada e mesmo tendo seus jogos divididos com Leandro Damião e sendo escalado longe de sua posição original, marcou 21 gols e foi o principal nome do Santos no ano

Lucas Lima: Depois de chegar desacreditado no início do ano, o meia acabou herdando a posição com a saída de Montillo e foi a principal surpresa do Santos fazendo a torcida esquecer os camisas 10 anteriores. No fim do ano, o clube comprou uma parte do jogador que deve continuar em 2015.

Arouca: No clube desde 2010, o volante foi fundamental nos bons jogos que o Santos fez em 2014. Atuando algumas vezes mais avançado aproveitou a parceria com Alison para ter mais liberdade no meio e foi o motor do time.

Os piores de 2014

Leandro Damião: Comprado por um valor muito acima do mercado, o centroavante chegou à Vila Belmiro com uma lesão no quadril que retardou a sua preparação. Além de coletar gols perdidos foi perseguido pela torcida santista e terminou o ano como fiasco afundado no banco de reservas.

Souza: Principal contratação no período de parada para a Copa do Mundo, o volante chegou para ser mais uma opção tática para o time, mas em todas as partidas que foi relacionado sua participação foi pífia, com um show de passes errados e decisões péssimas.

Mena: Depois de uma grande Copa do Mundo pela seleção chilena, o lateral-esquerdo não conseguiu repetir as boas atuações pelo Santos se machucando constantemente e errando bastante tanto no apoio quanto na marcação.

Expectativa para 2015

Depois da eleição vencida por Modesto Roma Júnior, os rumos do Santos parecem obscuros. O clube sobre uma crise financeira absurda e precisa vender alguns jogadores para conseguir pagar os salários dos atletas e montar um time decente para 2015.

Mais do que nunca a base santista deve ser a grande sustentação do time no ano que vem. A diretoria acredita que consiga manter o ídolo Robinho até julho, mas as saídas de Mena, Cicinho e Arouca devem ser inevitáveis. Uma possível negociação de Geuvânio e Gabriel também não é descartada.

A torcida tem motivos para se preocupar com o horizonte santista de 2015, e a não ser que um novo raio caia no CT Rei Pelé, o Santos deverá manter-se como coadjuvante novamente no futebol nacional por mais uma temporada.

Análise final da temporada

O título do Campeonato Paulista parecia mais que necessário e a derrota para um time do interior foi sentida e acabou atrapalhando o trabalho de Oswaldo de Oliveira. Mesmo se recuperando e chegando até a semifinal da Copa do Brasil, o ano santista pode ser resumido por sua participação mediana no Campeonato Brasileiro.

A consolidação de Gabriel no comando do ataque, bem como a grande evolução de Lucas Lima pode ser o horizonte visto para 2015. Revelações de jogadores como Caju e Geuvânio podem ser o caminho a ser seguido.

O elenco, com a chegada de Robinho, poderia ter brigado por uma vaga na Copa Libertadores de 2015, mas os altos e baixos da equipe e algumas falhas defensivas fizeram a equipe ficar apenas no meio da tabela.