Lewis Hamilton não teve o fim de semana que esperava em Baku. No primeiro Grande Prêmio da Europa de Fórmula 1 em quatro anos, o inglês acabou batendo durante o Q3 na classificação e foi obrigado a largar em 10º. E, na corrida do último domingo (19), não teve um ritmo forte o tempo inteiro e acabou chegando em quinto, enquanto o seu companheiro de Mercedes e grande rival na luta pelo campeonato, o alemão Nico Rosberg, foi o vencedor.

A falta de ritmo em determinada parte da corrida teve uma explicação: Lewis teve um problema de configuração do motor, mas demorou a conseguir resolvê-lo. A Mercedes tinha conhecimento do fato, mas graças às novas regras de restrição a determinadas mensagens de rádio impostas pela FIA (Federação Internacional do Automobilismo), o tricampeão não pôde receber as informações necessárias e perdeu tempo até chegar na solução final.

A situação deixou Hamilton insatisfeito e gerou críticas do piloto. Em entrevista à Autosport após a prova, ele afirmou que não era uma ajuda de desempenho, e sim um problema técnico que apenas a equipe sabia. Ele também falou que “teria somado ao espetáculo” se tivesse a potência total de seu propulsor desde o começo.

A restrição dos rádios, que eu saiba, é para encerrar com as dicas aos pilotos. Mas não era uma dica ao piloto, e sim uma falha técnica. E a FIA sabe que a Fórmula 1 é bastante técnica. Tem que ser algo que você possa ser capaz de saber e corrigir, porque as únicas pessoas que podem ver o problema são os rapazes na garagem. Hoje, teria somado ao espetáculo se eu tivesse potência total, pois eu estaria melhor na corrida, lutando na frente”, disse Lewis.

Hamilton e Rosberg tiveram o mesmo problema, mas o inglês foi quem mais sofreu (Foto: Dan Istitene/Getty Images)
Hamilton e Rosberg tiveram o mesmo problema, mas o inglês foi quem mais sofreu (Foto: Dan Istitene/Getty Images)

O chefe da Mercedes, Toto Wolff, também falou sobre a situação. Ele disse que a F1 precisa olhar melhor para essa regra e sugeriu outras maneiras de lidar com fatos como os que foram vistos na corrida. Além disso, Wolff ressaltou que Rosberg teve o mesmo problema, mas conseguiu resolver com meia volta (Hamilton demorou 12), e que o erro de configuração veio após problemas nos treinos livres da sexta-feira (17).

Queremos ver os pilotos duelando entre si. Precisamos olhar para as regras. Não que seu esteja reclamando, já que é a mesma coisa para todos – e acho que a Ferrari teve o mesmo prolema. Mas você pode fazer duas coisas: tornar a tecnologia muito menos complicada, o que eu não acho que seja a coisa certa, ou ajustar o regulamento para que possa haver uma maior comunicação com o piloto em caso de problema”, disse Wolff.

Sobre o problema, Nico (Rosberg) teve uma situação melhor, pois ele conseguiu fazer uma mudança na configuração pouco antes, e com meia volta a situação voltou ao normal. Isso não aconteceu com Lewis (Hamilton), demorou um pouco para ele conseguir recuperar, e isso afetou sua corrida. Nós tivemos problemas na sexta e não conseguimos a configuração do jeito certo, por isso vieram os problemas”, complementou.

Com o resultado, Hamilton foi a 117 pontos e é o vice-líder do campeonato, contra 141 de Rosberg. A próxima etapa do campeonato será o Grande Prêmio da Áustria, no Red Bull Ring, em 3 de julho.