A sexta-feira (20) começou com um final feliz para o Milan e sua torcida. Depois de ter sido excluído da Uefa Europa League desta temporada, a equipe recorreu à Corte Arbitral do Esporte (CAS) e teve a sua punição revogada pela entidade.

Os rossoneri haviam sido punidos no início de junho, quando apresentaram um déficit de €120 milhões, referente ao triênio (de 2014 a 2017), o que não foi aprovado pelo acordo financeiro concebido pela Uefa. Além disso, a imagem do ex-presidente chinês, Younghong Li, havia perdido a credibilidade, visto que o empresário encontrava dificuldades para pagar um empréstimo que fez de €340 milhões para comprar o clube de Silvio Berlusconi.

Com uma suspensão de um ano fora das competições europeias, podendo ser prorrogado para dois caso não obtivessem melhoras financeiras, além de uma multa de €30 milhões, a diretoria do Diavolo considerou a punição abusiva, o que levou a apelação ao CAS. O clube apresentou balanços financeiros de equipes como Paris Saint Germain, Manchester City e Internazinale que se mostravam semelhantes ao dos italianos, somando ainda a nova participação do de investimentos norte-americano Elliot, que detém 99,98% das ações da agremiação, depois de assumir o clube no início de julho.

Agora, a decisão volta novamente para o colo da Uefa, que terá de reavaliar os cenários financeiros futuros do Milan e aplicar uma pena coerente. Entretanto, a entidade não pode punir os rossoneri com uma ausência em competições europeias novamente, fazendo com que sanções de mercado de transferência (Não contratar, ou ter número limitado para contratações), sejam aplicadas.

O cenário também muda na Serie A. Com a ausência do Milan, AtalantaFiorentina, que ficariam com a vaga no torneio continental. Agora, a Viola e a equipe de Bérgamo voltam as suas classificações em que encerraram a última temporada, em sétimo e oitavo lugar, respectivamente.

Entenda o caso até aqui

Em abril de 2017, o empresário chinês, Younghong Li junto com David Han Li compraram o Milan por €740 milhões de Silvio Berlusconi, que havia estado à frente do clube há 31 anos, desde 1986.

A nova administração trocou toda a cúpula de dirigentes, incluindo a saída do icônico diretor de futebol, Adriano Galliani, que se demitiu com a saída de Berlusconi. 

Todavia, para conseguir o dinheiro da compra, os chineses pegaram um empréstimo com o Fundo Elliot, que cedeu €340 milhões à dupla oriental. O empresário chinês ainda gastou cerca de €150 milhões trazendo 11 reforços para a equipe na temporada 2017/18.

Apesar de estar esbanjando nas contratações, os chineses encontraram dificuldades em pagar o empréstimo ao Elliot e não passavam confiança à Uefa, que observava o comportamento administrativo do Milan quanto às dívidas. Caso não quitasse o empréstimo até julho de 2018, os americanos simplesmente tomariam o clube. No final das contas, foi exatamente o que aconteceu e faltando €32 milhões para sanar o débito com o fundo de investimentos, Li perdeu o Milan em um piscar de olhos.

Younghong Li e David Han Li (Foto: Divulgação/AC Milan)

Com isso, o fundo investimentos norte-americano assumiu já com a punição da Uefa aplicada e preparou uma defesa frente ao CAS, apresentando planejamentos financeiros, e claro, capital para ser investido.

Agora, o futuro do Milan está nas mãos do Fundo Elliot, que pretende pagar o déficit de €120 milhões acumulados desde a administração de Berlusconi. Tal valor não fora notado pela Uefa, por conta do Milan não ter participado de tais competições continentais desde a temporada 2013/14, o que não levou a agremiação a solicitar o acordo financeiro junto da entidade europeia. Além disso, os americanos pensam em investir €150 milhões no mercado de transferências, para fazer a equipe ter valorização, e em um período a médio prazo, revender o Diavolo novamente, recuperando o valor investido.