Huracán e Independiente Santa Fé se enfrentam nesta quarta-feira, às 22 horas (horário de Brasília), pelo primeiro jogo da final da Copa Sul-Americana. O palco do duelo é o estádio Tomás Adolfo Duco – o popular El Palacio –, em Buenos Aires. O segundo confronto ocorre no dia 9 de dezembro, no El Campin, em Bogotá.

O Globo escreveu uma nova página na sua história ao chegar nesta decisão. Ao surpreender e eliminar o River Plate na fase semifinal, o tradicional clube de Parque Patrícios garantiu vaga na sua primeira final continental. A melhor participação dos portenhos havia sido no longínquo ano de 1974, quando terminaram a Copa Libertadores na terceira posição. O time passou por Tigre, Sport, Defensor e o elencado River Plate nas fases anteriores.

O feito dos colombianos não é menor, já que também são estreantes em finais continentais. O ápice dos Cardeais neste tipo de certame foi a semifinal, alcançada nas Libertadores de 2013 e 1961. Para chegar na final, os comandados do treinador Gerardo Pelusso despacharam LDU de Loja, Nacional do Uruguai, Emelec, Independiente e Sportivo Luqueño. Jogando em terras argentinas, o Santa Fé possui um retrospecto nada favorável. Foram 10 cotejos, com nove derrotas e um solitário triunfo (conquistado exatamente sobre o o Independiente).

Huracán sem desfalques

Invicto até aqui na Copa Sul-Americana, o Huracán tem sua defesa como ponto forte jogando em seus domínios no torneio. Foram quatro jogos em casa, e apenas dois gols sofridos – ambos na semifinal, contra o River. Em casa, o ataque foi um pouco mais econômico, mas não menos eficiente. Foram sete tentos marcados, com destaque para a goleada por 3 a 0 sobre o Sport.

Um dos símbolos do time, Pato Toranzo presou por uma postura ofensiva no embate desta quarta-feira. “A partida em casa será decisiva. Temos que sair e atacar como sempre, por algo o Huracán chegou onde chegou. Vamos sair para atacar e pressionar, para poder ganhar em casa", ponderou o camisa 18.

Já o lateral Luciano Balbi exaltou o feito do clube, que pela primeira vez chegou a uma final internacional. “Já fizemos história, mas esta campanha tem que acabar com a coroação ante o Independiente Santa Fé. Trataremos de ganhar esta Sul-Americana, é o objetivo mais próximo e o que queremos todos", afirmou o defensor.

O técnico Eduardo Domínguez mostrou sobriedade frente a um momento histórico vivido pelo clube. O comandante frisou a importância de jogar com inteligência - como tem sido feito, segundo ele. Na sequência, destacou que seus comandados devem ir atrás do resultado sem desespero, já que se trata de uma decisão de 180 minutos. Por fim, afirmou que trabalha para minimizar as virtudes do adversário.

Em outro momento, o comandante quemero não se colocou na condição de favorito, e manifestou que o confronto está em aberto. "Não nos colocamos na posição de favoritos, está aberto para as duas equipes. Independiente (Santa Fé) passou muito bem por todas as séries, é um rival muito duro. Joga muito bem com jogadores de muita qualidade", julgou o ex-zagueiro.

Sem ter nenhum desfalque, Domínguez deve repetir a formação que eliminou o River Plate na semifinal. Cristian Espinoza, que saiu machucado no jogo com os Millonários, fez treinamento diferenciado durante a semana, mas deve estar presente na parida desta quarta. “Estou melhor da lesão, é acima do tornozelo, acho que não terá problema", tranquilizou o garoto.

Assim como os argentinos, Santa Fé rejeita condição de favorito

A exemplo dos portenhos, o sistema defensivo também é um ponto sólido do Santa Fé. Até o momento, a equipe disputou 10 jogos na Copa Sul-Americana e foi vazada seis vezes. Jogando fora de casa, esse retrospecto se mantém positivo. Foram cinco partidas longe de El Campín, com três gols sofridos. Na condição de visitante, o time não foi vazado em três oportunidades.

Técnico dos Cardeais, Gerardo Pelusso também mostrou satisfação por estar na decisão da competição continental, e foi generalista ao lembrar da caminhada que sua equipe percorreu para chegar até aqui. Frisou, porém, que o objetivo ainda não foi plenamente alcançado.

“Jogamos a vida. Com Huracán faremos duas partidas bárbaras. Nosso primeiro sonho era estar na final. Isto não termina aqui, agora vamos com tudo... Superamos grandes times, como o Nacional do Uruguai, o Emelec do Equador e o Independiente da Argentina. Então nós também temos os méritos e a fome de glória que tem o Huracán", ponderou o uruguaio.

Em outro momento, o treinador valorizou o feito conquistado pelo rival de logo mais, deixando de lado qualquer possibilidade de favoritismo do lado bogotano. “Se o Huracán ganhou do River, por algo será, ninguém chega a uma final por casualidade. Nós jogaremos a vida", disse Pelusso.

Na mesma linha do seu comandante, mas um pouco mais específico, o atacante Daniel Angulo destacou a força do Huracán quando joga em El Palacio. "Temos a expectativa de fazer um bom jogo diante de um rival que tem demonstrado que em casa é muito forte", afirmou.

Em relação à formação da equipe, Pelusso tem um desfalque importante para esta noite. O meio-campista Juan Daniel Roa está suspenso em função dos cartões amarelos. Além do mais, Roa deixou o último compromisso da sua equipe – no último final de semana, contra o Júnior Barranquila, pela Liga Colombiana – lesionado. O experiente Omar Pérez deve ingressar na vaga do atleta e abastecer os atacantes Angulo e Wilson Morelo.