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Vettel critica novas restrições do rádio na F-1 e afirma: “Se querem mudar, mudem os carros”

Entrevistado em Budapeste, casa do Grande Prêmio da Hungria neste fim de semana, o piloto da Ferrari criticou as restrições das mensagens de rádio impostas pela FIA; Ele defendeu uma Fórmula 1 menos tecnológica e disse que a categoria está indo no "caminho errado”

Vettel critica novas restrições do rádio na F-1 e afirma: “Se querem mudar, mudem os carros”
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Por Eduardo Costa

A recente imposição da FIA (Federação Internacional do Automobilismo) na Fórmula 1 de proibir qualquer tipo de mensagem técnica sobre o carro durante a corrida gerou muitas críticas, e causou um problema que influenciou diretamente no campeonato.

Na última corrida da temporada, o GP da Inglaterra, no dia 10 de julho, Nico Rosberg começou a sofrer com problemas de câmbio no fim e foi orientado pela Mercedes a como lidar com a situação. Como resultado, ele foi punido com 10s no tempo total de prova (perdendo o segundo lugar para a Red Bull de Max Verstappen) e viu a diferença na liderança para o seu grande rival e companheiro de equipe, Lewis Hamilton, cair para apenas um ponto.

Depois do ocorrido, a FIA resolveu tornar as regras ainda mais rígidas a partir do GP da Hungria. De acordo com a entidade, se o piloto tiver algum tipo de problema que a equipe não possa passar informações, ele deve ir aos boxes e esperar que os mecânicos consertem o carro ou abandonar a prova.

A decisão sofreu várias represálias durante a semana, e um de seus principais críticos foi Sebastian Vettel. Em entrevista a jornalistas nesta quinta-feira (21) em Hungaroring, circuito que recebe a prova húngara, o alemão classificou essas restrições como uma “completa besteira” e ressaltou que é interessante ver o fator humano agir em um esporte tão tecnológico.

É uma completa besteira. Acho que todos esses pontos sobre o rádio são uma piada. Eu vi a corrida depois e achei, como espectador, que foi interessante ouvir o piloto com um pouco de pânico no rádio e a equipe em pânico ao mesmo tempo. Creio que seja um elemento humano no nosso esporte, que já é muito complicado e técnico. Acho que é o caminho errado. Muitas coisas chatas já foram banidas no rádio, então não vejo motivo para isso”, disse o alemão.

O piloto da Ferrari complementou dizendo que, caso a F1 quisesse mudar algo, deveria mudar os carros, e torná-los menos tecnológicos. Segundo o tetracampeão mundial, os bólidos de gerações anteriores eram mais simples por possuírem uma tecnologia mais simples. Ele encerrou declarando que a categoria está indo "no caminho errado", e defendeu que os pilotos tenham mais voz nas decisões técnicas.

Se querem mudar, que mudem os carros. Não vejo problema nisso: podemos voltar ao V12, câmbio manual, dois botões no volante - um para limitador de pit stop e um para o rádio, para comunicar que estamos entrando no box. Não teríamos tanta eletrônica para cuidar, e não há outro ponto além de memorizar tudo”, declarou Vettel.

Acho que todos os botões que temos no volante hoje estão lá por uma razão, não é algo do tipo ‘podemos criar botões, então vamos colocá-los no volante. Mas, se você olha para um volante de 1995, por exemplo, ou fala com os experts que continuam no paddock, percebe que era bem mais simples porque a tecnologia dos carros era simples. Não é nossa culpa (dos pilotos) os carros serem tão complicados atualmente a ponto de precisarem de um manual e um volante cheio de botões para operá-los. Acho que estamos indo no caminho errado, é ruim e devemos voltar a poder dizer o que queremos”, complementou o piloto do #5.

No campeonato de 2016, Sebastian Vettel é o quinto colocado, com 98 pontos. O GP da Hungria é a próxima corrida do calendário, e está marcado para este domingo (24), às 9h, hora de Brasília.