Depois de chegar à final do Australian Open em 2008, quando enfrentou Novak Djokovic, atual número um do mundo, a carreira de Jo-Wilfried Tsonga parecia promissora, mesmo com a derrota para o sérvio. Hoje, já veterano no circuito com seus 31 anos, Tsonga não faz sombra aos três principais atletas do tênis mundial. Sua carreira não foi um fracasso, já que conquistou títulos importantes, como os Masters 1000 de Paris (2008) e Toronto (2014), o último vencendo o suíço Roger Federer. Mas para muitos ficou aquém do esperado.

Para o torcedor francês, que não vê um atleta da casa levantar a taça de Roland Garros desde 1983, quando Yannick Noah superou o sueco Mats Wilander, Tsonga não demonstra ser o atleta que vai quebrar esse tabu. Mesmo assim, atualmente ele é a melhor chance de a França voltar ao seu auge na quadra Philippe Chatrier. Wilfred ocupa a sétima posição no ranking, três na frente de seu compatriota Richard Gasquet

Tsonga vai disputar Roland Garros pela 11ª e o mais longe que chegou foram as semifinais, por duas vezes. Primeiro em 2013, quando decepcionou a torcida e caiu para o espanhol David Ferrer. Ano passado ele voltou a repetir sua melhor campanha e novamente criou expectativa de ir à final, mas foi derrotado pelo suíço Stannilas Wawrinka, que seria o campeão do torneio.

As expectativas para esse ano não são tão grandes. Tsonga faz um ano regular, mas sem grandes vislumbres. Não ganhou nenhum título na temporada, chegando mais longe nas quartas de final em Indian Wells, quando foi derrotado por Novak Djokovic, e em Monte Carlo, superado por Gael Monfils. Seu último jogo disputado foi no Masters 1000 de Madrid, em que não passou da segunda rodada, parando em Milos Raonic.

Na sua visita ao Brasil, para disputar o Rio Open, Tsonga era um dos favoritos a chegar a grande decisão. Mas o francês foi surpreendido por Thiago Monteiro logo em sua estreia e voltou para casa mais cedo. Por outro lado, o veterano derrotou tenistas de peso, como Roger Federer e a promessa Lucas Pouille, em Monte Carlo, mostrando que ainda tem jogo para superar adversários fortes.

Se fosse para fazer um "bolão" sobre o desempenho de Tsonga em Roland Garros, não daria nada além das quartas de final. O tenista tem um bom tênis, mas não consegue demonstrar isso com regularidade, perdendo jogos imprevisíveis. A seu favor estar a motivação por jogar em casa, que com certeza conta muito. Levantar um grand slam é outro fator para Tsonga se manter focado e quem sabe se sagrar campeão de um major pela primeira vez.