Nem a força de mais de 40 mil torcedores e o fator Mineirão não ajudaram o Cruzeiro a superar o San Lorenzo pela Libertadores na noite desta quarta-feira (14). Os celestes entraram em campo precisando de uma vitória por dois gols de diferença para ir às semifinais, porém um gol rápido dos argentinos, marcado por Piatti no primeiro tempo complicou a missão.

A Raposa conseguiu apenas o empate, no segundo tempo com Bruno Rodrigo, de cabeça, o que não impediu a eliminação. O San Lorenzo, depois de exterminar Botafogo e Grêmio em fases anteriores na Libertadores, vai para a próxima fase, onde aguarda o desfecho do confronto entre Lanús e Bolívar, que jogam amanhã na Bolívia.

Pela etapa inicial, gol argentino logo cedo é balde de água fria nos azuis

A partida começou e o Cruzeiro, ciente de que precisava buscar o resultado, tentava partir pra cima sem perder a organização. Naturalmente, a primeira ocasião de gol foi dos mineiros. Júlio Baptista finalizou com firmeza de longa distância, antes mesmo dos cinco minutos. A blitz do Cruzeiro se manteve, mas o Mineirão se calou antes do dez minutos com o surpreendente gol do San Lorenzo, que abriu o marcador com Piatti, num chute forte aos 9 minutos.

A missão dos mineiros, que já era difícil, se tornou hercúlea. Não havia mais a possibilidade de disputa de pênaltis e somente o placar de 3 a 1 resolveria a vida celeste. Ao San Lorenzo, restava ter calma no toque de bola e se defender bem. O Cruzeiro tentava afastar a ansiedade e atacar, mas esbarrava na dedicação argentina, com e sem a bola. Somente aos 27, houve uma chance clara com Júlio Baptista, que ajeitou e bateu rente à trave.

Aos 33, num contra-ataque pelo lado esquerdo, o San Lorenzo desperdiçou a chance de matar o confronto. Avançando com três jogadores contra apenas um do Cruzeiro, a bola foi rolada para o meio da área e Correa bateu seco. Fábio, assim como na partida da ida, operou um milagre e despachou para escanteio. A fragilidade defensiva do Cruzeiro, que já era grande, ficou escancarada nesse lance, já que Egídio havia entrado no lugar de Samudio, lesionado.

Ainda que Everton Ribeiro tenha tentado o arremate aos 38, o jogo estava amarrado. O San Lorenzo ainda foi parado por um impedimento e pela cochilada de Matos na área, que não completou um cruzamento rasteiro vindo da esquerda. No último minuto do primeiro tempo, Marcelo Moreno recebeu uma bola esticada e com o bico da chuteira, acertou a trave de Torrico. O lance caprichoso encerrou os trabalhos: fim de primeiro tempo.

Num segundo tempo tenso, Cruzeiro marca mas não evita a eliminação

Durante os primeiros minutos do segundo tempo, pouca coisa aconteceu e a partida se manteve feia, ao gosto argentino. O Cruzeiro ganhou ofensividade com Dagoberto, mas foi Willian o protagonista do primeiro lance de perigo dos azuis na etapa. Depois da bola enfiada, Moreno cavou por cima de Torrico e o camisa 25 completou. No entanto, já estava impedido, à frente até do último defensor do Ciclón.

A resposta argentina foi imediata. Aos 9, Correa passou nas costas da defesa e Villalba, cara a cara com Fábio, bateu forte. A bola saiu ao lado, quase na linha lateral. Aos 17, depois de muitas jogadas sem objetivo, Moreno acertou um bom chute, que Torrico defendeu, mandando pela linha de fundo. Aos 20, Dedé cabeceou com muita força e Torrico, de novo, fez uma defesa sensacional. Os minutos passavam e a reação ficava cada vez mais distante.

Lances polêmicos não ficariam de fora e assim foi. Aos 21, Marcelo Moreno foi agarrado por Buffarini na área, em frente ao juiz, que nada marcou. Contudo, não haveria espaço para reclamação. Quatro minutos mais tarde, Dagoberto levantou na área e Bruno Rodrigo subiu de cabeça, empatando a partida. Aos 27, o Cruzeiro, elétrico, teve mais duas chances com Marcelo Moreno. A estrela de Torrico brilhou outra vez.

Após a marca dos 30 minutos, já não havia mais tática. O San Lorenzo perdeu Romagnoli, expulso por um tapa em Marcelo Moreno e a partir daí, o Cruzeiro conseguiu se impor, ainda que sem sucesso ao finalizar as jogadas. Com 65% de posse de bola, o time celeste conseguia escanteios por atacado, mas tudo parecia ser infrutífero. Realmente, os esforços do time mineiro estavam fadados ao fracasso. A derrota foi evitada, mas a eliminação não. Depois de um acréscimo de quatro minutos, Martin Vázquez encerrou a partida.