Neste domingo dia 15, teremos a realização do Grande Prêmio do Brasil de Fórmula 1, novamente no tradicional Autódromo José Carlos Pace, o Interlagos. Em vários anos de provas por aqui, alguns GP's entraram para história, como a decisão de 2012, cheia de reviravoltas e que deram à Vettel seu tricampeonato; ou mesmo a tensa corrida de 2008, que por alguns segundos, deu um título mundial a Felipe Massa, porém voltou para as mãos de Hamilton, que teve ali seu 1º triunfo da F1.

Mas para os brasileiros, algumas vitórias ficaram marcadas, em especial, a 1º vitória de seu maior ídolo: Ayrton Senna. O ano era 1991, e a edição do GP era a 2º naquela temporada, uma época que a corrida brasileira era sempre uma das primeiras no calendário.

A pole position era de Senna, sendo seguido de perto pelas Williams de Riccardo Patrese e seu companheiro Nigel Mansell. Parceiro de Ayrton na McLaren, Gerhard Berger largaria em 4º naquela prova e Jean Alesi, da Ferrari, em 5º. Os outros brasileiros a largarem na prova: Nelson Piquet, da Benetton, 7º; Mauricio Gugelmin, da Leyton House, 8º; e Roberto Pupo Moreno, da Benetton, em 14º.

DOMÍNIO DE SENNA E MANSELL

Logo na largada, Senna dispara na frente das Williams, que na entrada do S, tinha Mansell superando Patrese e assim começar sua perseguição ao brasileiro, que duraria até as primeiras paradas nos boxes. A vantagem do brasileiro e Mansell como sua sombra era grande em relação aos adversários.

As paradas de McLaren e Williams foram boas, porém Mansell já tinha ali o começo de problemas com seu câmbio semiautomático que o deixaria na mão na metade final da prova, abrindo um buraco enorme entre Senna e Patrese, então 3º colocado.

Nelson Piquet vinha com a regularidade de sempre para entrar na zona de pontos, que era exclusividade apenas dos 6 primeiros colocados. Seu companheiro, Moreno, buscava esta zona, mas tinha o francês Jean Alesi, na 6º posição o empecilho para conquistar o ponto de honra.

ABANDONOS E PROBLEMAS DE SENNA

A prova teve vários abandonos, algo que nos anos 80 e 90 eram bem frenquentes e em grande quantidade. Dos 26 carros que iniciaram a prova, apenas 12 viram a bandeira quadriculada que Mihaly Hidasy acenou ao final das 71 voltas. Na sequência os desafortunados foram: Suzuki (Lola), Tarquini (AGS), Gugelmin (Leyton House), Nakajima (Tyrrell), Capelli (Leyton House), Modena (Tyrrell), de Cesaris (Jordan), J.J. Lehto (Dallara), Bernard (Lola), Blundell (Brabham), Martini (Minardi), Comas (Ligier), Mansell (Williams), Gachot (Jordan).

Com abandono do leão inglês, Senna tinha uma vantagem gigante, de mais de 30 segundos para Patrese, porém um problema em seu câmbio daria início a uma das maiores sagas de Ayrton rumo a uma vitória na carreira.

A perda gradativa das marchas foi fazendo seu carro ficar cada vez mais lento e obrigando o brasileiro lutar com o câmbio para engatar as marchas que ainda tinha, e ainda segurar a alavanca em dados momentos e assim manter o carro engatado, guiando o volante com apenas uma mão. A fadiga física cobraria seu preço e nas voltas finais, quando a diferença entre Patrese e ele era de apenas 4 segundos e caindo, apenas a 6º marcha funcionava corretamente. Senna tinha forças ainda para guiar o carro, mas já tinha como mudar as marchas, tendo que lutar com o carro para ele não simplesmente parasse na pista ou mesmo ficasse sem impulsão na subida da junção.

A 2 voltas do fim, a chuva veio, não muito forte, mas foi o suficiente para manter o italiano da Williams atrás de Senna, que notoriamente era o melhor piloto naquelas condições. A vitória veio, com emoção nas vozes dos narradores da época, de Galvão na TV, mas eternizada mesmo pelos gritos de Senna dentro do carro, após a bandeirada...