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Do Taekwondo ao UFC: relembre a trajetória de Anderson Silva

Anderson Silva cresceu rapidamente no mundo do esporte, chegando ao status de um dos principais nomes do esporte no mundo

Do Taekwondo ao UFC: relembre a trajetória de Anderson Silva
Foto: EFE
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Por Vinícius Silveira

Os brasileiros estavam acostumados com ídolos no Boxe em nível internacional, casos dos mais recentes Adilson "Maguila" Rodrigues e Acelino "Popó" Freitas, ou Aurélio Miguel, no Judô. No entanto, um novo ídolo se preparava para ser um dos mais reverenciados esportistas da história. É o caso de Anderson Silva, conhecido como "The Spider", de 40 anos, considerado o maior lutador de todos os tempos, segundo Dana White, presidente do UFC.

Anderson Silva é um dos lutadores mais conhecidos na cena do esporte mundial. Tantas foram as façanhas de "Spider" que com suas vitórias, acompanhadas de seu estilo próprio de lutar no octógono, ele está no coração de quem acompanha o UFC. 

Início no Taekwondo em Curitiba e o começo no Pride

Nascido em São Paulo-SP, Anderson Silva foi morar na casa dos tios, em Curitiba, aos quatro anos de idade. Interessou-se pela luta logo cedo e aos 14 anos entrava na escola de Taekwondo conquistando a faixa preta aos 18 anos. Posteriormente, aprendeu Muay Thai, Jiu-Jitsu, Boxe, Judô e Capoeira.

Foto: Reprodução

Aos 22 anos, Anderson Silva fez sua estreia como profissional no MMA, passando pelo Meca, Shooto, Cage Rage até chegar ao Pride, onde venceu o americano Alex Steibling, o japonês Alexander Otsuka e o canadense Carlos Newton. No entanto, Silva foi derrotado por dois japoneses: Daiju Takase e Ryo Chonan.

Carreira no UFC: Sucesso, fama e reconhecimento

A estreia de Anderson Silva no Ultimate Fighting Championship (UFC) foi contra o norte-americano Chris Leben, no Fight Night 5, em 28 de junho de 2006, e a estreia não poderia ser melhor. Silva venceu por nocaute aos 49 segundos do primeiro round. 

Após a vitória sobre Leben, uma enquete foi feita para definir quem seria o próximo adversário de Anderson Silva e o escolhido foi o campeão dos pesos médios Rich Franklin. No UFC 64, em 14 de outubro de 2006, "Spider" disputou o cinturão e fez uma das melhores lutas de sua carreira, com golpes e movimentos impressionantes, venceu Franklin no terceiro round.

Foto: Getty Images

A partir do UFC 67, Anderson Silva passou a defender seu cinturão e não perdeu mais nenhuma luta. Entre os adversários estavam Nate Marquardt, uma revanche contra Rich Franklin, o campeão dos pesos médios do Pride Dan Henderson, James Irvin, onde Silva fazia sua estreia e com vitórias no méio-pesados, Patrick Côté, Thales Leites, Forrest Griffin, ex-campeão dos meio-pesados, Demian Maia, Chael Sonnen, duas vezes, Vítor Belfort, Yushin Okami e, por fim, Stephan Bonnar. 

Adversários Parte 1: Chael Sonnen 

Foto: Getty Images

Uma das lutas mais polêmicas foi contra o americano Chael Sonnen. O primeiro embate foi no UFC 117, em 7 de agosto de 2010. Sonnen e Silva fizeram uma luta muito disputada, com Sonnen aplicando diversos golpes em "Spider" durante quatro rounds. No último, Anderson conseguiu um Armlock contra Chael Sonnen, fazendo com o lutador desistisse da luta. No entanto, quem venceu foi Chael Sonnen numa decisão de juizes. 

A vitória de Sonnen foi impugnada, uma vez que Anderson Silva lutou com a costela trincada desde o primeiro round e que Sonnen havia sido "pego" no exame antidoping. Este último fato fora desmentido pela empresa que fez os testes. Diante de tanta polêmica, o presidente do UFC remarcou uma nova revanche para quando Anderson Silva retornasse.

Em 7 de julho de 2012, no UFC 148, disputado no MGM Grand Arena, Anderson Silva e Chael Sonnen voltaram ao octógono depois de uma pré-luta cheia de polêmicas, declarações carregadas de xingamentos e críticas, os dois foram a luta sedentos por vitória.

Foto: Donald Miralle/Zuffa LLC/Zuffa LLC /Getty Images

No primeiro round, Sonnen dominou Silva, mas não conseguiu descontrolar "Spider" emocionalmente. No round seguinte, Anderson utilizou duas esquivas sensacionais, levando Sonnen ao chão. No final, o lutador brasileiro dominou o americano e deu vários socos, culminando no fim da luta e manutenção do título. 

Adversários Parte 2: Chris Weidman e a perda do cinturão

Marcado para 6 de julho de 2013, o embate entre Anderson Silva e Chris Weidman aconteceu pelo UFC 162 e o resultado da luta foi surpreendente. Silva perdeu por nocaute pela primeira vez em sua carreira e o cinturão após 10 disputas.

Foto: Josh Hedges/Zuffa LLC/Zuffa LLC /Getty Images

No primeiro round, Silva foi derrubado e sofreu nas mãos de Weidman, no entanto, manteve sua tática de luta. No round seguinte, nova ofensiva do norte-americano, que acertou um cruzado de esquerda em "Spider", deixando o brasileiro fora de ação. 

Após a luta, Anderson Silva deixou no ar uma possível aposentadoria, o que não se confirmou. O presidente do UFC, Dana White marcou uma nova luta para 28 de dezembro do mesmo ano, classificando no embate como "a maior luta de todos os tempos do UFC".

Foto: Reuters

O embate aconteceu e o filme da primeira luta se repetiu. Weidman dominou Silva no round de abertura. No segundo assalto, Anderson Silva tentou um chute baixo lateral, golpe de Muay Thai, e acabou quebrando perna, dando fim a luta e nova vitória para Chris Weidman. 

O retorno contra Nick Diaz e o doping

Após se recuperar da fratura na perna no embate contra Chris Weidman, Anderson Silva retornou ao octógono no dia 31 de janeiro de 2015 contra Nick Diaz, que estava afastado desde o UFC 158. A luta não teve grandes lances e acabou com resultado favorável a "Spider". 

Foto: Josh Hedges/Zuffa LLC / Getty Images

No entanto, o imprevisível aconteceu. Após a luta, Anderson Silva realizou exame antidoping e foi "pego" com substâncias ilegais. No dia 9 de janeiro, em outro exame, também foram detectados novos indícios de drostanolona e androsterona no sangue de "Spider". A informação foi confirmada pelo UFC em comunicado oficial em 3 de fevereiro de 2015. 

Foto: Divulgação/TV Globo

Após três pedidos de adiamento do julgamento de Anderson Silva, o lutador assumiu o uso de doping na luta contra Nick Diaz sob alegação de que a substância estava contaminada. A Comissão Atlética de Nevada puniu o lutador por 1 ano a contar do dia da luta, 31 de janeiro, entre outras punições financeiras. O resultado da luta foi alterada para "No Contest" (sem resultado).