Entre os dias seis e 10 de outubro, ocorreu a sétima edição da Copa Guga Kuerten, na cidade de Florianópolis, em Santa Catarina. Um dos principais torneios no calendário do Tênis em Cadeira de Rodas, a competição reuniu os principais nomes do país na modalidade.
Um deles foi o catarinense Ymanitu Silva - 12º colocado no ranking mundial da modalidade Quad. "É sempre um prazer jogar esse torneio. Ter um campeonato de nível internacional em casa é maravilhoso" disse o paratenista, que se sagrou tricampeão do torneio depois de bater na final o chileno Pablo Araya - 24º colocado no ranking mundial - por dois sets a zero, com parciais de 6/2 e 6/4.
"Torneios assim são ótimos para divulgar e fazer com que a categoria cresça" analisou Ymanitu e completou: "Vejo que estamos no caminho certo".
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Um mês antes, "Many" - como é conhecido por seus fãs - havia participado nos Jogos Paralímpicos Rio 2016, quando atingiu as quartas de final. "Jogar no Rio e ter oito mil pessoas gritando seu nome é uma sensação única" afirmou.
Depois da Rio 2016, o tenista confirmou que houve uma mudança no comportamento do público em relação aos esportes paralímpicos. "Agora somos vistos como verdadeiros atletas e guerreiros não apenas como exemplos de superação".
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Quanto aos bons resultados alcançados nesta temporada, falou confiante: "Me mostraram que tenho condições de alcançar o topo e isso me fortalece tanto psico, quanto fisicamente para manter meu nível de jogo".
Confira a entrevista completa de Ymanitu Silva à VAVEL Brasil:
VAVEL Brasil: Parabéns pelo tricampeonato da Copa Guga Kuerten! Gostaria que você comentasse sobre como se sente ao realizar esse feito e sobre a final contra o chileno Pablo Araya.
Ymanitu Silva: É sempre um prazer jogar esse torneio. Ter um campeonato de nível internacional em casa é maravilhoso e ainda ter o Guga ao lado é uma sensação maravilhosa.
VAVEL Brasil: Você era o cabeça de chave número um e principal favorito ao título, foi difícil lidar com a pressão?
Ymanitu Silva: Mesmo sendo cabeça de chave e atual bicampeão do torneio, procurei deixar isso fora de quadra, pois cada jogo é uma nova história que deve ser reescrita.
VAVEL Brasil: No caminho, você duelou na semifinal com o brasileiro Lucio Umeki. Na chave também havia o Lemos Dave Raposo e o Marcelo Souza. Como você avalia o crescimento do Quad no Brasil?
Ymanitu Silva: Torneios assim são ótimos para divulgar e fazer com que a categoria cresça, precisamos aumentar o número de participantes da mesma, mas vejo que estamos no caminho certo.
VAVEL Brasil: Um mês atrás, você foi quadrifinalista na Paralimpíada Rio 2016. O que você trouxe dessa experiência para dentro de quadra? Te fez jogar melhor?
Ymanitu Silva: Jogar no Rio e ter oito mil pessoas gritando seu nome é uma sensação única e já na primeira participação vencer o 10º do mundo na primeira rodada e depois fazer um super jogo com o terceiro do mundo me mostrou que tenho condições de alcançar o topo e isso me fortalece tanto psico, quanto fisicamente para manter meu nível de jogo. Isso ajudou bastante na semana Guga.
VAVEL Brasil: Você chegou a sentir uma mudança no comportamento do público em relação aos esportes paralímpicos depois do encerramento da Rio 2016?
Ymanitu Silva: Com certeza durante a Rio 2016, nós, atletas, tivemos a oportunidade de mostrar nosso trabalho e o público reconheceu isso lindamente. Agora, eles enxergam a gente como verdadeiros atletas e guerreiros não apenas como exemplos de superação.