Clima quente que chegou ao seu limite. Cerca de 15 jogadores enviaram um e-mail à Real Federação Espanhola de Futebol (RFEF) pedindo a demissão do técnico Jorge Vilda e sua equipe técnica, além de não serem convocadas aos amistosos de outubro contra a Suécia, no dia 7, em Córdoba, e contra os Estados Unidos, no dia 11, em Pamplona.

A próxima lista de Vilda acontecerá na próxima semana, e a partir de segunda-feira, 3 de outubro, começará a concentração para os jogos. Segundo a rádio Cadena SER, os 15 e-mails foram enviados Ainhoa Vicente (Atlético de Madrid), Patri Guijarro (Barcelona), Lucía Garcia (Manchester United), Leila Ouahabi (Manchester City), Mapi León (Barcelona), Claudia Pina (Barcelona), Laia Aleixandri (Manchester City), Ona Batlle (Manchester United), Andrea Pereira (Club América), Aitana Bonmatí (Barcelona), Sandra Paños (Barcelona), Amaiur Sarriegi (Real Sociedad), Lola Gallardo (Atlético de Madrid), Nerea Izaguirre (Real Sociedad) e Mariona Caldentey (Barcelona).

As jogadoras lembraram os "últimos acontecimentos", nos quais a entidade possui conhecimento, estão afetando a saúde mental, e por isso, não tem condições de serem chamadas até que “a situação seja revertida”.

Confira o e-mail na íntegra

Venho por este meio informar que devido aos últimos acontecimentos ocorridos na equipa espanhola e à situação gerada, fatos dos quais tem conhecimento, estão a afetar significativamente o meu estado emocional e, portanto, a minha saúde.

Por tudo isto, neste momento não me vejo em condições de ser uma jogadora selecionável para a nossa seleção e por isso solicito que não seja convocada até que esta situação seja revertida.

O meu compromisso com a equipe no passado, presente e futuro foi, é e será absoluto, e sou a primeira a querer alcançar o máximo de sucessos esportivos com a nossa equipe.

Permaneço à sua inteira disposição para o que considerar oportuno, sempre com o objetivo de buscar o melhor para a nossa seleção.

Reação da RFEF

A RFEF divulgou um comunicado confirmando a notícia e defendendo o trabalho do técnico. Destacou que “não permitirá que as jogadoras questionem a continuidade do treinador e de sua equipe técnica, pois a tomada de tais decisões não é de sua competência”, e segundo a legislação espanhola, poderá ter sanções de dois a cinco anos sem poder atuar em algum clube local.

RFEF não permitirá que as jogadoras questionem a continuidade do treinador (Foto: Divulgação/RFEF)
RFEF não permitirá que as jogadoras questionem a continuidade do treinador (Foto: Divulgação/RFEF)

A RFEF ainda foi categórica ao afirmar que não convocará jogadoras que não desejam vestir a camisa da Espanha e  “contará unicamente com jogadoras comprometidas, ainda que tenha de jogar com juvenis''.

Oitava colocada no ranking da Fifa, a Espanha está em ascensão, chegando a ter a melhor geração da sua história, mas ainda não conseguiu conquistar títulos na equipe principal. Recentemente, La Roja conquistou faturou a Copa do Mundo Sub-20. 

Segundo o Mundo Deportivo, jogadoras como as capitãs Alexia Putellas e Irene Paredes já haviam pedido a demissão do técnico depois da eliminação da Eurocopa Feminina.