Ano da consolidação?

O ano começou com otimismo para a torcida coxa-branca. O tal do ''projeto'' que foi vinculado desde 2010, quando a atual diretoria assumiu, era de que o Coxa almejasse títulos de ''gente grande'' em um prazo de 3 à 5 anos. No ínicio desse ano, frases como ''O ano da consolidação'' foram induzidas pelo Clube para a torcida. E não era para se esperar menos, não é? O Clube que contratou o meia Alex, ex-Palmeiras, Cruzeiro, Flamengo e Fenerbahçe, e com carreira de campeão por todos esses clubes que teve passagem, retornava ao seu time do coração após 15 anos longe de casa.

Iniciou o ano reformulando mais de 50% do time, algumas boas contratações (vide Leandro Almeida), outras nem tanto, como Botinelli, Júlio Cesar (ex reserva do Figueirense).. Mas enfim, o fato era de que o Coxa estava arriscando um pouco mais do que o costumeiro em suas contratações.

O primeiro objetivo do ano

Eis então o Campeonato Paranaense, que possui como maior Campeão o time do Coritiba. Mas esse ano esse Campeonato era ainda mais especial pro Coxa. Era o ano do TETRA. Após mais de 30 anos com esse feito em sua história, o time poderia agora, marcar história novamente. E marcou, em um emocionante AtleTiba (3x1), que claro, teve Alex como seu principal protagonista. Mas, nem tudo foram flores nesse caminho para o título. O Coxa foi de inicio ao fim, de fato, em 2013 o time dos ''inacreditáveis'' ou, como preferir, dos ''improváveis". Perdeu para o Paraná Clube por 2x3 em casa, após um jejum de mais de 10 anos sem perder para o rival em confrontos dentro do Couto Pereira. O time do Coritiba era um time ''sem energia'', não dava ânimo em quem o assistia jogar. Outro exemplo disso, foi o AtleTiba em que o rival com um time sub23 venceu por 3x1. Ta certo que campeonato estadual não foi feito para se ter o melhor que o time pode render, mas sim para testes da melhor formação etc.

O segundo objetivo

E era nesse espiríto de vencer e ser campeão que o Coxa iniciava o Brasileirão. A promessa? Almejar (e manter-se) entre os cinco primeiros na classificação. Logo de cara, o time tinha um desafio: o de vencer um dos elencos mais fortes do ano - o Atlético Mineiro. Sofridamente, venceu. No apagar das luzes, o novato Artur - ex Paraná Clube, consolidou a vitória por 2x1.

Três rodadas depois, a primeira alegria: a liderança do campeonato era coxa-branca. Coritiba 2x1 Fluminense, outro jogo 'desafio', já que o tricolor das laranjeiras era o atual campeão brasileiro. Novamente, no apagar das luzes, o iluminado Alex chuta ''da rua'' e marca um golaço.

Termina o campeonato na liderança para a parada em quesito da Copa das Confederações. Um mês para o DM reabilitar jogadores importantes que estavam lesionados (vide Deivid). Uma perda importantíssima também acontece: a venda do meia Rafinha ao time Al Shabab.

Reinicia-se o campeonato e o Coxa faz um belíssimo jogo novamente na estreia do estádio Mané Garrincha, em Brasília, contra o Flamengo. Com um público de 70 ml pessoas, o alviverde sai perdendo por 2x0 e consegue buscar seu empate com Chico e Alex. Jogo impecável! Logo depois, faz a boa sequência: Coritiba 1x0 Atlético-PR, Santos 2x2 Coritiba, Coritiba 1x1 Vitória, Coritiba 5x3 Ponte Preta, e finalmente, a queda da invencilibidade contra o Cruzeiro, por 1x0. Logo depois, faz outro jogo desafio fora de casa. Era um confronto direto. Grêmio em Porto Alegre. Ingredientes para um bom jogo não faltava. E o Coxa poderia quebrar mais um tabu, eram 17 anos sem vencer o tricolor gaúcho em Porto Alegre. E VENCEU! Que jogasso, Marquinhos Santos havia acertado em cheio na formação do time com um 3-5-2 e o time inteirinho titular.

Após essa vitoria, o clube tinha a chance de embalar no campeonato. Dois jogos em casa, respectivamente contra Vasco e Portuguesa. Mas parece que todo o encanto do jogo contra o Grêmio foi gasto lá em Porto Alegre e o que aconteceu nesses dois jogos, foi inacreditável. Como conseguiu apenas um ponto de seis, dentro de casa? É aí que torcida e time começa a reconhecer que o elenco pode até ser bom, mas não possui peças de reposição suficientes e a altura do time titular.

O início da queda

Após o fracasso contra Vasco e Lusa, o time não conseguia mais se encontrar dentro de campo. Mas a torcida ainda acreditava, todos acreditavam. Na sequência, perdeu para o Corinthians por 1x0, no fim do jogo, com um pênalti bem duvidoso marcado à favor da equipe paulista. Depois, encontraria o debilitado Criciúma, que estava na zona de rebaixamento (ou seja, era obrigação buscar por um resultado positivo). Resultado de 2x1 e mais um jogo pífio da equipe curitibana.

A primeira vitória após seis jogos sem ganhar veio contra o São Paulo, em casa. Na época, o tricolor paulista estava totalmente em desordem, sem rumo, crise interna, o que transparecia para todos, pois o time estava com o mesmo rendimento de um time rebaixado. Ou seja, a vitória nesse jogo também era nada menos que obrigação. Depois desse jogo, perdeu para o Galo, empatou amargamente com o Bahia, Goiás, Fluminense e saiu derrotado por 3X0 contra o Náutico, o time que tinha o PIOR desempenho do Campeonato.

Cai Marquinhos Santos; entra Péricles Chamusca

O clube, em meio a tantos feitos ruins no Campeonato, havia conseguido passar de fase, pela primeira vez, em um torneio continental, a Sulamericana. Passou pelo Vitória e enfrentou o time colombiano Itagui, porém o que era o ''jogo do ano'', o jogo que salvaria o time de tanto fiasco na temporada, culminou na eliminação do time paranaense, e esse acabou sendo um dos motivos que fez Marquinhos Santos e Felipe Ximenes (coordenador de futebol) serem demetidos. Ou seja...Todo o tal do ''projeto'' foi por água abaixo. O que restava naquele momento era lutar no Brasileirão para se manter na série A.

Marquinhos não caiu por incompetência, que fique claro. Caiu porque todo o ambiente que já encontrava-se em declínio e conturbado, precisava de ''novos ares''. E assim a diretoria coxa-branca optou por Péricles Chamusca, a opção mais viável (leia-se econômica) para o Clube naquele momento.

E o novo técnico não tinha como começar pior: Coritiba 0x2 Flamengo. A crise não tinha mais fim. Nas arquibancadas do Couto Pereira o clima era de mais pura tristeza. Perder para o Flamengo, em casa? A torcida não sabia mais o que era isso há mais de 10 anos. E tinha como piorar? SIM. A próxima rodada seria um AtleTiba, contra um rival que estava voando no campeonato. O placar ficou barato: Atlético 2x1 Coritiba.

Na rodada seguinte, consegue, com muito esforço, vencer o suado placar de 1x0 contra o Santos, em casa. Mas pra quem achava que poderia ser o inicio de uma ''respirada'', estava enganado. A sequência foi: Vitória 2x1 Coritiba - Ponte Preta (confronto direto para não cair) 1x0 Coritiba - e finalmente, o jogo mais emocionante da temporada: Coritiba 2x1 Cruzeiro. Por que o mais emocionante?

Gol da vitória saiu dos pés do atacante Keirrison, aquele mesmo que foi o artilheiro do time em 2008, teve passagens pelo Palmeiras, Barcelona e Santos, até que finalmente retornou ao Coxa. Após mais de um ano, o craque deu a vitória que tanto era necessária, logo no final do jogo.

Após a vitória contra o Cruzeiro, a torcida organizou-se para a próxima partida, contra o Grêmio, organizando o maior bandeirão de clubes do Brasil, o que fez parte da belíssima vitória do time da capital paranaense por 4x0 contra o vice líder do Campeonato.

Mas, como entender o Coritiba? Venceu os dois times mais fortes do campeonato, enfrentaria em casa Corinthians e Criciuma, praticamente duelos diretos na fuga do rebaixamento e perdeu ambos os jogos. Entrou pra zona de rebaixamento, finalmente. As três últimas rodadas do time eram as mais dificeis dentre os clubes que estavam lutando. Eis que o técnico PÉRICLES CHAMUSCA É DEMITIDO e Tcheco que era o assistente, fica como interino, tendo a enorme missão de deixar o time na primeira divisão. A sequência era: Internacional - fora, Botafogo - casa, São Paulo - fora. Precisava de, no mínimo, duas vitórias desses três jogos para não cair. Conseguiu sofridamente segurar um empate contra o Inter, venceu o Botafogo e chegou á ultima rodada dependendo dele mesmo para ter um final feliz.

Em uma ultima rodada emocionante de inicio ao fim, o Coxa conseguiu sua vitória FORA DE CASA e salvou-se sem precisar de outros resultados para não cair. Este também é um dos feitos inacreditáveis do clube, pois em todos os anos que precisou de resultado na última rodada para se salvar, tropeçou.

Os destaques

Júnior Urso - o meia foi um dos melhores jogadores do time na temporada. Se foi tão massacrado em 2012, em 2013 o jogador foi o que mais surpreendeu e demonstrou vontade nesse time. Rei das roubadas de bola, Urso também conseguiu seu feito de, finalmente, ter um gol em seu nome. Motivador dentro e fora de campo, é um dos melhores volantes da equipe.

Robinho - um dos jogadores, que juntamente com o Urso, permaneceu no elenco de 2012 para 2013, foi um dos grandes nomes do elenco, parceiro de Alex e puxador do time. Forças para que em 2014 tenha uma preparação física melhor, pois nesse ano ajudou menos do que poderia devida as contusões.

Leandro Almeida - o zagueiro foi um dos melhores atuantes da temporada, sempre que jogou mostrou acima de tudo, raça. Uma pena que sua dupla (Emerson, atual Atletico MG) tenha ido embora do time. Mostrou sua hombridade ao ir para o ultimo jogo do ano, mesmo com a notícia da morte de seu pai durante a semana.

Carlinhos - o lateral veio como uma contratação inocente, quase no final do campeonato e acabou fazendo por muito mais dos que ja estavam no time. Em nenhum jogo mostrou-se abatido, corria até o apito final, e mesmo sendo lateral, marcou gol. Esse é um que o clube não pode perder tão cedo e deve dar o merecido reconhecimento.

Os piores

Chico - o zagueiro foi decepcionante. Quando a torcida achou que finalmente poderia acreditar no desempenho dele, ele começou a sua queda brusca de rendimento. É um que se sair, não fará diferença nenhuma.

Vitor Júnior - o atacante ex Inter veio para o Coxa para tentar salvar o time do baixo rendimento e tudo o que ele fez foi conseguir piorar o ambiente, descompromissado e péssima contratação.

Ibérbia, Patrick, Botinelli e Bill - todos tiveram o mesmo desempenho pífio e de nada agregaram ao time, bem pelo contrário. Não tem como entender nem como e por quê vieram parar em um Clube que queria ficar entre os grandes nessa temporada.