Considerada por muitos, a melhor seleção do mundo antes da Eurocopa, a França vivencia mais um período de turbulência após a precoce eliminação para a Suíça, nas oitavas de final. Depois de vir a público a briga entre familiares de Rabiot, Pogba e Mbappé, a imprensa inglesa expõe novos problemas de relacionamento entre os convocados e um Didier Deschamps pacificador, apesar da ameaça de deixar o cargo.

Pois bem, para entendermos o cenário, vamos criar uma ordem cronológica. Tudo começou em junho de 2018, quando Deschamps convocou o time francês à Copa do Mundo. Na época, Rabiot ficou de fora, para N´Zonzi e se recusou a ser um dos 11 atletas da lista de espera. O meia ex-PSG além de criticar sua ausência publicamente, ainda enviou um e-mail para a Federação Francesa reclamando do treinador que o deixou por quase dois anos sem defender sua seleção, como punição.

Brigas

  • Karim Benzema

Já retornando aos dias atuais, o primeiro desconforto foi de Antoine Griezmann. Convencido por parte do elenco, especialmente Mbappé, Deschamps cedeu e chamou de volta Karim Benzema. O atacante estava fora desde 2015 por conta de um antigo problema com Valbuena na própria seleção, mas que em sua volta, provocou queixas da estrela do Barcelona, que teria de se deslocar taticamente, jogando com menor flexibilidade.

Ainda sobre Benzema, o polêmico jogador que havia provocado seu colega, Giroud, também foi noticiado que era evitado por alguns companheiros, incluindo seu atacante reserva. Como forma de recuperar o time, Deschamps propositalmente teria estimulado que ambos se aproximassem, almoçando juntos e compartilhando mais tempo próximos, apesar de jamais  ter dado certo.

  • Paul Pogba

No começo da Euro, Pogba foi um dos mais críticos em relação à logística dos Le Bleus. Em estadia no Marriott Hotel, em Budapeste, Pogba liderou reclamações ao seu treinador, onde inclusive o L´Équipe diz que problemas com a abertura da janela dos quartos foi uma das insatisfações no time.

Pouco depois, para o jogo contra Portugal, a seleção francesa até se mudou de hotel, indo para Gardony, também em Budapeste. Apesar da mudança, a estadia em um local de "baixa qualidade" gerou novas reclamações, onde os jogadores queriam sair o quanto antes dali.

Por fim, já mais recente, Pogba foi criticado por alguns companheiros e até familiares de jogadores. Apesar do grande empenho ofensivo, o volante sofreu com reclamações de Varane, Rabiot e até Veronique, a mãe do meia da Juventus. Ao fim do jogo, a mãe de Rabiot se dirigiu aos parentes de Pogba e cobrou mais empenho na marcação do mesmo, além de bater boca com familiares de Mbappé na zona mista também.

  • Kingsley Coman

Substituído com dores na coxa direita, Coman mesmo no sacrifício não poupou reclamações à Deschamps ainda na beira do campo, antes das penalidades contra Suíça.

Flagrado por câmeras do jogo, Coman exigiu explicações do treinador, especialmente por ter confirmado que já não sentia mais problemas quando foi substituído. O atacante do Bayern foi afastado por Pogba enquanto Deschamps ignorou seus xingamentos.

  • Kyrian Mbappé

Principal jogador do time, Mbappé não escapou de polêmicas na competição. Após sair sem nenhum gol marcado, Mbappé foi alvo da mãe de Rabiot, como um jogador egocêntrico. Antes disso, o camisa 10 gerou um novo mal estar com Griezmann, seu parceiro de ataque. 

O atacante do Barcelona internamente estaria insatisfeito com a pouca troca de passes de Mbappé. Seu colega de time, em busca dos resultados individuais, tenderia a priorizar muito mais o drible ou sua finalização ao passe.

  • Varane, Lenglet e Griezmann

​​​​​​​Após a eliminação na Euro, o trio foi criticado por terem sidos liberados para férias, em voo separado, enquanto o restante do grupo voltaria em conjunto. Na ocasião, alguns integrantes do elenco reclamam de benefícios e privilégios dentro do grupo.

Insegurança

Considerado um fracasso, a participação dos franceses na Eurocopa provocou ainda mais instabilidade para Deschamps. Já com a sombra de Zidane, livre no mercado, o treinador falha na busca do título continental, apesar de garantir que em setembro seguirá com o time nas Eliminatórias.

Taxado como um treinador que ainda não extraiu o melhor potencial do time, será chamado para conversar com dirigentes da Federação Francesa em sua volta para o país. A conversa tem como objetivo alinhar expectativas, onde não se descarta uma demissão, ainda que em pequena escala.

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