Para Antonio Conte, treinador da Itália, a palavra contra-ataque não faz parte de sua filosofia de jogo. O comandante, que chegou à Seleção Italiana graças ao sucesso obtido na Juventus que jogava em um esquema considerado defensivo – 3-5-2 –, dissertou nessa segunda-feira (6) sobre suas propostas de jogo.

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Em entrevista coletiva após vencer o amistoso contra a Finlândia, por 2 a 0 (gols de Antonio Candreva e Daniele De Rossi), em Verona, no último teste antes de enfrentar a Bélgica, na estreia da Eurocopa, dia 13 (segunda-feira) de junho, Conte se mostrou totalmente contra os contra-ataques.

Eu faço tudo, exceto contra-ataques. Eu não jogo no contragolpe. Eu nunca nem treinei contra-ataques. Não está no meu conceito de futebol”, afirmou o futuro técnico do Chelsea. “Quando temos a bola, temos as nossas ideias. Quando perdemos a bola, tentamos apertar, pressionar o adversário e tentar recuperá-la o mais rápido possível”, completou.

O treinador, de 46 anos, fez questão de descartar a possibilidade de uma atitude mais defensiva diante da Bélgica, visando explorar os contragolpes no decorrer das jogadas. “Não esperem que iremos defender e contra-atacar nesse jogo [contra  Bélgica], porque simplesmente não faz parte de como eu vejo futebol”, enfatizou.

Contra-ataque é quando você fica atrás e, em seguida, avança à frente em ritmo. Temos jogadores que podem fazer isso, como Ciro Immobile, Simone Zaza e outros, mas na minha ideia de futebol nós temos que jogar o jogo e usar a bola. Se perdermos a posse, temos que ser agressivos e ganhá-la de volta no meio, uma vez que vai ficar mais fácil para nós chegarmos ao gol”, analisou.

Alas ofensivos

A Itália de Conte tem entrado em campo nos últimos jogos em um sistema tático de três zagueiros, o 3-5-2, o mesmo usado em seus três anos vitoriosos na Juventus. Porém, como é praxe no futebol moderno, o treinador admitiu que, quando seus comandados estão atacando o adversário, a equipe varia para um esquema com quatro atacantes – dois pontas e dois por dentro.

Obviamente, quando se joga com tais alas com características ofensivas, você não pode pensar que é um 3-5-2. É uma formação 3-3-4 puro, mas os meio-campistas têm que subir ao ataque também”, explicou Conte, que aprovou os pontas de origem Candreva (depois Bernardeschi) e El Shaarawy (depois Florenzi) atuando como alas no amistoso contra a Finlândia.

Eu precisava desse jogo para ter uma ideia sobre o balanço dos lados e agora estou convencido de que podemos jogar com dois atacantes, dois alas com características ofensivas e um meio-campista que sobe ao ataque. Essa variante ‘hiper-ataque’ está aprovada e podemos usá-la durante o jogo”, assegurou.

Acho que os jogadores compartilham dos meus conceitos. Eu tenho um bom grupo de jogadores e, sobretudo, de homens. Espero continuar trabalhando dessa maneira, com determinação e o desejo de superar os obstáculos”, findou.