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Em pesquisa da GPDA, fãs pedem mudanças e escolhem Ayrton Senna como o melhor da história da F1

Pesquisa da Grand Prix Drivers Association respondida por fãs mostra que o público quer mudanças na categoria. Senna foi eleito o mehor de todos, Kimi Räikkönen e Ferrari os mais populares atualmente, e os carros dos anos 2000 os mais bonitos

Em pesquisa da GPDA, fãs pedem mudanças e escolhem Ayrton Senna como o melhor da história da F1
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Por Eduardo Costa

No dia 22 de maio deste ano, a Grand Prix Drivers Association (Associação dos Pilotos de Grandes Prêmios - GPDA), em conjunto com o site Motorsport.com, criou uma pesquisa para descobrir o que os fãs acham da história e do momento atual da Fórmula 1. Nesta quarta-feira (01), foram divulgados os resultados da pesquisa, considerada a maior já feita com o público. Segundo os votantes, que foram 217.756 em 194 países, Ayrton Senna é o maior piloto da história da categoria. No momento atual, Kimi Räikkönen e Ferrari são, respectivamente, piloto e equipe mais populares, e os carros dos anos 2000 foram eleitos os mais bonitos. Além disso, os fãs pediram mudanças para tornar a F1 melhor, mas não necessariamente uma revolução.

O público pediu mudanças na F1 atual. Nela, Kimi Räikkönen e Ferrari foram eleitos piloto e equipe mais populares (Foto: Getty Images)

Mudanças na Fórmula 1

O grande foco da pesquisa foi saber o que o público acha da atual Fórmula 1, e o que deve mudar para torná-la melhor. Segundo ela, a grande maioria dos fãs pedem uma F1 mais competitiva (89%), que os bastidores não sejam tão influentes (77% acham que eles são importantes até demais), e que um novo público-alvo seja atingido (75%). Além disso, 88% acham que a F1 deve ter os melhores pilotos, mas apenas 45% crê que hoje ela possui os melhores (na pesquisa feita em 2010, eram 65%). 60% acham que a F1 é o máximo do automobilismo, mas 56% dizem que os carros de hoje ficaram mais fáceis de pilotar. Na pesquisa de 2010, o público apontou a Fórmula 1 como "tecnológica", "competitiva" e "empolgante", mas neste ano, ela foi eleita como "cara", "tecnológica" e "chata".

Muitos também pedem artifícios já utilizados anteriormente. 79% querem a volta da "guerra dos pneus" (que a categoria prefere evitar depois do fiasco do GP dos Estados Unidos em 2005), e 60% querem a volta do reabastecimento, que chegou a ser aprovada pelo Grupo de Estratégia da F1, mas não pelas equipes. Além disso, 74% do público desejam regras mais brandas e com variedade nos carros e na tecnologia, 73% pedem a melhora no som, e 72% na potência dos motores (que vem sendo rejeitados desde a adoção dos V6 turbo em 2014), 68% querem uma redução dos custos, para que equipes menores possam se manter na Fórmula 1, e 44% acham necessária a compra de chassis por equipes menores, como acontece em outras categorias, a exemplo da Fórmula Indy.

Apesar de o chefe comercial da categoria, Bernie Ecclestone, defender o uso do terceiro carro por parte das maiores equipes, a ideia menos votada foi a de menos equipes com mais carros, com 14%, e a proposta do terceiro carro também teve ampla rejeição, sendo aprovada apenas por 26% dos participantes. Em seguida, vieram as de mesmo motor e equipamento para todos (ambas com 16%), inversão do grid em determinadas posições, como ocorre na GP2 (18%) e "desfavorecimento" das melhores equipes para deixar a competição mais parelha (18%).

Público

De acordo com o questionário da GPDA, a média de idade do público é de 37 anos, e boa parte dos votantes tem entre 25 e 44 anos. Os dados revelaram que 3/4 do público assistem F1 há mais de 10 anos, um em cada quatro pessoas descreve a F1 como "esporte favorito", e a "categoria preferida" ao lado dela é o WEC (Mundial de Endurance). Além disso, um em cada cinco assistiram um GP no autódromo nos últimos 12 meses.

Sobre a audiência, 3/4 do público dizem assistir uma corrida do começo ao fim, metade das pessoas assiste pelo menos 12 corridas por temporada, normalmente, e o horário ideal mais votado para assistir uma corrida foi entre meio-dia e 15h de domingo. Aproximadamente 90% dos fãs acompanham corridas pela TV, 45% veem as provas, sendo a rede social mais utilizada é o Twitter, e sites especializados em Fórmula 1 se tornaram os meios mais procurados para notícias (55%, contra 50% da TV), e 30% do público assistem as corridas "on demand". Porém, o dado que mais chamou a atenção diz que pouco mais de 50% do público deixou de assistir os GP's, desde que a categoria se mudou da TV aberta para a paga, como aconteceu em grande parte dos países europeus na última década.

O país que mais teve votantes foi o Reino Unido, acompanhado por França, Estados Unidos, Áustria e Alemanha. Fecham o top-ten: Holanda, Austrália, Japão, Itália e Brasil, apenas em 10º lugar.

Pilotos, equipes e carros

Sobre eles, a pesquisa se baseou na história e na atualidade. O finlandês Kimi Räikkönen foi eleito o piloto mais popular do grid atual, seguido pelo espanhol Fernando Alonso e pelo inglês Jenson Button (que é o mais seguido no Twitter). A equipe de Räikkönen, a Ferrari, foi eleita a mais popular, logo à frente de McLaren (onde correm Alonso e Button) e Williams. Além disso, 1/3 do público apoia mais de um piloto e uma equipe, menos de 10% acompanham uma equipe específica, e em média 80% não acompanham um piloto em particular. 86% do público pediram para os pilotos serem serem mais "honestos" com os fãs, 83% querem eles trabalhando mais pela segurança, 78% pedem que eles tenham maior importância na criação de regras aplicação e nas mudanças, e que eles promovam melhor a imagem da F1, e 75% gostariam que eles trabalhassem ativamente para atrair novos fãs.

Sobre os pilotos do passado, ninguém menos que o tricampeão mundial Ayrton Senna lidera a lista de melhores da história. O brasileiro foi o mais votado, mesmo com menos títulos em relação aos outros dois mais escolhidos, o alemão Michael Schumacher, heptacampeão, e o francês Alain Prost, tetracampeão. O público também expôs sua visão sobre os carros, e 32% elegeram os bólidos dos anos 2000 como mais bonitos, seguidos pelas máquinas dos anos 90 (20%) e 80 (18%).

Ayrton Senna e Michael Schumacher foram eleitos os dois melhores da história, com Alain Prost em terceiro (Foto: Getty Images)

O presidente da GPDA, o ex-piloto austríaco Alexander Wurz, falou sobre a pesquisa. "A F1 está enfrentando desafios e pode ser melhorada. Mas vocês não acreditam que ela precisa de uma revolução e não querem que o show se torne artificial, com medidas simplesmente pensando no entretenimento. Em vez disso, querem as mesmas coisas que nós, pilotos, queremos: corridas puras entre os melhores pilotos nos melhores carros", disse Wurz.

Clique aqui e veja os resultados completos da pesquisa da GPDA.